Inteligência artificial: o que é, tipos e como funciona

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Sair do uso óbvio da inteligência artificial (IA) é um desafio e um caminho de alto potencial para quem vive a nova era da tecnologia. Ouvimos falar dos benefícios e possibilidades da IA com muito mais frequência depois do lançamento do ChatGPT, no fim de 2022. A ferramenta trouxe como principal transformação o acesso mais fácil aos produtos que se baseiam em modelos de linguagem natural, mas fica a dica: ela não é a única! 

Para falar de IA é preciso ir muito além da pesquisa automatizada e da capacidade de aprendizado das máquinas. O tema é muito mais antigo do que muitos imaginam e apresenta oportunidades infinitas de desenvolvimento e evolução. Mas, para isso, precisa ser melhor compreendido e aprofundado. 

Atualmente, são muitas as ferramentas que englobam o uso de IA, ajudando pessoas com respostas rápidas e empresas na tomada de decisão estratégica, só para mencionar o mais comum. O impacto de explorar ações conjuntas com a tecnologia pode ser cada vez mais forte e transformador, colocando-a em um lugar de destaque tanto para empresas quanto para escolas e governos.

Neste artigo, vamos falar sobre o conceito da inteligência artificial, como ela funciona, sua história e como ela pode ser aplicada no dia a dia de pessoas e corporações. Vamos lá?

O que é IA

A IA é um tema atrelado à ciência da computação que busca criar sistemas em que máquinas simulem o comportamento humano e desempenhem atividades de forma autônoma. Seu objetivo principal é fazer que computadores executem tarefas com a mesma capacidade cognitiva que humanos, atuando com inteligência e velocidade.

De forma geral, a IA inclui habilidades de aprendizado automático, resolução de problemas, raciocínio lógico e compreensão da linguagem natural. Com esses aspectos, as máquinas passam a ser capazes de tomar decisões complexas baseadas em análise de padrões e em dados coletados.

Assim, ela é a forma como chamamos softwares e dispositivos que conseguem simular o comportamento humano para executar tarefas, sem a interferência de pessoas. Incluindo áreas como Machine Learning, Deep Learning e Robótica, ela pode se desenvolver para entregar produtos e serviços diferentes, partindo do assistente de voz e chegando a algoritmos complexos.

Variando em relação à sua capacidade e sua função, cada tipo de IA pode ser tratado como um modelo diferente, ganhando atualizações a cada novo lançamento. Desenvolvidos há mais de 70 anos, os diversos tipos de inteligência artificial têm como característica a aplicação prática em nossas rotinas, podendo apoiar ações de forma mais automatizada e rápida.

Uma mão robótica apertando com o dedo indicador a barra de espaço de um notebook. A imagem sugere o avanço das aplicações possíveis com a IA. 
São vários os tipos de IA e eles podem ser aplicados de diferentes maneiras. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

Como surgiu a inteligência artificial

Foi lá por 1950 que a IA começou a ser explorada por ramos da ciência. Se hoje conseguimos saber a previsão do tempo na nossa cidade só com um comando de voz ou ter imagens produzidas em segundos a partir de ferramentas de automação, tudo se deve aos primeiros estudos voltados à criação de máquinas inteligentes.

Inicialmente pesquisadas por cientistas como Allen Newell, Herbert Simon e John McCarthy, que participaram do célebre encontro de Dartmouth, em 1956, sua técnica foi sendo aprimorada a partir de iniciativas concentradas principalmente nos Estados Unidos. Universidades como a Carnegie Mellon e o MIT foram pioneiras em investir na ideia, encorajando eventos e pesquisas sobre o tema. 

 Passando pela vitória do computador em um jogo de xadrez com um ser humano, várias funcionalidades foram gradualmente sendo desenvolvidas a partir de técnicas como o aprendizado de máquina, em que computadores assimilam padrões para tomar decisões e executar tarefas. 

 Assim, entendendo a linguagem natural e traduzindo em ações práticas, a IA foi passando por evoluções significativas e, nas últimas décadas, ganhando aplicações na indústria e no mundo dos negócios gerando curiosidade, mas também resistência.

Uma mulher de frente para a tela de um computador. Em seu óculos de grau, reflete-se um código-fonte, sugerindo que ela atua no setor de tecnologia. 

O número de profissionais que utilizam a IA em sua rotina de trabalho segue crescendo em todo o mundo. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

Como funciona a inteligência artificial

A inteligência artificial funciona basicamente a partir da coleta de dados e do processamento deles, executando algoritmos e aplicando decisões em tarefas pré-definidas. Sua usabilidade e efetividade aumentam à medida que a máquina vai aprendendo e avaliando padrões por sua própria experiência, usando a técnica de machine learning. 

Junto da evolução dos estudos da área, o aumento no volume de dados disponíveis é outro grande impulsionador do uso da IA, que absorve nessas informações parte relevante do seu conhecimento. Assim, seu processo de funcionamento começa na etapa de coleta de dados e segue diversas técnicas para entregar as melhores funções e respostas. Veja algumas delas.

  • Coleta de dados: dando início ao seu processo analítico, a tecnologia que aplica a Inteligência Artificial precisa receber uma quantidade relativa de dados válidos, para apreender e então gerar novas informações. Esses dados podem ser textos, experiências, áudios, vídeos, imagens, etc. 
  • Processamento de dados: uma vez coletadas as informações, a máquina faz a análise de cada uma delas para chegar a decisões e conclusões. Esse alto volume de dados passa por uma etapa de filtro e seleção do que realmente é relevante para a tarefa em curso. 
     
  • Aprendizado e treinamento: cada ação executada exige uma experiência anterior, que vai sendo replicada até chegar a uma entrega definitiva. Assim, nessa etapa o modelo de IA ajusta seus parâmetros para aprender com seu próprio histórico, evoluindo a cada nova tentativa.
  • Aprimoramento contínuo: a característica de aprendizado é fundamental para qualquer tipo de IA, sendo responsável por tornar a máquina mais inteligente a cada nova coleta de dados. Assim, faz parte do seu funcionamento se manter analisando e evoluindo. 
     
  • Análise humana: muitas vezes, a Inteligência Artificial funciona a partir do apoio de seres humanos, para então se tornar autônoma. Esse feedback frequente a ajuda a chegar a resultados cada vez melhores, aplicada, por exemplo, nos ajustes dados após uma resposta criada pelo ChatGPT.

Tarefas simples e corriqueiras, como um filtro de mensagens mais importantes que precisam ser respondidas naquele dia, podem ser facilmente executadas por uma inteligência artificial a partir do entendimento de seu funcionamento.  

Coletando os dados corretos e entendendo padrões, ela consegue aplicar algoritmos em tomadas de decisão, da mesma forma que fazemos, usando para isso a construção de modelos específicos e adequados de IA. Essa é a base dos aplicativos chamados “copilotos”. 

a imagem ilustra um cérebro criado por meio de Inteligência Artificial.

Encontrar o potencial da IA como apoio para as capacidades cognitivas humanas é um desafio e uma oportunidade para o futuro. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

Tipos de Inteligência Artificial

Falamos bastante sobre o ChatGPT, justamente por ele ser uma ferramenta que tem apoiado a “difusão” da IA. Acontece que esse é apenas um dos tipos existentes. Os diferentes modelos de IA possuem especificidades em capacidade e função, refletindo também em uma variedade de usos. Conheça alguns deles: 
 

  1. Inteligência Artificial Fraca: também conhecida como Narrow AI, esse tipo de IA é usada para executar tarefas limitadas e específicas, focando tipos reduzidos de atividades que podem ser desempenhadas. Exemplo de IA fraca é a Alexa, que usamos para pedir uma música ou ouvir as notícias do dia.

  2. Inteligência Artificial Forte: também conhecida como inteligência artificial geral (AGI), esse tipo de IA é mais amplo e consegue executar tarefas mais abrangentes e próximas às capacidades de um ser humano. Usam técnicas pautadas no raciocínio lógico e conseguem compreender textos e comandos de forma complexa. Em desenvolvimento, a IA forte ainda não tem exemplos práticos disponíveis, e é tema de diversas discussões na área por criar o potencial de uma autonomia excessiva para máquinas e computadores.

  3. Inteligência Artificial baseada em regras: muito pautada pela análise de padrões, a Rule-Based AI usa regras pré-programadas para executar tarefas. A partir de algoritmos que levam em conta históricos e regras, esse modelo usa scripts para tomar decisões, funcionando, por exemplo, em chatbots de atendimento ao cliente e geração de relatórios automatizados.

  4. Inteligência Artificial Cognitiva: talvez a mais comum no uso diário de pessoas comuns, essa estrutura de IA é a mais inspirada na cognição humana. Sua característica principal está em replicar o comportamento de pessoas comuns, respondendo a perguntas de forma natural. Exemplos dela são o famoso ChatGPT, além de tradução de idiomas e o uso de tecnologias para diagnóstico de doenças e assistência médica.

  5. Inteligência Artificial baseada em aprendizado de máquina: usando a técnica do machine learning, esse modelo se baseia em algoritmos que aprendem sozinhos a partir da coleta de dados, podendo ou não ser supervisionado e treinado com dados rotulados, aprendendo a identificar padrões por conta própria. Como referência desse tipo temos a identificação de imagens por padrão e a tradução automática de documentos e frases para diferentes idiomas.

  6. Inteligência Artificial de Visão Computacional: esse tipo de IA usa computadores para reconhecer elementos importantes do mundo exterior, como rostos, passagem de veículos ou identificação de objetos. Usado em carros autônomos para a detecção de obstáculos e decisões de caminho, também pode ser aplicado em reconhecimento facial e de voz, tanto em dispositivos quanto em ambientes físicos. 

Além desses tipos, conta-se com outros modelos que podem ser acessados e aplicados no nosso cotidiano, como a IA de Processamento de Linguagem Natural e a IA baseada em Redes Neurais Artificiais, por exemplo.  

Os diversos tipos diversos e exemplos de aplicação mostram uma evolução da disciplina e do desenvolvimento de tecnologias, abrindo cada vez mais portas para a interação entre máquinas autônomas e atividades humanas. 

imagem de rosto de holograma com balões de conversas ao redor. A imagem refere-se ao uso de IA para tecnologias como o ChatGPT.

O ChatGPT é um exemplo de inteligência artificial cognitiva, tendo como inspiração a cognição humana. (Fonte: Getty Images/Reprodução)  

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Aplicações da Inteligência Artificial

O uso prático da IA já é uma realidade há algum tempo e deve continuar em evolução. Hoje, decisões médicas são tomadas a partir do uso do aprendizado de máquina e da aplicação de algoritmos para detecção de doenças e indicação de tratamento.

Apoiando a própria capacidade cognitiva dos seres humanos, a tecnologia vem se mostrando uma aliada importante para que soluções rápidas e efetivas sejam encontradas, resolvendo problemas que podem transformar a vida de pessoas e a sociedade de forma geral.

Somente na medicina, o tempo gasto na pesquisa pelo medicamento certo pode ser poupado se uma ferramenta for capaz de analisar dados de histórico da doença e do paciente em tratamento, para então sugerir o composto com maior potencial de cura.  

Essa aceleração no processo da tomada de decisão feita de forma confiável pode ser decisiva não só para o trabalho dos profissionais de saúde, mas para a vida de alguém. 

Passando por aplicações na indústria automobilística e na busca por empregos, o uso da IA pode ser estendido para diversas ações, tanto do dia a dia quanto do mercado. Veja, a seguir, alguns exemplos de aplicações a IA.

  • No setor financeiro, algoritmos são usados para analisar o cenário, prever comportamentos e indicar as melhores decisões em relação a investimentos e levando em conta o perfil do investidor, além de identificar a apontar possíveis fraudes. 
     
  • No setor de transportes, o desenvolvimento de carros autônomos consegue analisar o ambiente externo e decidir os melhores caminhos para transitar, garantindo a segurança de quem interage com os veículos e poupando o uso de combustíveis fósseis. 
     
  • Ainda em locomoção, o controle de tráfego já utiliza IA para gerenciar o trânsito de pessoas e analisar percursos, reduzindo congestionamentos em grandes cidades e identificando soluções práticas para problemas de mobilidade. 
     
  • Adaptações de linguagem a partir do modelo de Processamento de Linguagem Natural ajudam a traduzir conteúdos para outros idiomas de um jeito mais natural e efetivo, além de permitir adaptações em modelos de linguagem para apoiar o aprendizado de crianças e adultos nas escolas. 
     
  • Falar com um atendente ou resolver um problema relacionado a um produto ou a um serviço tem sido um processo muito mais fácil com o uso de chatbots e automações que dão a resposta certa sem precisar esperar por alguém do outro lado da linha.
  • Também no varejo, o aprendizado de máquina e a análise de padrões da IA ajuda lojas a sugerirem os melhores produtos a seus clientes, além de auxiliar nas análises de nível de estoque e prever comportamentos e demandas de mercado.

A lista não para por aí. Análise de preços, hotelaria, previsibilidade do mercado financeiro entre tantas outras aplicações não só são possíveis para a IA como já estão em uso em diversos lugares. E sua presença tende a ser cada vez maior, à medida que novos estudos e avanços tecnológicos sejam feitos para a área. 

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A inteligência artificial já tem aplicações em diversos segmentos. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

Inteligência Artificial e o futuro do trabalho 

E o que tudo isso implica para o mercado de trabalho? A IA pode tomar o emprego e a função das pessoas em breve? Perguntas assim vão sendo respondidas a cada nova etapa de desenvolvimento e evolução da tecnologia, mostrando na prática como podemos interagir com ela. 

Toda revolução, de alguma forma, gera medo. Foi assim com a indústria, com os carros e com a internet. Entre os maiores deles está a substituição no mercado de trabalho. Mas, assim como mostra a história, todo desenvolvimento vem para somar e criar novas possibilidades.

Olhando para a história do mundo e para as oportunidades que podem ser criadas a cada novo passo da humanidade, a IA tende a ocupar um espaço cada vez mais relevante na execução de tarefas do dia a dia, poupando tempo em atividades repetitivas e nos apoiando em decisões cada vez mais estratégicas.

Por isso, olhar para a IA como um copiloto talvez seja o melhor caminho para encontrar nela a parceria ideal, impulsionando as capacidades e habilidades que temos e que não podem, ainda, ser executadas por uma máquina.

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