Iniciativa privada ajuda a levar o ensino para mais pessoas

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Um dos pilares de qualquer sociedade é a educação. Por isso, não é segredo para ninguém que investimentos nessa área trazem bons frutos para a nação ao longo dos anos em praticamente todas as áreas – o que inclui a economia, o que quase pode ser considerado um retorno do investimento.

Além do preparo oferecido pela educação pública, a iniciativa privada tem ajudado a revolucionar ainda mais esse pilar em nosso país com a oferta de cursos e metodologias novas – especialmente aquelas baseadas em tendências tecnológicas. Dessa forma, temos experimentado uma comoditização do ensino, fenômeno que tem aproximado todos do sonhado ensino de qualidade.

Uma das empresas que tem contribuído para isso é a Descola, edtech fundada e comandada por André Tanesi. A startup de educação se concentra em oferecer aos estudantes uma experiência de aprendizagem totalmente diferenciada, permitindo que a transformação do ensino acompanhe as pessoas ao longo de suas vidas.

Mas como a educação tem se tornado uma commodity em nossa sociedade e que desafios existem para acelerar esse processo? E que perspectivas há para o sistema de ensino e como a iniciativa privada está se preparando para lidar com o futuro?

O sistema educacional hoje


Há muitos desafios a serem superados no sistema educacional atual. (Fonte: Shutterstock)

Não é um segredo para ninguém que o sistema educacional enfrenta uma série de desafios. De acordo com André, um dos maiores é a dificuldade de acesso por parte da população mais carente, que precisa batalhar para conseguir um ensino de qualidade e estar preparada para entrar nas melhores universidades.

Além disso, o fundador da Descola também indica a falta de acesso aos recursos tecnológicos disponíveis como outro desafio importante a ser superado. Esse não é um caminho básico e óbvio, especialmente se levarmos em conta a situação de diversas escolas em nosso país. Mas essa tese geral da inserção digital realmente pode trazer benefícios para o sistema educacional como um todo, como a facilidade de acesso aos meios de ensino e elevação do nível de escolaridade das pessoas.

A defasagem no método de ensino também pode ser apontada como outro problema. Ainda ensinamos os alunos da mesma forma como eles aprendiam no século passado. A pandemia mostrou que as mudanças nesta metodologia podem ser eficientes, especialmente quando exploramos as tendências tecnológicas que estão disponíveis.

O papel da iniciativa privada


Os avanços tecnológicos estão ajudando a democratizar o acesso ao ensino. (Fonte: Shutterstock)

André Tanesi argumenta que, quanto mais tecnologia, mais longe o sistema de ensino pode chegar. Dessa forma, mais pessoas têm acesso à educação e se tornam mais preparadas para enfrentar os desafios da vida — seja a procura de um emprego, seja a simples necessidade de lidar com contas no dia a dia.

É por isso que os avanços tecnológicos são encarados como uma ferramenta equalizadora na educação. É verdade que isso não resolveu todos os problemas do sistema educacional. O CEO da Descola reconhece que existe um gap educacional muito grande em algumas áreas e mesmo as tecnologias mais avançadas não conseguem cobrir esse “rombo”.

É por isso que André enxerga um papel importante da iniciativa privada na construção de um sistema de ensino de qualidade. Ele também questiona o formato atual do Ensino Superior, que infelizmente não consegue trazer profundidade para os alunos em diversas frentes importantes do mercado de trabalho.

Um dos diferenciais das EdTechs — como é o caso da Descola — é o seu foco na educação, capacitação e formação prática dos profissionais. Com base nessas iniciativas, André observa que a tendência é que as empresas passem a ter áreas de educação internas que incentivem o ensino continuado de seus colaboradores. 

Ensino híbrido como uma realidade


Forçados pela pandemia, o ensino remoto e o híbrido oferecem muitas vantagens. (Fonte: Shutterstock)

A pandemia apresentou desafios gigantescos para diversos setores, mas na educação acabou destacando um aspecto positivo: as vantagens e possibilidades do acesso remoto. André Tanesi destaca algumas vantagens desse formato, como a possibilidade de chegar a mais pessoas, espalhar o conteúdo dos melhores professores e tornar o ensino algo mais acessível.

Ele reforça que o ensino digital, portanto, representa uma alternativa para vencermos as dificuldades de educação no país, mas essa não é a solução definitiva. O fundador da Descola aponta a falta de vivência proporcionada pela educação/formação presencial como um dos maiores pontos negativos a serem superados — o que, em parte, poderia ser resolvido por um sistema híbrido de ensino, que mistura encontros presenciais e online.

No final das contas, o melhor dos dois mundos – digital e presencial – precisa ser explorado para oferecer um ensino de qualidade. Há vantagens e desvantagens para cada um dos lados, motivo pelo qual o método híbrido pode entregar os melhores resultados para o aprendizado dos alunos.

Perspectivas para o futuro


A personalização do ensino e conteúdo de maior qualidade são duas tendências para o futuro. (Fonte: Shutterstock)

André Tanesi observa uma tendência de movimento do mercado na compra de startups por grandes grupos ou fusões entre empresas. Esses fenômenos têm acontecido com frequência (e vão acontecer ainda mais) porque as companhias de inovação possuem muito potencial para revolucionar o sistema educacional, o que o fundador enxerga como positivo.

Isso levanta um sinal de alerta para investidores e empreendedores de educação que estão à frente de iniciativas inovadoras nesse segmento. Trata-se de um nicho que pode ser amplamente explorado e com um potencial gigantesco de se tornar uma opção rentável para venda ou fusão com grandes grupos educacionais no futuro não tão distante. Outro bom exemplo do que pode acontecer é o investimento que UOL Edtech (solução de educação pertencente ao Grupo UOL) recebeu do Volpe Capital.

O fundador da Descola também prevê que o processo de comoditização e personalização acontecerão juntas. O conteúdo estará disponível em maior quantidade, mas ele poderá ser adaptado a partir das necessidades dos alunos. Um exemplo que ele dá é a oferta de módulos específicos, construídos a partir de cursos que já estão prontos, que podem atender a proposta de formação individualizada.

Ele batiza esse formato de “trilhas de conhecimento”, algo que veio para ficar, em que cada um poderá percorrer um caminho diferente do outro. Mas isso só é possível, de acordo com Tanesi, exatamente porque vamos atingir uma escala na produção de conteúdo e teremos maior capacidade de enxergar as necessidades específicas de cada um para criar esses módulos individuais. 

E para você, quais são as perspectivas mais aguardadas para a educação? Que tecnologias podem ajudar a democratizar ainda mais o acesso ao ensino? 

Fonte: Descola.

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