Como o storytelling pode impulsionar a estratégia de startups
Qual é a história da sua startup? Como você começou a empreender? Quantas pivotagens, vitórias e fracassos fazem parte da sua jornada? Uma história bem contada é inesquecível e o storytelling é uma técnica que ajuda a contar a trajetória de uma marca.
O método pode ajudar startups a narrar o próprio percurso, engajando o público-alvo ao se conectar com ele. Essa estratégia de marketing é uma ferramenta para fortalecer o branding de uma empresa e construir autoridade, além de emocionar.
Qual é o impacto do storytelling?
Startups que comunicam bem a própria jornada conseguem estabelecer laços com o público. Além de serem lembradas, as histórias mexem com a atividade cerebral e geram empatia em quem as lê.
Um estudo da Harvard Business Review (HBR) estima que 71% dos consumidores recomendam empresas com as quais têm conexão emocional. A estratégia do storytelling ajuda a gravar a marca e o propósito dela no público. Ainda de acordo com a pesquisa da HBR, as pessoas lembram 22 vezes mais uma história do que itens em uma lista ou figuras.
O storytelling para fortalecer a marca
Construir uma autoridade e reforçar a marca é um grande desafio, mas tudo muda quando a ideia é colocada em uma narrativa, seja em palavras, seja em recursos audiovisuais, como vídeos. Falar da origem de uma startup e de seu produto ou serviço, dos desafios que os empreendedores tiveram, e compartilhar aprendizados são elementos que ajudam no storytelling.
Você já assistiu ao filme À procura da felicidade? Ele conta a história do empresário, investidor e corretor da bolsa Chris Gardner — é impossível não se emocionar com a persistência do founder da Gardner Rich & Co LLC. O roteiro narra a luta dele para iniciar a carreira como corretor no mercado de ações, sendo um exemplo dos elementos que uma boa história deve ter.
A trama mostrada no filme é real, assim como todos os desafios que Gardner enfrentou até conquistar o sucesso. Há vários elementos do storytelling que humanizam a trajetória e mostram quem é aquele personagem; veja-os a seguir.
- Propósito: proporcionar uma vida melhor para ele mesmo e para o filho.
- Missão: tornar-se corretor na bolsa de valores.
- Valores: honestidade, respeito ao próximo e persistência.
- Visão: um futuro promissor na carreira.
Sentimos empatia com a força dele e nos inspiramos com a resiliência de Gardner; logo, o impacto é gerado com a identificação e o convencimento. Então, além de registrar a história, a técnica do storytelling humaniza e aumenta a atratividade de pessoas e marcas.
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Como contar a história de uma startup?
No TED Talks “As pistas para uma grande história”, o cineasta Andrew Stanton, da Pixar, afirma que o primeiro passo para contar uma história é: “Faça com que eu me importe”. Assista ao vídeo completo a seguir.
Andrew Stanton: The clues to a great story
Para que o interlocutor se importe, a história deve ter uma narrativa bem construída e com um objetivo. Portanto, ao começar um storytelling, tenha em mente como ele vai terminar e coloque “ganchos” que provoquem curiosidade. Prometa no início da narrativa que você entregará algo no fim, e isso valerá muito a pena.
No mundo atual, onde há tanto conteúdo, o que faria o público-alvo parar para ouvir algo sobre uma startup? Falar de experiências ou dar dicas? Se você ainda não sabe, conheça a seguir as bases fundamentais que ajudam na construção do storytelling.
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Descreva a motivação e o propósito
Stanton ensina que, ao contar uma história, é importante que ela tenha uma “espinha dorsal”: a motivação. O storytelling prende a atenção e cativa as pessoas se elas entendem ao longo da história qual é o propósito dela.
Para a geração Z, a identificação com o propósito da marca é extremamente relevante. Uma pesquisa da Edelman mostrou que 73% das pessoas nascidas entre a metade da década de 1990 e 2010 consideram que as marcas têm um papel importante na sociedade. Dessa forma, empresas com um impacto social positivo, com relevâncias social e cultural, estão na frente.
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Use gatilhos para estimular a imaginação
A narrativa deve conter brechas para que o público preencha a história. É o que Stanton chama de 2+2. Não diga que você quer falar sobre o 4 e deixe que o interlocutor inclua a imaginação dele nas lacunas. É comum querermos apresentar logo a solução de um problema, mas um bom storytelling prende a atenção do interlocutor com gatilhos que estimulam a imaginação dele.
Use a técnica do storytelling em um pitch, por exemplo. Vender uma ideia para um investidor é fazer que ele enxergue várias oportunidades, e você pode falar do mercado de atuação, da própria expertise ou de algo que o instigou a investir em determinada solução.
A forma como você conta a sua história demonstra o quanto acredita no próprio negócio; além disso, pode estimular o investidor a querer saber cada vez mais da sua startup.
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Uma boa história não precisa ser linear
O storytelling da startup não precisa ser organizado em uma ordem cronológica nem seguir outro tipo de linearidade. Elementos inseridos ao longo da história ajudam a torná-la interessante e destacam a singularidade da marca e o diferencial dela.
Ao criar uma brand story, o objetivo é contar por que a marca existe, o que pode ser descrito de várias formas, dizendo que encontrou um problema e isso o estimulou a empreender, por exemplo. Pode, ainda, usar os desafios de um cliente como gancho. Como você construiu a cultura da sua startup ou de que maneira identificou uma falha?
O storytelling nem sempre precisa ser direcionado à história da empresa. Você pode mostrar os valores dela por meio de vários recursos, por exemplo pelos conteúdos que ajudam clientes e mostram como a startup impulsiona o negócio deles. Uma startup sempre tem boas histórias. Está na hora de contar a sua.
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Fonte: Abstartups, Hubspot, Semrush, Andrew Stanton: As pistas para uma grande história, Harvard Business Review, Rock Content, Meio & Mensagem