Uma das alternativas para as startups acelerarem o seu crescimento é através do investimento anjo. Essa modalidade foca não apenas o aporte financeiro, mas principalmente o capital intelectual oferecido para as empresas de inovação — o chamado smart money.
Como empreendedor, é preciso ter em mente que a operação precisa atender alguns requisitos para chamar a atenção de um investidor-anjo. Afinal, trata-se de um investimento de alto risco, embora o retorno financeiro também seja igualmente atraente.
Mas, qual é a estrutura necessária para uma startup receber o investimento anjo? A empresa já precisa ter um produto lançado? E quais são as métricas analisadas? Para responder a essas perguntas, contamos com a parceria de Orlando Cintra, CEO e fundador da BR Angels neste artigo.
A estrutura da startup
O mais importante é que a startup possa aproveitar o smart money oferecido pelo investidor-anjo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Uma dúvida muito comum dos empreendedores é sobre a estrutura mínima para receber o investimento. Os investidores-anjos que geralmente se envolvem nesse tipo de negócio procuram startups que estejam na fase pré-operacional ou operacional, momento em que a organização precisa de mais ajuda para se colocar nos trilhos.
Na prática, segundo a equipe da BR Angels, o mais importante é que o empreendedor seja dedicado ao negócio e tenha muita paixão pelo segmento em que atua. Orlando Cintra reforça o papel que o smart money fará na operação, podendo acelerar bastante o crescimento de startups em suas fases iniciais.
Na BR Angels, o executivo comenta que a métrica de procura por negócios é bastante ampla. O investimento geralmente acontece em tickets que variam entre R$ 300 mil até R$ 5 milhões, mas há casos em que essa regra acaba sendo quebrada. Cintra destaca, porém, que um negócio de economia digital e preferencialmente escalável tem muito mais chance de chamar a atenção de um investidor-anjo.
A necessidade do produto
Mesmo sem um produto lançado, a startup ainda pode receber o aporte de um investidor-anjo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Afinal, a startup precisa ou não ter um produto lançado para receber um investimento anjo? A verdade é que essa também não é uma regra.
Quando a empresa está na fase pré-operacional ou iniciando a operação, é normal não ter ocorrido o lançamento de um produto (que pode ser físico ou totalmente digital). Pode ser que ele ainda esteja em desenvolvimento, mas com certeza já existe uma boa ideia de como ele vai funcionar.
Orlando Cintra comenta que a chegada do capital financeiro e do smart money podem ajudar exatamente na fase de criação, acelerando ou mudando a forma como o produto é desenvolvido. Para uma startup de inovação, é muito importante ter um lançamento realmente inovador. É por isso que a mentoria oferecida pelos investidores-anjos é tão importante.
A Descomplica, startup que faz parte do ecossistema Cubo e foca no sucesso dos alunos na prova do Enem, é uma das organizações que recebeu investimento-anjo em seus estágios iniciais. O método 100% digital e inovador da empresa só foi ganhar forma depois de ter sido apoiada por empresários que estiveram envolvidos na fundação de outras grandes organizações, como a Buscapé, por exemplo.
Métricas analisadas
Entenda o que um investidor-anjo analisa para investir o seu capital financeiro e intelectual. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Embora a necessidade de um produto lançado seja dispensável, isso não significa que a startup não precise entregar algo palpável para os possíveis investidores. Para demonstrar a potencialidade do negócio, um planejamento de receita futura de pelo menos três anos é um bom começo para atrair a atenção dos anjos.
Além disso, a equipe da BR Angels destaca que é desejável que o empreendedor tenha formulado a previsão de indicadores como custo de aquisição do cliente (CAC) e lifetime value (LVT). Esses são os chamados Unit Economics ou métricas de negócio, números que ajudam a trazer uma prévia do potencial da operação para os futuros investidores.
Key Performance Indicator (KPIs) — ou Indicador Chave de Desempenho — de monitoramento do sucesso da operação também são desejáveis. Isso pode incluir a quantidade de usuários, downloads, pipeline de vendas e muito mais. O importante é o empreendedor entender que o investidor-anjo não vai acreditar apenas no seu discurso. É preciso ter dados que sustentem a proposta apresentada.
Como encontrar um investidor-anjo
Grandes grupos de investidores representam a melhor alternativa para as startups de inovação. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Agora que já entendemos o que um empreendedor precisa fazer para chamar a atenção de um investidor-anjo, está na hora de explicar como esse “casamento” acontece. Na prática, existem muitas maneiras de conectar uma startup com o seu apoiador.
Pode ser que o empreendedor conheça pessoalmente um investidor-anjo e peça a ajuda diretamente. Porém, o modelo mais comum atualmente é procurar um grupo de empresários e CEOs que ofereçam um pool de investidores-anjos que podem auxiliar as startups de inovação.
Este é o modelo de negócio adotado pela BR Angels e outras empresas do mesmo nicho. Nesse formato, há benefícios tanto para os investidores — que podem diminuir o risco da operação — quanto para os empreendedores, que passam a ter acesso a um capital intelectual variado.
Essa abordagem é a mais indicada e a que mais tem realizado “casamentos” entre empreendedores e investidores-anjos. Se você é um empreendedor que está a procura desse tipo de aporte (financeiro e intelectual), procure empresas com a BR Angels ou até mesmo o Cubo Itaú para saber por onde começar.
As tendências para o mercado
Orlando Cintra comenta que essa é a tendência no mercado de startups de inovação: grupos de investidores-anjos auxiliando a operação dessas empresas com grande potencial de mudar a sociedade e o mundo. A organização comandada e fundada pelo executivo encabeça esse movimento, atendendo mais de seis mil startups por ano.
Se você é um empreendedor à frente de uma operação com um modelo de negócio promissor, considere o investimento anjo como uma possibilidade de acelerar o crescimento da sua empresa. Grandes grupos de investidores estão procurando pessoas fantásticas para depositar o seu capital financeiro e, principalmente, intelectual para auxiliar na sua operação.
Fonte: BR Angels.
