Como a inovação das healthtechs pode impactar o open health

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Durante a pandemia de covid-19, as healthtechs deram um salto. Para se ter uma ideia, no Brasil, 45% das startups que fazem soluções para Saúde foram criadas entre 2019 e 2021. O boom das healthtechs é resultado de mudanças na legislação que abriram caminho para a telemedicina. Nesse cenário aquecido, o governo federal estuda criar um sistema de open health ainda em 2022.

A iniciativa voltada a healthtechs é similar ao modelo de open banking do sistema financeiro, que permitiu a interoperabilidade entre diferentes players. Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo do open health é dar mais transparência ao setor de Saúde e facilitar a troca de dados entre hospitais, clínicas, Sistema Único de Saúde (SUS), farmácias e outros agentes.

No Brasil, o momento é propício. O Mapeamento Healthtechs 2022, realizado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), em parceria com a Deloitte, identificou o crescimento no setor e mostrou um futuro otimista. 

Fernando Cembranelli, diretor-executivo do HIHUB.TECH, HUB Digital de Inovação em Saúde, afirma no relatório que o Brasil está no início da transformação digital em Saúde provocada pelas healthtechs. Segundo ele, há potencial de aumento de investimentos no setor. 

O mapeamento da Abstartups e Deloitte comprova a tese e revela que 57% das healthtechs já receberam investimentos. No mundo, a expectativa é que o setor alcance US$ 504 bilhões até 2025, de acordo com levantamento da Global Market Insights. 

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Tecnologia facilitará a análise de dados e de algoritmos, gerando insights para pesquisas. (Fonte: Chokniti Khongchum/Pexels/Reprodução)

Tendências para o futuro

As inovações geradas pelo setor health tech nos últimos dois anos apontam quais serão as tendências para o futuro. Os principais avanços gerados foram em tecnologias como big data, machine learning, cloud computing e inteligência artificial. A maioria das soluções (28%) está relacionada à transformação digital na gestão do sistema de saúde. 

A tecnologia das healthtechs vai facilitar a análise de dados e de algoritmos, gerando mais insights para pesquisas. Já o compartilhamento em nuvem pode garantir mais transparência para o paciente sobre prontuários e protocolos, pois ele pode ter acesso ao próprio histórico. Confira, a seguir, mais tendências de inovação em health tech.

1. Segurança e compliance

Soluções desenvolvidas por healthtechs como passaporte de vacinas e prontuário digitais, sistemas que conectam diferentes setores de clínicas e hospitais já estão em operação e podem ser aprimoradas para open health. Uma das preocupações dos players e das healthtechs, no entanto, é com a segurança do armazenamento de dados

As mudanças provocadas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) vão exigir do segmento de health tech mais investimento em soluções para compliance. A necessidade é assegurar apenas o compartilhamento de dados autorizados por pacientes. 

Outro ponto de atenção das healthtechs é o vazamento de dados e a proteção contra invasões de sistemas para evitar crises como a ocorrida com o aplicativo ConecteSUS, que sofreu ataques de hackers em 2021. A proteção de dados em saúde é complexa, pois deve considerar ainda o sigilo entre médico e paciente. 

Dessa forma, as healthtechs também devem dedicar tempo para educar profissionais da Saúde que vão operar as tecnologias e evitar o mau uso dos dados ou situações de risco. 

2. Integração de sistemas

A integração já está na mira das healthtechs. O compartilhamento de dados sensíveis de maneira que evite a identificação dos pacientes e sejam acessíveis apenas a profissionais autorizados também vai fomentar o setor de Application Programming Interface (APIs), que permite a integração entre diferentes sistemas. 

A API não é a única forma de conectar dados. Antes da pandemia de covid-19, em 2020, 79% das stakeholders de saúde planejavam investir em cloud. O armazenamento de dados em nuvem também se tornou ainda mais estratégico para as healthtechs quando se trata da integração de sistemas. 

De acordo com o relatório A importância da nuvem para o setor de saúde, da Accenture, empresas mais avançadas no uso da nuvem híbrida, que combina as nuvens privada e pública, devem escalar para a pública com ajuda das healthtechs. 

A estratégia é que a nuvem pública amplie as possibilidades de negócio e até mesmo aproxime as healthtechs da internacionalização. Afinal, os serviços já estão adequados a leis internacionais e podem ser usados em serviços como streaming, processamento de dados, dispositivos de Internet das Coisas (IoT) conectados e serviços de plataforma com parceiros do ecossistema. O acesso ao 5G contribuirá ainda mais para tornar mais veloz a conexão em cloud, ampliando o mercado. 

Tanto APIs quanto a tecnologia em nuvem permitirão que as healthtechs vendam soluções para o mercado B2B2C, de acordo com o mapeamento da Abstartups e da Deloitte. 

O levantamento mostra que 57% das empresas consolidadas no setor pretendem fechar parcerias com healthtechs. A maioria delas são operadoras de saúde, farmacêuticas e hospitais. 

3. Tecnologia de prevenção

A previsibilidade é outro ponto forte das tecnologias aplicadas pelas healthtechs. Por meio de data science e predictive analytics, elas contribuem para um diagnóstico mais elaborado e na indicação de tratamentos. 

Prontuários eletrônicos podem reunir combinações de informações entre familiares, permitindo que sejam identificados fatores de risco de doenças crônicas, por exemplo. 

Um dos receios de quem atua no setor de healthtech, no entanto, é que as operadoras de planos de saúde utilizem esses dados para encarecer os custos para o paciente ou negar a liberação de serviços. 

Na gestão de hospitais e clínicas, as healthtechs podem ser grandes aliadas. Um exemplo são tecnologias como a desenvolvida pela UpFlux Process Mining, startup pioneira na mineração de processos, para identificar falhas e antecipar o número de leitos disponíveis. 

Dessa maneira, por meio de inteligência artificial e process mining, a solução ajuda a reduzir o tempo do paciente na internação, evitando o contato com possíveis infecções. 

É evidente que o futuro da saúde está na inovação e que a tecnologia é fundamental para a sua transformação. Faz parte de uma corporação em busca de aproximação com startups? Clique no banner abaixo e conheça o Membership Digital do Cubo Itaú!

Fonte: Portal Hospitais do Brasil, Startupi, Valor Econômico, Distrito, Saúde Business

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