Retailtech: o que é e tendências em tecnologia no varejo
O conceito de retailtech se refere às startups que desenvolvem soluções para o varejo. Essas empresas de base tecnológica têm um papel fundamental no acompanhamento das mudanças no comportamento do consumidor, que têm transformado a indústria varejista nos últimos anos.
O potencial da digitalização do setor fica evidente ao observar a evolução no e-commerce no país. Em 2022, o comércio eletrônico brasileiro faturou mais de R$262 bilhões, um aumento de mais de 30% em relação a 2020, segundo levantamento da NielsenIQ Ebit.
Mas a aplicação da tecnologia não se restringe aos meios digitais. Diversas soluções também intermediam e buscam melhorar a experiência dos consumidores no varejo físico. Confira a seguir o que são retailtechs e como elas estão ajudando a transformar o segmento!
Retailtech: o que é?
Retailtechs são startups que desenvolvem tecnologia para otimizar o mercado de varejo. As soluções ajudam na produtividade do setor, contribuem com insights de melhoria na gestão dos negócios e atendem às mudanças de consumo.
Entre as dores do segmento que elas ajudam a solucionar, estão as operações logísticas e o atendimento ao consumidor.
O conceito de retailtech abrange as transformações no varejo proporcionadas pelas startups e suas soluções tecnológicas.
O setor de retailtechs tem expandido exponencialmente. De acordo com uma pesquisa realizada pela Google em parceira com a Euromonitor, estima-se que o e-commerce cresça 42% no Brasil até 2025. O varejo é o grande catalizador, respondendo por 39% do aumento nas vendas.
O estudo The Fast Track to Digital Marketing Maturity, da BCG, indica ainda que empresas mais maduras que se digitalizam e incluem as retailtechs nas rotinas conseguem aumentar em até 18% os lucros. Além de dobrarem a presença no mercado, conseguem reduzir 29% dos custos.
Panorama de digitalização do varejo
Apesar dos avanços nos últimos anos, ainda há muito o que progredir na digitalização do varejo, e as retailtechs podem ajudar nisso. Segundo a Deloitte, alguns dos aspectos que devem ser priorizados pela indústria em engajamento digital são:
- melhorias na experiência do consumidor;
- estratégias DTC (direct to consumer, em tradução livre, direto ao consumidor);
- aprimoramento da interação com consumidores.
O comportamento evidencia a possibilidade das retailtechs apostarem na melhoria de marketplaces, e-commerce e outros canais de venda. Há ainda oportunidades em segmentos específicos: uma pesquisa da McKinsey mostra que o varejo alimentar online, por exemplo, deve crescer nos próximos anos.
Já é possível observar o ingresso de supermercados e pequenas lojas em aplicativos de delivery. Grandes marcas de alimentos também estão investindo em marketplaces e e-commerce. Outras iniciativas, como a compra por assinatura, também estão crescendo, pois garantem comodidade e possibilidade de descontos.
Além do comércio eletrônico, as retailtechs criam soluções tecnológicas para o varejo físico.
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Tendências em retailtech
O investimento em tecnologias que ajudem a acompanhar o comportamento do consumidor é fundamental para a consolidação da digitalização do varejo. A seguir, elencamos algumas tendências do segmento!
1. Inteligência artificial
A inteligência artificial (IA) é a grande aliada para captar dados e compreender como as retailtechs refinam a jornada dos shoppers. Por meio do uso de dados, com consentimento dos compradores, lojas podem melhorar a disposição de produtos em lojas físicas, por exemplo, acompanhando as preferências de cada pessoa.
2. Personalização do atendimento
Outro resultado do uso da IA pelas retailtechs é a antecipação do comportamento do consumidor e adaptação mais assertiva de seus interesses e das melhores formas de pagamento.
Já é comum as lojas virtuais apresentarem produtos relacionados ou enviarem e-mail marketing quando um carrinho é abandonado. Porém, essa tecnologia pode ser ainda melhor.
A inteligência artificial tem aplicações que vão além da relação B2C. Há retailtechs que usam os dados para construir estratégias de Business Intelligence (BI) e de Machine Learning.
As aplicações de inteligência artificial no varejo possibilitam a personalização do atendimento dos consumidores.
Essas soluções ajudam, por exemplo, a mapear o estoque em tempo real. Dessa maneira, assim que a IA alerta que algo está em falta, a empresa é notificada para repor.
3. Precificação mais precisa
Outra possibilidade para o uso dos dados coletados por IA é na precificação mais precisa ou no controle das mudanças de preços, que podem ser ajustados conforme o fluxo de saída ou interesse maior dos consumidores em produtos específicos.
4. Realidade aumentada (RA) e lojas virtuais
Tecnologias como a Realidade Aumentada (RA), que melhoram a experiência de compra, estão em alta. A RA permite que o shopper experimente peças de roupa e acessórios de forma virtual. É uma oportunidade de ter uma ideia de como o produto é "fisicamente".
A possibilidade de visitar virtualmente uma loja também contribui para a comodidade do shopper. Conhecer o espaço a um clique de distância é uma forma de melhorar a experiência e atraí-lo para a conversão.
5. Reconhecimento por imagem
O reconhecimento por imagem também é muito usado por retailtechs. A tecnologia ajuda desde a organização das gôndolas de lojas, supermercados e farmácias, com base no comportamento do shopper, até acompanhamento de concorrentes.
Além disso, é possível evitar a ruptura de estoque. Para o varejo físico, as ferramentas de gestão e de trade marketing também são peças-chave nesse sentido.
As soluções em retailtech também ajudam a otimizar processos de controle de estoque no varejo.
6. Chatbots
Chatbots também são um tipo de IA desenvolvida por retailtechs. Eles ajudam a tirar dúvidas dos consumidores e a evitar o abandono de carrinho. Os robôs também indicam produtos conforme o perfil do shopper, atuam no acompanhamento de envio de compras e na satisfação do comprador.
7. Omnichannel e variedade de canais de venda
O retorno ao consumo presencial possibilitou que as retailtechs sejam importantes na convergência entre múltiplos canais de venda. Segundo pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, durante a pandemia a compra por aplicativos conquistou 22 milhões de novos consumidores no Brasil.
A ominicalidade e as estratégias phygital possibilitam que o cliente seja cada vez mais o centro da tomada de decisões. Ele pode adquirir um produto por um meio digital e, caso não goste, trocar em uma loja física. Resumidamente, é uma forma de possibilitar múltiplas escolhas para os shoppers.
Deu para ver que retailtech já é mais do que uma realidade e que a evolução do varejo com apoio dessas startups só tende a crescer, né? As soluções dessas startups continuarão impactando cada vez mais tanto o comércio eletrônico como o físico.
Para conferir mais conteúdos sobre a transformação tecnológica em outros segmentos de mercado e o universo das startups, continue acompanhando o blog do Cubo!
Fonte: Neogrid, McKinsey, Valor, BCG, Think Google, Deloitte