Logtech: como startups de logística podem se tornar essenciais?

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O setor de logística é um dos mais importantes em qualquer empresa. Trata-se do departamento que faz o controle de diversas frentes, desde o estoque e armazenamento, até a distribuição e transporte. Porém, assim como vários setores da indústria, ele precisa passar por algumas mudanças importantes para se tornar compatível com o mundo moderno.

As logtechs, por exemplo, são startups de logística que entenderam que não podem desempenhar suas funções da mesma forma que em uma empresa tradicional. Para tanto, é preciso inovar, buscar novas formas de revolucionar esse setor tão importante para a indústria e as organizações.

Uma das empresas que tem seguido esse caminho é a Abbiamo, logtech fundada em 2020, 100% focada na experiência do consumidor. Aurelio de Padua, CEO e cofundador da startup, nos ajudou a entender como as companhias de logística podem trabalhar para ganhar cada vez mais espaço na indústria e reforçar o seu papel essencial no mercado.

O problema da logística atual


Para prosperar, as startups de logística devem focar na experiência do consumidor final. (Fonte: Shutterstock)

Quando pensamos no contexto atual do setor logístico, é possível identificar alguns problemas que prejudicam a experiência do consumidor final. Isso fica evidente quando existe o papel de uma transportadora, por exemplo, empresa que geralmente está interessada em servir a marca – e não o cliente final. De acordo com Aurelio, esse processo logístico pode causar uma série de conflitos, já que todos querem gerar valor, mas para pessoas diferentes. 

Quando existe um atraso de entrega, o consumidor reclama com a marca, que precisa buscar a transportadora para obter respostas. Se a logística da empresa de encomendas está dentro dos parâmetros normais, o problema não pode ser solucionado é o cliente que acaba saindo insatisfeito nessa situação.

É claro que não existe uma solução fácil e simples para resolver esse problema. O próprio CEO da Abbiamo admite que existe uma série de caminhos possíveis para se lidar com todos os desafios do setor. No entanto, ele destaca que o foco no consumidor final é o diferencial das logtechs que querem prosperar nessa nova fase da logística corporativa.

B2B4C: O novo formato do setor logístico

A mudança de foco definitivamente vai trazer mudanças significativas para o setor. Aurelio acredita que essas transformações vão passar pelo conceito de B2B4C (Business to Business for Customer), algo que resolveria o problema de conflito entre marca, consumidor e a empresa de entrega – além de trazer soluções para outras questões do setor logístico.

Em vez de contratar uma transportadora convencional, as empresas que querem oferecer a melhor experiência para os consumidores vão mudar de estratégia. Elas começarão a se preocupar com a exposição da marca em um dos momentos que o consumidor está mais ansioso e atento, a jornada de entrega. Hoje, em grande maioria, a "marca" que entrega não é a mesma "marca" que vende, o que já gerou problemas para o setor.

A ideia é oferecer uma “marca de logística” para os lojistas, disponibilizando as ferramentas necessárias para que eles personalizem todo o processo de entrega (e não somente a entrega). Ao comprar um produto em uma determinada loja, o consumidor terá a impressão de que a empresa é a responsável por todo o processo logístico, o que já acontece com grandes players do mercado.

Como uma logtech pode se tornar essencial para o mercado?


Uma empresa de logística tradicional precisa buscar a digitalização e foco no consumidor final. (Fonte: Shutterstock)

A Abbiamo tem a sua estratégia para isso acontecer — o que explicamos superficialmente acima —, mas essa não é necessariamente uma fórmula a ser seguida por toda logtech. Contudo, segundo Aurelio, a entrega de valor certamente é um aspecto com o qual as empresas precisam se preocupar caso queiram sobreviver em um universo tão concorrido como o de logística e transporte.

As otimizações e incrementos no processo de armazenamento, estocagem, distribuição, transporte e entrega precisam acontecer tendo em vista o consumidor final. Nesse sentido, Aurelio ressalta a importância da digitalização, algo que é essencial para o avanço dentro desse segmento. É impossível imaginar uma empresa de logística que hoje não confia nos avanços tecnológicos para crescer e expandir.

Para empresas que ainda não entenderam essa dependência da tecnologia, o CEO da Abbiamo destaca que o processo de digitalização precisa ser gradual e focado em otimização — sem deixar de lado aspectos como economia e segurança. Uma logtech que nasceu no período de transformação digital precisa obrigatoriamente contar com esses mecanismos.

Aurelio também comenta que a digitalização precisa estar vinculada à otimização da experiência do consumidor. Um bom exemplo é aproveitar as ferramentas de conectividade para oferecer um acompanhamento em tempo real das entregas e encomendas de um determinado cliente — algo que a Abbiamo faz muito bem.

Logtech e o meio ambiente


O meio ambiente é uma preocupação recorrente entre as empresas de logística. (Fonte: Shutterstock)

O cuidado com a natureza é um dos pilares do mundo moderno e uma logtech não pode deixar de ter um olhar para esse lado. Preocupar-se com o meio ambiente também é uma forma de entregar valor para o consumidor final, um perfil de cliente que está se tornando cada vez mais consciente com a busca de soluções que preservem os recursos finitos que temos à disposição.

É claro que nenhuma empresa vai, de uma hora para outra, substituir a sua frota inteira por veículos elétricos para preservar o meio ambiente. Além de inviável, essa é uma estratégia que desconsidera o que foi dito alguns parágrafos acima sobre otimizações graduais e que possam impactar diretamente a experiência do usuário final.

Porém, o CEO da Abbiamo destaca que a alta no valor dos combustíveis pode ser um catalisador para uma mudança na forma como lidamos com os processos logísticos. A diferença no valor de aquisição de modais e veículos elétricos em comparação aos meios tradicionais de transporte pode se tornar cada vez menor, favorecendo essas alternativas menos poluentes.

Porém, a logtech precisa analisar e entender exatamente como essa preocupação deve se encaixar dentro do seu processo. Afinal, estamos falando de um mercado que está precisando passar por mudanças profundas em diversas frentes, e não somente no cuidado com o meio ambiente.

O impacto da pandemia e as perspectivas para o futuro


O futuro do setor logístico está na digitalização e foco no consumidor final. (Fonte: Shutterstock)

Não é uma novidade para ninguém que a pandemia aumentou o fluxo de compras online e a exigência de processos logísticos organizados para atender as demandas. Nesse sentido, os últimos meses devem ter sido muito desafiadores para as empresas que não estavam preparadas para escalar rapidamente e com processos bem estabelecidos.

A logtech criada por Aurelio nasceu durante a pandemia, por isso foi pensada exatamente para crescer em um mundo onde as compras online prevalecem. A mudança de comportamento de compra impactou negócios de uma forma que ainda está sendo compreendida, mas a startup de logística surfa uma onda positiva desde sua criação, exatamente por conta de sua abordagem inovadora.

As empresas que querem experimentar esse mesmo fluxo positivo precisam se preparar para essa nova fase do setor logístico. A digitalização dos processos analógicos é uma das chaves para superar os principais desafios impostos pela mudança forçada que diversas empresas precisaram enfrentar.

Para o futuro, a Abbiamo acredita que as entregas serão feitas ainda mais rápidas e com foco ainda maior na experiência dos consumidores. Isso tem acontecido em diversos segmentos e tem chegado aos poucos na área de logística e transporte, impactando significativamente como as empresas atuam nesse setor.

Fonte: Abbiamo, Intelipost.

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