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Equity e ascensão de startups: oportunidades esperam no mercado

Escrito por Cubo | 17/11/21 17:56

Nem todas as startups precisam ter uma trajetória de crescimento acelerado, mas, para aquelas que desejam uma escalada veloz e não têm medo de encarar uma subidona "no galeto", o ideal é procurar o tipo certo de investidor. Garantir fundos por meio de equity e venture capital é uma saída para empresas que querem (e podem) ter musculatura para um desenvolvimento rápido.

Mas, para atrair tais investidores, players são desafiados a mostrar sua consistência, sua geração de valor para o mercado em que atuam, sua capacidade de inovação, dentre outras características – além de, é claro, entender qual das modalidades é a mais adequada para cada negócio.

  • Equity: é uma carta na manga que envolve investimentos de terceiros em empresas de capital fechado mais maduras, em fase de estruturação e/ou expansão de negócios. Como nada vem "de graça", as beneficiadas concedem participação no capital social.

Anderson Thees, Managing Partner da Redpoint eventures, empresa de capital de risco com sede em São Paulo, explica que, apesar de equity ser uma ferramenta ainda não dominante no mercado de startups, as grandes empresas de tecnologia já aderiram a movimentos do tipo. Na terra do Pelé, a curva de ascensão e a maturidade dos investimentos vista hoje são resultado de ações anteriores, afirma o especialista.

“Estamos em um momento muito especial quando falamos do ecossistema [de investimentos] no território. Crescemos mais ou menos 10 vezes nos últimos cinco anos”, conta o profissional, indicando que a alavancada aconteceu em meio a diversos obstáculos políticos e sociais. “De todo modo, é difícil afirmar se provavelmente cresceremos mais 10 vezes nos próximos cinco anos, se isso ocorrerá mais rápido nos próximos três ou se o processo será mais devagar”, pondera Thees.

Ainda assim, acredita que não há muito o que questionar quanto a uma evolução semelhante. “Já era uma realidade, e a pandemia só reforçou essa tendência. As condições se apresentaram e os empreendedores souberam aproveitá-las. Oportunidades se tornaram responsabilidades, e tendências se tornaram necessidades.” 

De acordo com ele, a construção econômica do País se baseará muito no desempenho da digitalização de empresas, e as startups e equity fazem parte do jogo. 


Ecossistema de investimentos vive momento especial no Brasil. (Fonte: Freepik/Reprodução)

 

Cenário de investimento brasileiro

O executivo destaca que a quantidade de oportunidades será “absurda” daqui para frente, especialmente no campo de infraestrutura. A previsão se baseia, também, na abundância de um recurso fundamental à inovação: os problemas. “São matérias-primas para empreendedores e às teremos de sobra em regiões emergentes.”

Segundo ele, se você vai entrar em um mercado que não existe, será muito mais fácil ocupar a liderança e seu produto agregar um montante enorme de valor. Por exemplo:

  • Em países desenvolvidos, com segmentos maduros, novidades geram ganho marginal; já em economias em desenvolvimento, lançamentos chegam a representar a diferença entre haver ou não haver um serviço. 

Thees também salienta que aquelas empresas que se valem de equity hoje tendem a se destacar ainda mais amanhã. Imagine se não tivéssemos um ecossistema pronto para sustentar a digitalização de diversos setores durante a pandemia? O especialista afirma que é importante sempre investir na base das tecnologias, criando um campo fértil para quando as inovações se fizerem necessárias.

“Com a covid-19, tivemos um empurrão. Muita gente que não necessariamente participaria deste mundo tecnológico ficou sem escolha e começou a experimentar facilidades oferecidas por aplicativos, coisa que talvez nunca fizessem. Ainda não vimos os resultados deste movimento. Há reflexos importantes, como a valorização de big techs, mas acho que vem muito mais por aí”, aposta.

Startups encontram terrenos férteis para oportunidades. (Fonte: Freepik/Reprodução)

“Turnê mundial”

“O empreendedorismo era considerado uma anomalia e, agora, é uma banda de rock”, brinca Thees. O surgimento constante de fundos de capital que garantem, a cada dia, a expansão de equity a negócios de diversas áreas e em várias etapas é uma vantagem que auxilia startups a se tornarem protagonistas. 

Além disso, complementa o especialista, empresas têm, hoje, uma acessibilidade muito maior para tirarem ideias do papel e solidificarem seus negócios. De todo modo, para que um negócio não tropece no meio do caminho, Thees explica que ele deve eliminar riscos de sua atuação a cada etapa de investimento (desde a inicial até a aceleração e consolidação). 

Isso aumenta o valor de uma startup, algo que ocorre em períodos pré-definidos e que revela a maturidade e o alcance de resultados. Então, o que se inicia como uma caminhada de bairro pode, aos poucos, virar uma maratona mundial. Por exemplo, não sabendo que era impossível, a Digibee foi lá e fez

Antes disso, uma tarefa de casa: “A capacidade de atração de nossas soluções têm de melhorar muito. Não temos tradição em empresas globais de tecnologia. Isso vai ter de ser criado. É uma fase que precisamos vencer”, finaliza Thees.