Assim como precisamos nos reinventar para acompanhar o “novo normal”, o mesmo também aconteceu com as empresas de varejo. E os ecossistemas terceirizados foram um dos grandes responsáveis por aprimorar a entrega de diversas comodidades para essas empresas.
A ascensão do e-commerce — que jogue a primeira pedra quem não gosta de uma comprinha online — obrigou desde os pequenos comerciantes até grandes varejistas a buscar inovações no mercado, a fim de expandir suas capacidades de entrega e propiciar um atendimento mais eficiente ao cliente final. Afinal, mais eficiência é igual a mais engajamento.
Para se ter uma ideia desse crescimento acelerado, basta olhar para os números — e que números! As vendas do comércio digital brasileiro atingiram R$ 53,4 bilhões só no primeiro semestre de 2021, segundo pesquisa realizada pela empresa de análise de dados Nielsen. A pandemia só fortaleceu um setor que já vinha se mostrando muito forte!
E para lidar com essa demanda, foi preciso repensar as cadeias distributivas no País. Mateus de Abreu, diretor da Randon Ventures, unidade de investimento em startups das Empresas Randon, acredita que as logtechs — como são chamadas as empresas de tecnologia atuantes na área de transporte e logística — ganharam protagonismo no cenário pandêmico, porém ainda é preciso reavaliar suas funcionalidades para além dos grandes ecossistemas, olhando também para os pequenos negócios.
Batemos um papo com ele sobre a modernização do setor logístico, como as indústrias vêm se adaptando e quais as expectativas para o futuro do varejo. Que tal algumas dicas valiosas para colocar em prática no seu negócio? Se liga!
As startups logísticas se tornaram protagonistas para a modernização dos serviços de deliveries. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
A revolução do setor logístico no pós-pandemia
Se você sentiu na pele as dificuldades impostas pelas restrições da Covid-19, é bem provável que esteja em busca de soluções práticas para fidelizar o cliente final do seu negócio. E esse cliente está cada vez mais exigente, seja em busca de serviços mais ágeis ou relacionamentos duradouros com as marcas que consome.
É nesse ponto que entram em cena os ecossistemas terceirizados, um grande aliado para empresas do e-commerce. É quase impensável deixarmos de fora um de seus principais “carros-chefes”: o setor logístico.
As logtechs são o principal elo entre varejistas e consumidores. Sua empresa faz parte desse escopo? Então, o mercado está mais do que aquecido!
Isso porque, em 2020, mais de 283 startups logísticas passaram a funcionar no Brasil, segundo dados divulgados pelo Distrito Logtech Report. O número impressiona, mas espere só até conferir os valores. O aporte financeiro injetado nesta área atingiu US$ 187 milhões. Segundo a mesma pesquisa, o setor das logtechs que mais recebe investimentos é o de entrega — totalizando 80% dos aportes.
Como aproveitar o “boom” logístico para atrair e reter
Porém, mais do que simplesmente realizar entregas, as startups de logística devem atender a uma demanda cada vez mais exigente, tanto por parte do varejo quanto por parte dos consumidores. E é aí que começa o desafio: oferecer soluções práticas, rápidas e eficazes para suprir demandas em tempo hábil.
“Durante a pandemia, mesmo quem não era tão próximo das plataformas digitais se viu obrigado a consumir por meio do online e acabou gostando da experiência. Agora, essas pessoas querem receber suas entregas de forma rápida e com qualidade”, pontua Abreu.
Portanto, se a sua startup surgiu por conta de uma demanda de apoio ao varejo, o contrário também acontece. Afinal, as empresas varejistas necessitam um trabalho em conjunto com as logtechs para crescerem de maneira global, a fim de formar um grande ecossistema integrado e otimizado. Ou seja: é hora de unir forças!
A união faz a força! Logtechs e varejistas devem trabalhar em conjunto para garantir um serviço eficiente e moderno para o consumidor final. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Como elevar o nível de maturidade no setor
Independentemente do tamanho da sua empresa, a verdade é que sozinho dificilmente é possível dar conta de uma demanda eficaz. Por isso, contar com a ajuda de colaboradores terceirizados pode ser o caminho ideal para continuar crescendo em um mercado cada vez mais competitivo.
Mas afinal, como implementar isso? Primeiro, vamos imaginar a seguinte situação: Quando seu cliente compra um guarda-roupas pela internet, uma gama de setores é acionada para preparar o pedido, a embalagem e toda a logística necessária para ele chegar intacto e em tempo ágil até o destino final.
É nesse momento que os ecossistemas terceirizados fazem a “ponte” entre o varejo e o consumidor, funcionando de maneira integrada. Você otimiza os processos de distribuição e expande os negócios – é o famoso win-win!
No fim das contas, ganha o cliente e também o seu negócio, que passa a ser bem visto por prestar um serviço rápido, prático e eficaz.
E como incorporar serviços voltados para a otimização de processos em um cenário relativamente novo? Segundo o diretor da Randon Ventures, é preciso uma estratégia em conjunto.
“Mesmo os maiores conglomerados do varejo perceberam que é preciso utilizar, além da frota própria, transportadoras parceiras e ecossistemas terceirizados para expandir os seus negócios. Porém, é preciso investir em capacitação e uma gestão sólida entre todas as áreas”, reitera Abreu.
Mesmo os pequenos negócios podem se beneficiar para se expandir. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
As vantagens dos serviços digitais para os pequenos negócios
Se você acha que essa revolução no e-commerce atinge só as grandes empresas, vamos logo dizer que não. O pequeno comércio também pode se beneficiar (o Olist, startup unicórnio, é expert no tema), quer ver só?
Segundo estimativas apontadas pelo Sebrae, cerca de 60% das empresas online fecham no primeiro ano de funcionamento. Uma das principais causas desse problema é a falta de uma logística bem planejada. E é por isso que as logtechs são vistas como um advento importante para o mercado dos pequenos e médios negócios.
De acordo com Mateus de Abreu, tão importante quanto integrar ecossistemas em conglomerados varejistas já consolidados, é gerar oportunidades para os pequenos comércios se desenvolverem:
“As startups têm um papel significativo na expansão dos pequenos e médios negócios. Elas conseguem diminuir a disparidade entre os líderes do mercado e os pequenos e médios varejistas, propondo soluções para operacionalizar os processos”, afirma o diretor.
As startups de inovações tecnológicas contribuem para a otimização completa dos negócios locais de qualquer tamanho, por meio de ferramentas que facilitam desde o atendimento até a entrega de serviços e produtos. Todo esse processo é realizado de forma automatizada, rápida e agilizada — tudo para que o seu cliente final receba seu produto ou serviço rapidinho e faça uma bela review sobre.
Os ecossistemas terceirizados promovem menor disparidade entre os varejistas e democratizam o mercado. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
A modernização dos sistemas com a ajuda das startups
Como é possível observar, os ecossistemas terceirizados são apenas uma das ferramentas que podem — e devem — ser utilizadas pelo mercado varejista com a intenção de potencializar as relações no e-commerce.
Porém, para que essa cadeia de recursos funcione de maneira integrada, é preciso investir na captação de toda a rede responsabilizada por implementá-la. Afinal, de nada adianta investir em estrutura e não saber aplicar as ferramentas, não é mesmo?
Os desafios do setor são inúmeros, a começar pela escassez global de recursos que afetou o varejo nos últimos anos. Se você sentiu no bolso, não pense que está sozinho nessa! “Precisamos de um trabalho de base para lidar com as altas e baixas do mercado, por meio de programas de capacitação e redes de apoio logístico”, afirma Abreu.
E apesar de as logtechs serem startups de inovação tecnológica, elas funcionam basicamente por meio de pessoas. Por isso, é imprescindível que os profissionais estejam alinhados para entregar as melhores soluções para o mercado. E de novo: para que o seu cliente final tenha a melhor experiência possível do começo ao fim.
“Estamos avançando e precisamos de iniciativas compartilhadas entre poderes público e privado, além de pesquisadores e técnicos que contribuam para o fortalecimento dos ecossistemas. A inovação por si só não é o suficiente se não for aplicada corretamente”, ele finaliza.
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Fonte: Sebrae, Distrito Logtech Report, Nielsen, Randon Ventures.