Do financeiro à gestão de pessoas, muitos fatores influenciam na derrocada ou na ascensão de uma startup. Mas são as pessoas envolvidas com a empresa que, no final do dia, ajudam a "manter a máquina girando". Por isso, cultivar e aprimorar essa relação é crucial.
Em tempos de demissão silenciosa (quiet firing, em inglês), a forma como gestores conduzem o relacionamento com os demais colaboradores se torna um elemento de influência direta na capacidade da empresa de criar uma cultura de inovação forte o suficiente.
Para te ajudar a entender como esse olhar atento aos profissionais contribui com a evolução cultural das empresas, o Cubo preparou este texto com o significado e as características do feedforward, conceito que apoia a gestão focada no desenvolvimento dos talentos!
Gestão de pessoas é o 1º passo
Falar sobre o futuro é uma questão intrínseca do setor tecnológico, que está sempre de olho nas previsões futuras do mercado e dos hábitos de consumo, a fim de desenvolver ideias cada vez mais inovadoras e lucrativas.
Mas, muitas vezes, quando o assunto são os profissionais em si, essa visão a longo prazo fica de "escanteio". O movimento da demissão silenciosa é um exemplo desse cenário e demonstra como condutas frias e pouco abertas ao diálogo de gestores podem prejudicar a rotina e a capacidade de inovar.
Uma boa gestão mantém o ambiente de trabalho organizado, além de ser vantajoso pelos seguintes motivos:
- estimula a motivação dos profissionais;
- melhora o relacionamento entre todos os colaboradores;
- aumenta a produtividade e, consequentemente, o lucro;
- retém talentos e facilita a entrada de novos funcionários.
Para a inovação acontecer, é preciso que as empresas estabeleçam culturas organizacionais. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Dentro desse modelo, o feedback é uma atividade comumente usada para que lideranças conduzam uma comunicação transparente na análise de processos passados, em que são elencados pontos positivos e negativos de cada colaborador.
No entanto, o conceito vem sendo substituído ou mesmo complementado por outras ferramentas gerenciais a fim de melhor desenvolver cada profissional, como o feedforward.
Feedforward: o que é
Existem founders que estão à frente de uma nova dinâmica nos negócios, considerando os colaboradores como parte fundamental no crescimento empresarial, sendo que esses profissionais comumente recebem incentivos para renovar ou aprofundar os seus conhecimentos.
O grande diferencial dessa abordagem é o olhar para a frente, com foco em capacitar, desenvolver e apostar nos profissionais "da casa". Uma das ferramentas que mais vêm sendo usada nesse sentido é o feedforward, conceito que alinha as necessidades de cada profissional às do negócio.
Assim, as lideranças fazem análises comportamentais de seus funcionários para desenvolver um plano de ação com foco em hard e soft skills, além de considerar a vida pessoal e a emocional de cada pessoa.
Feedforward promove relação de confiança entre empresa e colaborador. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O conceito se diferencia do famoso feedback, construído com base em atividades já realizadas e no resultado delas, tanto em termos de entrega como de comportamento, pois no caso do feedforward, os esforços se centram nas possibilidades futuras, considerando o momento presente e a confiança em cada colaborador — questões cruciais para promover uma cultura de inovação participativa e descentralizada.
Feedforward beneficia colaboradores e startups
Por mais que a aplicação de diferentes métodos, ferramentas e conceitos na gestão de pessoas possa parecer confuso para algumas lideranças e, especialmente, focado exclusivamente no colaborador, os ganhos são importantes para ambas as partes.
As vantagens são:
- para o profissional — promove o bem-estar, o autoconhecimento, a satisfação profissional e, consequentemente, pessoal, além de aumentar o engajamento;
- para a empresa — reduz o turnover, propicia um ambiente de colaboração, aumenta a competitividade dentro do mercado e estimula a inovação.
Como aplicar o feedforward
Nesse modelo, o caminho não é traçado somente pela perspectiva do gestor. Pelo contrário, as necessidades da empresa e do colaborador devem ser levadas em conta.
Assim, para aplicar o conceito em uma startup, o primeiro passo é estabelecer diálogos transparentes, saudáveis e realmente produtivos, pois o tom de voz, a temática das conversas e a forma como elas são conduzidas são elementos importantes para uma relação de troca e confiança.
Com esse aspecto bem resolvido, basta seguir três fatores-chave para aplicar a cultura de inovação baseada no feedforward. Conheça-os a seguir.
1. Comportamental
A base desse modelo gerencial é o perfil comportamental dos colaboradores, por meio do qual é possível associar as áreas do negócio que melhor se conectam à cada pessoa, oferecendo treinamentos e possibilitando que desenvolvam diferentes conhecimentos.
Estimular a reflexão é crucial para colaborar com a criação de um plano de ação individual, de acordo com a forma como as pessoas enxergam a interação entre os objetivos de vida e os profissionais.
2. De transformação
A autoestima profissional é importante para que as pessoas produzam com maior satisfação e tranquilidade, diminuindo os impactos nas saúdes mental e física. Tudo isso ajuda a promover a confiança tanto da empresa com o colaborador quanto dele com si mesmo, a fim de que se sinta confortável para crescer na startup.
3. De futuros
Quando a orientação aos funcionários demonstra que as necessidades deles são importantes para o negócio, o desenvolvimento profissional se torna mais acessível e palpável, aumentando a produtividade e o autoconhecimento.
Dessa forma, os colaboradores passam a se enxergar sob outras lentes, conseguindo entender a importância da própria colaboração dentro da cultura de inovação da empresa.
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Fonte: Distrito, Aevo, Sólides