Open Finance: como ele pode impactar os ecossistemas financeiros?
Você sabia que é possível disponibilizar seus dados de forma segura para que bancos e instituições financeiras ofereçam serviços melhores? Pode parecer distante para alguns, mas esse cenário está mais presente do que nunca. O Open Finance é um sistema que abre as portas para novos mercados com o compartilhamento de dados, prometendo transformar os ecossistemas financeiros do País.
Ecossistemas abertos de dados financeiros são ampliados
A resolução de lançamento do Open Finance foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em março de 2022 e promete criar um ecossistema aberto para ampliar o Open Banking, restrito a dados e serviços de produtos bancários tradicionais.
Com o Open Finance, consumidores escolhem se querem ou não compartilhar dados, conforme garante a LGPD. (Fonte: Nataliya Vaitkevich/Pexels/Reprodução)
Outros programas semelhantes foram criados em diferentes partes do mundo, mas o hexa já é (assim esperamos) do Brasil. A proposta aqui é mais ampla, abrangendo diferentes sistemas financeiros, e conta com uma implementação em quatro etapas para garantir maior segurança. São elas:
- fase 1 — compartilhamento de dados públicos das instituições financeiras participantes;
- fase 2 — compartilhamento de dados dos consumidores, como nome, Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), endereço e contas bancárias;
- fase 3 — compartilhamento de serviços de transação escolhidos pelos consumidores;
- fase 4 — ampliação de dados, produtos e serviços para finalizar a implementação do sistema financeiro aberto.
Implementação
Tudo começou em fevereiro de 2021, quando a fase 1 foi implementada, e a promessa é que a etapa 4 seja finalizada ainda em 2022. Na parte final, dados de outros serviços financeiros ficarão disponíveis, como:
- credenciamentos;
- câmbios;
- investimentos;
- seguros;
- previdências.
Quando isso acontecer, o Open Finance passará a ser "a mãe e o pai" de todos os ecossistemas financeiros, tornando-se responsável por englobar distintos dados abertos, como o Open Banking (dados bancários), o Open Insurance (dados de seguros) e o Open Investments (dados de investimentos).
Vantajoso para instituições e fintechs
E o que os consumidores ganham com tudo isso? Uma briga (saudável) das boas. Isso porque o sistema aumenta a competitividade, possibilitando a oferta de produtos e serviços financeiros muito mais atrativos.
O sistema aberto financeiro no Brasil beneficia consumidores e instituições financeiras, além de abrir possibilidades para startups atuarem no campo. (Fonte: Austin Distel/Unsplash/Reprodução)
Para que consumidores tenham as demandas supridas de forma mais rápida e eficiente, as fintechs entram no páreo para criar soluções data-driven e transformar o mercado de finanças. Os impactos ainda levam a mais um cenário promissor: acesso ao crédito para diferentes pessoas. Os produtos financeiros deixam de ser segmentados de acordo com a renda e passam a levar em conta diferentes dados, mais complexos e personalizados.
Taxa de adesão no Brasil
O sistema promete revolucionar não somente as finanças no Brasil, mas todo o mercado e já conta com mais de 2 milhões de usuários desde o lançamento, em 2021, além de ter tido adesão de 90% das instituições financeiras no País.
Durante reunião na Casa Civil, Diogo Sousa da Silva, chefe de Subunidade do Banco Central, reforçou o papel do Open Finance ao dizer que “Ele não é um produto, é uma mudança de conceito, sempre com o consumidor no centro das decisões”.
Impacto do sistema na Europa e na Itália
Na Europa, o Fórum Ambrosetti, organizado pela The European House — Ambrosetti, a plataforma financeira Fabrick e o grupo bancário illimity Bank uniram forças para averiguar como o sistema aberto estaria transformando os ecossistemas financeiros europeu e italiano.
A pesquisa concluiu que o Open Finance impactou negócios e aproximou as fintechs para que colaborem com:
- inovação em produtos;
- experiência do consumidor;
- estratégias baseadas em dados;
- integração de produtos e serviços de terceiros;
- estabelecimento de parcerias-chave com outros players.
Das fintechs entrevistadas, 43% apostam cartas no seguinte baralho: nos próximos três anos, elas esperam fazer parte de um ecossistema de plataforma, possibilitando aprofundar ainda mais as transformações no setor financeiro.
Democratização dos ecossistemas financeiros
Seja qual for o modelo de negócios de uma startup, o foco é sempre o consumidor, por isso elas se destacam no desenvolvimento de novos produtos e serviços na realidade dos sistemas abertos. Com acesso a dados cadastrais, transacionais e operacionais, os bancos devem se aliar às fintechs para criar soluções ainda mais customizadas e atentas às necessidades dos clientes.
Instituições financeiras devem garantir o consentimento dos consumidores no compartilhamento de dados. (Fonte: Unsplash/Reprodução)
Mas, nesse cenário, não se pode esquecer de dois pontos principais, que são:
- consentimento — consumidores devem escolher com quem e quando querem compartilhar os dados;
- segurança — o Banco Central é responsável por regular esses dados, estabelecendo diretrizes para o funcionamento deles.
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Fonte: InfoMoney, Banco BV, Banco Central do Brasil, The European House - Ambrosetti, gov.br, Brazil Journal, Estadão.