Busca por investimentos para startups: qual é o momento certo?
A busca por investimento é uma das decisões mais difíceis que empreendedores têm no planejamento do crescimento do negócio. Além de requerer um plano estratégico muito bem delineado e definido, que vai decidir os rumos da empresa a curto e médio prazos, é preciso saber a hora certa para sair e capturar aporte de capital no mercado. Na esteira desse processo, surgem as seguintes perguntas: o quanto a empresa espera crescer? Como vai fazer isso?
Esse caminho é mais óbvio para quem está operando o caixa no negativo, mas nem sempre é a primeira escolha de uma empresa que gera caixa e que, às vezes, prefere segurar o crescimento. Já quando a organização tem um negócio que dá lucro, pensar em buscar investimentos fora é uma forma de garantir a expansão.
Além disso, gestores mais ambiciosos podem buscar oportunidades de investimentos que tirem a empresa da zona de conforto; já os mais realistas costumam apostar na cautela quando o assunto é dinheiro.
Independentemente do perfil, o primeiro passo desse caminho rumo ao crescimento é a definição das metas com base em um modelo de negócio que permita esse processo de forma acelerada. Entenda o que deve ser considerado na hora de buscar investimento para startups!
Primeiro passo é avaliar os prós e os contras
Antes de "bater o martelo" da busca por investimentos, as empresas precisam colocar na balança os prós e os contras desse processo. A caminhada rumo a um negócio bem-sucedido exige tomar decisões importantes que dizem respeito a como deve se dar esse crescimento. Nesse caso, algumas opções podem ser consideradas.
A tomada de decisão sobre o aporte de capital deve considerar os prós e os contras no contexto de cada empresa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A organização vai operar apenas com capital próprio ou receberá investimentos externos? Há prós e contras. No primeiro caso, os poderes de gestão e decisão ficarão restritos aos donos, mas uma das consequências dessa escolha é um provável crescimento menos acelerado. Caso os sócios não tenham muito aporte disponível, a competitividade da empresa frente aos concorrentes poderá estar comprometida.
Já quando essa ajuda vem de fora, o cenário muda completamente. Muitos investidores, como os fundos de investimento, têm buscado opções promissoras para realizar aportes.
No caso de startups, o modelo de negócio utilizado é focado no crescimento acelerado impulsionado por rodadas de investimento. Um ponto de atenção aqui é o cap table. Com investimento externo, fica ainda mais importante gerenciar a participação societária com cuidado.
Na hora de decidir pelo aporte de capital, é preciso equilibrar necessidade e expectativa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Nesse segundo cenário, em que a empresa conta com a ajuda de outros investidores, é possível que o negócio da empresa alcance um crescimento mais acelerado não só por conta dos recursos captados, mas também porque os gestores passam muitas vezes a contar com mentorias e conselhos importantes dos próprios investidores, que, via de regra, são pessoas mais experientes e conhecem bem o mercado — o chamado smart money.
Cobranças por retorno aumentam
Porém, ao receber capital de terceiros, as cobranças e as expectativas destes aumentam na mesma proporção do valor investido. A busca pela contrapartida, seja em valuation (avaliação da empresa), seja em crescimento de receita, será acompanhada de forma ostensiva.
Como existe a possibilidade de a empresa receber vários investimentos diferentes, as cobranças também serão na mesma proporção, já que todos estão esperando um retorno financeiro, ou seja, lucro. Com mais pessoas envolvidas no negócio, mais o poder de decisão e a gestão serão diluídos.
Visto isso, não existe uma resposta pronta para qual é a melhor hora para as empresas buscarem investimentos. Todas essas questões apresentadas devem ser consideradas e analisadas.
O que existe são cenários a serem explorados em prol da obtenção de melhores acordos para ambas as partes. Vale lembrar que questões externas ao negócio, como o contexto macroeconômico, não podem ficar de fora na busca pelo sucesso do negócio.
Cenário de mercado
Para se ter um panorama do crescimento das empresas no Brasil, um estudo da Endeavor levantou informações da receita de 57 empresas de alto crescimento (scale-ups) entre 2017 e 2020. Desse total, 8 consideradas de porte pequeno cresceram cerca de 620%.
Já nas de porte médio, a média de crescimento foi de 158%. Nesse universo, as empresas com expertise de tecnologia, as techs (que representavam 79% do total), cresceram 78%, ou seja, um acréscimo quase 2 vezes mais acelerado do que as outras “não tech” (40%). Isso acontece justamente porque elas dependem menos de investimentos em ativos físicos.
O levantamento apontou ainda que os principais motores de crescimento acelerado foram, além do produto e do modelo de negócio escalável, o acesso ao capital. Os aportes são parte fundamental para impulsionar o crescimento de forma acelerada. Quer saber mais sobre o processo de captação de recursos? Confira nosso artigo com dicas para conseguir investimentos para startups!
Fonte: Endeavor, Mover, Bexs, CBInsights, Abvcap