O futuro do varejo está no metaverso?

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A pandemia de covid-19 acelerou o comércio eletrônico em direção ao metaverso, considerado a evolução natural da internet ou Web 3.0. As tecnologias estão se desenvolvendo e se fundindo rapidamente, deixando o futuro mais próximo do que se imagina.

Confira a seguir alguns fatos e números que comprovam isso.

  • Em 2021, cerca de US$ 5 trilhões foram gastos no varejo digital no mundo, número que deve crescer quase 50% até 2025, quando deve atingir US$ 7,9 trilhões, segundo projeções da Statista, empresa alemã especializada em dados de mercado e consumidores.
  • O mercado global de metaverso deverá valer US$ 689 bilhões até 2030, de acordo com relatório da Grand View Research.
  • Grandes marcas, como Walmart, Nike, Louis Vuitton e Gucci, não perderam tempo e já fincaram o pé no novo mundo digital.
  • Uma pesquisa da Kantar Ibope Media aponta que 5 milhões de brasileiros já tiveram uma experiência inicial com essa tecnologia.

Se você ainda não refletiu sobre o potencial da tecnologia, está na hora de mergulhar na nova onda do metaverso.

O que é metaverso?

O conceito de metaverso pode parecer um pouco abstrato quando explicado, mas a gente te ajuda. O termo se refere a uma fusão de ferramentas, especialmente de realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA), para criar uma realidade “paralela” a partir de um blend entre os mundos físico e digital.

Varejo metaverso 01

O metaverso gera novas formas de receitas para o varejo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Dentro de um espaço projetado em 3D acontece a interação de pessoas e objetos físicos com virtuais e vice-versa. Mas vai além disso. Uma série de plataformas, como Sandbox e Decentraland, oferecem acesso a esse universo, permitindo o trânsito de avatares e artefatos como tokens não fungíveis (NFTs).

É como se fosse um aparelho de experiência em cinco dimensões (5D), com efeitos sensoriais dentro de um dispositivo portátil. Isso possibilita a navegação durante um tempo maior e de qualquer lugar, desde que haja conexão com a internet, o que torna o metaverso muito mais interessante e sério do que qualquer brinquedo de parque de diversões.

Vale destacar, no entanto, que esse é um universo ainda em construção e que o mais importante é não deixá-lo sair do radar! 

Um mar de oportunidades para o varejo

Se o varejo eletrônico no início da internet se parecia muito com folhear um catálogo de produtos ou, no máximo, passar os olhos por vídeos de publicidade, o metaverso tem o potencial de engajar de forma profunda os consumidores a partir de experiências imersivas e interativas.

Na utopia dos mais entusiasmados com a tecnologia, a adoção será em massa e a imersão, total, com grande parte da população usando as plataformas por dias e noites inteiras. De fato, já existe uma geração mergulhada por horas a fio em games nos quais é possível interagir e se relacionar com outros jogadores.

Embora a realidade esteja mais próxima do uso ocasional, isso já é um grande feito para o varejo. Envolver o cliente em RA ou RV controlada, com a possibilidade de usar ferramentas para ampliar características ou acessar informações extras, pode, por exemplo, tornar a decisão de compra muito mais fácil e rápida.

Além disso, a capacidade de gerar receita é expandida de forma exponencial, pois os produtos digitais podem ser convertidos em físicos da mesma forma que os bens “concretos” podem virar em itens eletrônicos.

As oportunidades para o varejo eletrônico dentro do metaverso são resumidas nos três seguintes estágios pela consultoria Deloitte:

  1. as lojas podem atuar como curadores de produtos, serviços e marcas para evitar que os consumidores se sobrecarreguem em um universo infinito de opções;
  2. o metaverso funciona como uma extensão da presença dos varejistas, que podem impulsionar as vendas com ferramentas de gamificação e interação social;
  3. os consumidores podem se tornar cocriadores de produtos e serviços, unindo o físico e o digital e tornando a experiência muito mais envolvente.

Desafios para o metaverso

Como dissemos anteriormente, o metaverso ainda não existe em essência e potencialidade. Por enquanto, algumas plataformas conseguem oferecer uma experiência inicial, mas ainda há um caminho a ser percorrido com uma série de desafios a serem superados. 

Plataformas oferecem cidades próprias e até mercado imobiliário, mas ainda falta integração para se tornar propriamente o metaverso. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O principal deles é a interoperabilidade, que possibilitará conectar vários mundos para permitir que os usuários viajem e carreguem bens entre eles. Outra grande questão é o acesso a uma internet de banda larga, fundamental para que a tecnologia seja executada. Quase 40% da população mundial ainda estão desconectados.

O metaverso pode sofrer ainda com uma crise de confiança entre o público devido ao uso ilegal de NFTs e batalhas judiciais entre empresas que reivindicam a propriedade de plataformas. Além disso, no início da tecnologia a experiência do usuário é um pouco primitiva, o que pode afastar o interesse depois do impacto da novidade inicial. Por fim, o progresso das tecnologias pode ser questionado por conta dos possíveis riscos à saúde física e mental, bem como de custos ambientais das atividades associadas a esse universo.

Tendências do varejo no metaverso

Algumas tendências deverão se tornar diretrizes para o varejo no metaverso. A consultoria de gestão Accenture identificou os quatro principais caminhos, que você pode conferir a seguir.

  1. WebMe: os clientes não são apenas consumidores de conteúdo, eles buscam viver experiências, e esse simples deslocamento de sentido está reinventando toda a internet.
  2. Mundo programável: a convergência de ferramentas como 5G, Internet das Coisas (IoT), RA, RV e materiais inteligentes abrem caminho para a reformulação da interação no mundo físico, permitindo maior controle, automação e personalização.
  3. O irreal: os limites do natural e do artificial se confundiram há muito tempo, e a próxima fronteira é a fusão entre as máquinas e as atividades humanas, criando um mundo irreal que se tornará necessário.
  4. Computação impossível: o aumento de potência de processamento das máquinas está redefinindo as realidades. O varejo precisa se adequar a esse novo ambiente, pois as habilidades tecnológicas serão fundamentais para se manter competitivo no mercado.

O futuro é imprevisível, mas está sendo moldado agora. Você não vai ficar de fora, né? Confira o episódio do #CuboQuest, programa do YouTube do Cubo Itaú, em que conversamos com Caroline Dalmolin, Lead, Reality Labs Developer Partnerships LATAM da Meta sobre as desdobramentos do metaverso!

 

Fonte: Adcock Solutiosn, Statista, Tilt Uol, NL, Bloomberg, Grand View Research, Kantar Ibope Media, Forbes, Retail Week, Deloitte, DataReportal, Accenture

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