Internacionalização: como levar a sua startup para o mundo

Por
Tempo de Leitura: 4 minutos

Se, algumas décadas atrás, estar presente em mercados fora do país era um privilégio das grandes corporações, hoje não é mais assim. Cada vez mais, as pequenas e as médias empresas também estão encontrando oportunidades para se internacionalizar, e não seria diferente com as startups, negócios que já nascem com propostas inovadoras e disruptivas no DNA.

Mas, afinal, o que significa internacionalizar uma empresa? E qual é o papel das startups nesse movimento cada vez mais frequente no mercado mundial? Acompanhe este artigo para entender melhor!

O que é internacionalização?

Como o próprio nome diz, a internacionalização nada mais é do que uma estratégia que as empresas adotam para expandir os negócios para o mercado internacional, seja a partir da comercialização de produtos ou serviços fora do país de origem, seja pela captação de investimentos vindos do exterior.

E a empresa não precisa, necessariamente, abrir uma sede em outro país. Em alguns casos, a depender do tipo de produto ou serviço ofertado, é possível que toda a operação seja feita localmente, a partir de parcerias ou da aquisição de negócios que já atuam no mercado de destino.

Leia também: Investimento chinês em startups brasileiras registra recorde

Por que internacionalizar?

Contar com uma solução que pode ser aplicada a outros lugares, atendendo suas demandas, é um motivo e tanto para internacionalizar. Expandir as fronteiras pode ser uma alternativa interessante para quem quer crescer e consolidar uma empresa, principalmente quando há fit com outros mercados. 

Além disso, estar presente em outras regiões agrega conhecimentos importantes à melhoria do negócio, como o acesso a novas tecnologias, novos talentos, dados de mercado e oportunidades de networking.

01-internacionalizacao-startup

Hoje, existem oportunidades de internacionalização para empresas de todos os tamanhos. (Fonte: Unsplash/Reprodução)

A segurança financeira é outro ponto que merece destaque, já que permite que a empresa não seja tão afetada por variáveis regionais, como crises econômicas, flutuações da moeda local e picos de vendas sazonais. No caso de empresas brasileiras, a expansão para o exterior permite a movimentação de recursos em dólar, euro ou libra, que são moedas mais consolidadas.

Agora que você já sabe os motivos pelos quais a sua startup deveria considerar a internacionalização, aqui vão alguns pontos importantes sobre como iniciar esse processo.

Confira também: Como o networking pode ajudar no crescimento da sua startup

Como internacionalizar uma startup?

A jornada para expandir uma startup para o mercado internacional envolve inúmeros desafios, como: 

  • vencer a barreira do idioma
  • conhecer novas culturas
  • adequar-se a diferentes legislações
  • estabelecer uma nova estrutura do zero; 
  • contratar profissionais estrangeiros e muito mais. 

Alcançar todos esses objetivos exige estudo, planejamento e investimento, por isso contar com profissionais capacitados faz toda a diferença, especialmente nas áreas mais burocráticas, como a jurídica e a tributária, já que cada país tem suas próprias regras.

Antes de iniciar um processo de internacionalização, é essencial que a empresa se pergunte se esse movimento faz sentido para o negócio. Ou seja, se o produto ou serviço pode ser atraente para clientes estrangeiros, quais são os concorrentes que já atuam no mercado de destino e, principalmente, se a organização já está consolidada o suficiente para dar esse passo.

E isso não significa que para alçar voos fora do país a empresa precise, necessariamente, já ter conquistado todo o mercado nacional — até porque, em alguns casos, as soluções ofertadas pelo negócio podem ser mais relevantes para o público internacional do que para o local.

02-internacionalizacao-startup-mundo

Conhecer as especificidades de cada mercado é fundamental para o sucesso do processo de expansão. (Fonte: Unsplash/Reprodução)

Porém, é sim fundamental que a empresa já tenha certa estrutura interna e saúde financeira para conseguir expandir os negócios, porque, como dissemos, esse é um processo que demanda bastante trabalho e certo nível de investimento.

Sabendo disso, veja a seguir alguns passos que a sua startup deve seguir para atingir a internacionalização.

1. Conheça bem o mercado a ser explorado

Após ter analisado a própria empresa e ter entendido como o seu produto ou serviço pode ser atraente para o público estrangeiro, chega a hora de estudar a fundo o mercado do país que o seu negócio pretende alcançar. Isso significa, por exemplo, entender mais da cultura local, qual é a situação econômica atual, quais empresas atuam na área desejada e podem ser concorrentes do negócio, qual seria o público-alvo do produto ou serviço e a viabilidade financeira dessa expansão. 

Por isso, não deixe de reservar um tempo do seu planejamento para a pesquisa, que deve levantar informações essenciais para o sucesso da internacionalização.

Leia também: Quais indicadores de desempenho usar para medir startups?

2. Busque apoio para as questões burocráticas

Ao iniciar as operações em outro país, a última coisa que uma empresa deseja é receber sanção ou multa por ter burlado alguma legislação que não conhecia. Portanto, para não cair em nenhuma armadilha, é fundamental que a organização conte com a consultoria de profissionais capacitados nas áreas mais burocráticas, de preferência que sejam estrangeiros, já familiarizados com as normas e os costumes daquele país.

Dessa forma, a transição do negócio para o novo mercado é muito mais tranquila, e os prejuízos são evitados.

3. Considere programas de incentivo

Atualmente, existem diversas opções de programas de incentivo e aceleração para startups que desejam conquistar o mercado internacional. Neles, são oferecidas mentorias, treinamentos, assessorias e várias ferramentas para que a startup se prepare da melhor forma para a internacionalização.

Entre eles, há o programa StartOut Brasil, criado em 2017 pelo Ministério das Relações Exteriores em parceria com outras instituições e que tem este objetivo: apoiar o ingresso de startups brasileiras em ecossistemas estrangeiros.

Especialmente para empresas que estão começando, participar de programas de incubação como esse pode ser um ponto de virada, principalmente para a criação de conexões e parcerias comerciais valiosas. Para saber mais do StartOut Brasil, clique aqui.

Olhar para fora enquanto olha para dentro

Encontrar oportunidades de expansão na internacionalização é um ótimo jeito de fazer que o negócio cresça exponencialmente. Muitos mercados estrangeiros buscam soluções que já temos prontas por aqui e que podem ganhar grande capilaridade quando levadas para fora. E hoje, com a facilidade de acesso a culturas e mercados, esse processo fica ainda mais fácil e viável.

Entretanto, os desafios de expandir internacionalmente são grandes, e é muito importante que os empreendedores estejam cientes deles. Além dos pontos que citamos, sobre operações logísticas, regulamentação e adaptações financeiras e bancárias, é fundamental planejar com cuidado a evolução da empresa em solo nacional até que os resultados nos outros países cheguem a um estágio satisfatório.

Isso porque o investimento de tempo, dinheiro e talentos na operação internacional pode exigir bastante do negócio, colocando em risco o sucesso alcançado até ali. Fora isso, é sempre importante lembrar das oportunidades que ainda podem existir no mercado nacional, podendo ser exploradas com mais ênfase antes da aposta na internacionalização.

Com essa visão bem estruturada, o sucesso em outros países tende a ficar mais perto e abrir caminho para um crescimento que chegue a cada vez mais continentes.

E, para continuar acompanhando as principais tendências do mundo dos negócios e do ecossistema de inovação, fique de olho no blog do Cubo!

Fonte: Distrito, Remessa Online, OA Sociedade de Advocacia, MIT Sloan Management Review

Picture of Cubo

Cubo

Somos o Cubo Itaú, uma comunidade que, desde 2015, conecta as melhores soluções para construir grandes cases de inovação para o mercado. Ao lado de nossos idealizadores, Itaú Unibanco e Redpoint eventures, e de um seleto time de startups e corporates, conquistamos o selo de um dos mais relevantes hubs de fomento ao empreendedorismo tecnológico do mundo.

Autor