NFT: o que você tem a ver com isso

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Movidas a tecnologia e inovação, as startups encontram na indústria das NFTs (tokens não fungíveis) uma forte tendência de atuação. Mais do que isso, muitas delas buscam nessa tecnologia uma forma de crescer e de gerar receitas. Apoiadas nessa ferramenta, muitas empresas têm conseguido obter maneiras de criar modelos de negócios, incrementar o valor de produtos e serviços ofertados, entrar em mercados ainda não acessados, alcançar um público novo e, também, uma fonte atrativa de investimento para novos projetos. 

Como a adoção e o desenvolvimento de novas tecnologias estão no DNA desse tipo de empresa, as startups não poderiam ficar de fora desse ecossistema tão promissor, principalmente, com o advento do metaverso, que vem abrindo caminho para uma indústria com tokens. 

Vale explicar que o NFT vem da sigla em inglês non-fungible token. Diz respeito a um símbolo eletrônico que representa um bem não fungível, ou seja, algo valioso, com características únicas e que não pode ser substituído por outra coisa de mesma espécie, qualidade, quantidade e valor. É uma espécie de obra digital colecionável, mas pode ser usada também para jogos, fotos, produtos, ingressos, licenças, entre outros itens colecionáveis.

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Único e insubstituível, NFT é um bem que não pode ser trocado, o que garante sua autenticidade (Fonte: GettyImages/Reprodução)

A originalidade e a exclusividade do ativo são garantidas por uma chave criptografada que fica armazenada no blockchain (um livro online contábil que registra as transações da moeda), que já é um campo de atuação das startups. As fintechs têm uma participação importante na introdução da tecnologia nos serviços financeiros como, por exemplo, com o uso de criptomoedas (moedas virtuais).

Casos recentes de NFT e startups

Um dos exemplos da atuação das startups em NFT foi o recente lançamento realizado pela empresa de impacto social Edtech Mais1Code, em parceria com a Crew Labs, de 2.202 NFTs produzidos por jovens da periferia. Batizada de “Space Backpackers Crew”, a coleção pode ser comprada no OpenSea. 

A Lumx Studios, que desenvolve experiências no metaverso, faturou mais de R$ 2 milhões em dois dias ao ter apostado nesse mercado, com o lançamento de uma coleção de três mil NFTs, chamada de “55Unity”. Trata-se do maior projeto de colecionáveis brasileiro até o momento. O produto vendido por eles era um avatar personalizado que pode ser usado tanto como foto de perfil nas redes sociais como em jogos online.

Mas a atuação das startups de NFT não fica restrita apenas a obras e jogos. As possibilidades de uso dessa tecnologia são infinitas já que podem ser atreladas ao universo de criptoativos e o metaverso. Aproveitando isso, as organizações também têm investido em soluções sustentáveis com o uso de tokens não fungíveis. 

A startup Abundance é um exemplo de ESG tech que está de olho e desenvolve projetos com foco em créditos de carbono baseados em ativos "tokenizados", contribuindo com as agendas de descarbonização de organizações. 

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Sustentabilidade é um dos nichos de mercado no radar das startups que apostam em NFT (Fonte: GettyImages/Reprodução)

No mundo, há centenas de outros exemplos sobre como as startups têm atuado com NFT em várias.  No setor esportivo, um exemplo vem de um clube de futebol europeu, o K-Club NFT, que usa os tokens com o objetivo de unir as operações do futebol com a Web 3.0 e possibilitar que os torcedores tenham acesso a experiências exclusivas no mundo do futebol.  

No turismo e entretenimento, a startup grega Cloudkeys implementou a primeira aplicação NFT nessa indústria, combinando ativos digitais com experiências físicas para criar valor para turistas e empresas. No marketing e mídia, a Humans.ai anunciou que está trabalhando em uma biblioteca de dez mil vozes sintéticas exclusivas, com diferentes tonalidades, tons e formas de expressão com o objetivo de tornar os NFTs mais personalizados e semelhantes aos humanos. 

Embora as NFTs tenham sido negociadas pela primeira vez, em 2017, as negociações dispararam no ano passado e movimentaram mais de US$ 41 bilhões. O álbum “When You See Yourself”, da banda Kings of Leon, foi o primeiro lançado em NFT. O meme “Deal With It” foi registrado como ativo digital e leiloado pela NFT Foundation. O primeiro post do CEO do Twitter, Jack Dorsey, também virou NFT e foi vendido por US$ 2,9 milhões. O Twitter ainda levou às NFTs para a rede social permitindo que usuários vinculassem esse recurso às fotos de perfil. Nesse mesmo sentido, a Meta pretende fazer a integração do NFT com o Instagram.

Regulamentação do negócio

Apesar do mercado promissor, as startups brasileiras precisam levar em consideração ainda os riscos do negócio relacionados ao uso da tecnologia de NFT. Um deles diz respeito à regulamentação da negociação virtual como o uso dessa ferramenta no Brasil pelo Banco Central. 

O projeto de lei ainda em tramitação regulariza as transações envolvendo os criptoativos e prevê o controle e regulação desse tipo de moeda totalmente digital. Com a aprovação, serão regulamentadas as corretoras e prestadoras de serviços de ativos virtuais de criptomoedas, mas não estão incluídos ainda os tokens não-fungíveis (NFTs). 

Além disso, para evitar problemas com relação à negociação deste ativo, a Receita Federal criou um campo na Declaração do Imposto de Renda para incluir os ganhos financeiros com criptomoedas. Nesse caso, o ganho de capital obtido na negociação do NFT com a conversão em moeda corrente ou estrangeira já está sendo tributado e deve ser declarado e pago de acordo com os limites informados por tal órgão. 

Portanto, é importante que os empreendedores busquem informações especializadas sobre o assunto a fim de evitar riscos jurídicos e regulatórios nas operações envolvendo NFT, além daqueles relacionados à propriedade intelectual. 

As possibilidades desse novo mercado para as startups são imensas e há muitos desdobramentos ainda desconhecidos, que devem ser explorados em um futuro breve. Continue sua jornada de conhecimento em tecnologia e inovação no blog do Cubo!.

Fonte: Mais1Code, CrewLabs, Lumx Studios, DaX, ESG Venture Builder, CloudKeys, The Recursive, Senado, Gov.

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