Startups: 3 tendências do Web Summit para ficar de olho

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As startups, ou soluções de base tecnológica e com potencial de escala, vieram para ficar.

Não se trata de mera aposta quando falamos de maneira generalizada. No entanto, existem ciclos de maior ou menor tendência de acordo com o cenário econômico, micro ou macro, a conjuntura social, o apetite de investimento e assim por diante.

Depois da grande potência dos últimos anos, o mercado global aponta cautela e conservadorismo, principalmente em relação a investimentos. 

Startups de todos os continentes levantaram US$ 81 bilhões entre julho e setembro de 2022, 53% menos se comparado com o ano anterior, cravando o maior declínio desde que a Crunchbase começou a monitorar esse movimento, em 2007, segundo o diretor-executivo (CEO) da empresa, Jager McConnell.

O especialista esteve no Web Summit 2022 e, ao lado de Roxanne Varza, diretora do StationF, apresentou algumas análises do que o ecossistema mundo afora deve observar. 

O Cubo assistiu ao bate-papo que revelou as expectativas dos profissionais. Confira detalhes a seguir.

1. Climate tech

A primeira grande aposta levantada por Varza foi climate tech. De acordo com a diretora, as soluções voltadas para sustentabilidade, além de relevantes para a sociedade, estão ganhando espaço na França, sede do StationF, com expectativa alta entre fundings, já que existe cada vez mais estratégia business-to-business (B2B) entre as startups.

E os investimentos no setor podem confirmar essa aposta. Só no último trimestre deste ano, cinco climate techs figuraram no top 10 de equity deals da CB Insights, somando US$ 3,7 bilhões, de acordo com o Tech Crunch.

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As soluções com foco em sustentabilidade devem ser ainda mais impulsionadas nos próximos anos. 

Conheça o Cubo ESG, hub dedicado a soluções que visam transformar a realidade social e ambiental do Brasil e da América Latina.

2. Fintech

Apesar da desaceleração que também norteia as soluções de tecnologia financeira, os especialistas acreditam que as fintechs continuam no topo do Olimpo das startups

No mundo, existem mais de 26 mil fintechs e, para Varza, há potencial de continuidade. “Metade das startups francesas é do setor”, afirmou ela.

No Cubo, existem mais de 20 segmentos de mercado, e “fintech” está entre as soluções mais populares: são mais de 60 startups dedicadas a resolver problemas mapeados na área. Conheça mais sobre elas aqui.

3. Personalização de espaços empresariais

Um movimento interessante e amplo, sem dúvidas, é o apresentado por McConnell: “Existe muito espaço para personalização de espaços empresariais”. 

“Apesar de empresas como Netflix, Spotify e Hulu ouvirem e aplicarem o que os clientes estão pedindo ou fazendo por meio de inteligências, não fazem o mesmo nos próprios ambientes empresariais”, comentou ele.

Para o diretor, ter aplicativos corporativos que ajudam a tornar a rotina financeira mais eficiente, como uma solução de contabilidade que indique o quanto a empresa está gastando, é fundamental. 

“Isso não existe, mas deveria. A tecnologia existe, os dados estão disponíveis. É uma grande aposta para futuros unicórnios”, complementou McConnell.

Panorama de investimentos

A performance animadora em governança ambiental, social e corporativa (ESG) que vimos antes é melhor que nos dois primeiros trimestres do ano e vai na contramão do ecossistema mundial, que vem observando maior conservadorismo dos investidores. 

Um exemplo próximo é o Brasil. O país, que tem se firmado como um grande celeiro de unicórnios, estando, entre 2019 e 2020, atrás apenas de Estados Unidos e China, tem acompanhado o avanço do ecossistema. 

Só em investimentos, o Brasil mostrou potencial ao bater recordes nos últimos anos. Em 2021, foram mais de US$ 9 bilhões em aportes, o equivalente a 2,5 vezes mais que o observado no ano anterior, de acordo com o Distrito. 

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Os investimentos também foram assunto no Web Summit 2022. 

Em 2022, o panorama não é o mesmo: segundo a consultoria americana CB Insights, apenas no segundo trimestre do ano, os investimentos caíram 23% e os valuations globais, até 16%. Um cenário normal, de acordo com Anderson Thees, Venture Capitalist do Itaú Unibanco. 

Para o executivo, estamos passando por um momento de ajuste, que “acontece historicamente a cada 4 ou 5 anos” e que não era visto há 12 anos

O otimismo, no médio e no longo prazo, continua, afinal o volume de usuários de produtos tecnológicos aumentou, o mercado de corporate venture capital (CVC) brasileiro está acelerado, além de o amadurecimento do caminho completo de venture capital do ponto de vista de equity estar começando a destacar.

Na edição do Cubo Conecta deste ano, trouxemos o tema à tona. Nosso CEO, Paulo Costa, comentou que “o capital de risco está aí, mas está mais caro”. 

Ele acredita que os investidores não fugiram, mas vão ser mais diligentes e mais analíticos. “O valuation das startups será menor. No entanto, bons empreendedores, resolvendo problemas reais da humanidade, sempre terão acesso a capital”, finalizou.

Curtiu os insights compartilhados na última edição do Web Summit? O que mais você acha que fará parte do cenário da inovação em 2023? Confira mais conteúdos tendências tech no blog do Cubo!

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