A demanda por inovação no agronegócio só cresce. Seja por meio de monitoramento, captação e análise de dados ou uso de softwares de gerenciamento, a tecnologia traz inúmeros benefícios ao setor e tem ajudado a otimizar recursos e gerar aumento na produtividade.
Esse otimismo favorece também uma das tendênciasno agro: a automação. O maior percentual de agtechs operando no Brasil, por exemplo, é representado por startups que desenvolvem tecnologias para agricultura de precisão.
Por isso, neste artigo, traçamos um panorama a respeito da aplicação da automação no agronegócio e seus impactos no segmento. Confira a seguir!
Uso de dados e agricultura de precisão
A coleta de dados por meio de softwares de apoio à gestão e análise de big data é a principal área de atuação das agtechs no Brasil, com tecnologia que permite otimizar o trabalho das máquinas agrícolas. A ideia é que esse tipo de solução automatize ainda mais a operação dos equipamentos, melhorando a produtividade da produção e gerando mais insights para os produtores.
A coleta de dados é fundamental para o futuro da automação e geração de insights no agro. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Para captar as informações, as agtechs acrescentam às máquinas agrícolas câmeras e sensores com uso de Internet das Coisas (IoT) e machine learning. Outros equipamentos que se tornam cada vez mais comuns são os drones, que monitoram grandes áreas e conseguem detectar alterações no terreno e na plantação. Esse tipo de equipamento é capaz de gerar imagens e identificar a presença de pragas e qualquer outra mudança.
A agricultura de precisão também ajuda no manejo de pulverizadores, entre outros insumos utilizados no campo, com imagens que também podem ser usadas em melhorias de soluções das próprias agtechs.
Produção neutra
Uma das tendências para agtechs em tecnologia para máquinas agrícolas que vem ganhando força é a redução da liberação de gás carbônico na produção, contribuindo para uma produção cada vez mais sustentável.
Um dos recursos que pode ajudar a economizar combustível e insumos utilizados pelas máquinas, por exemplo, com alertas sobre a necessidade de manutenção do equipamento, é a inteligência artificial.
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Máquinas automatizadas e otimizadas
Na automação das máquinas agrícolas, as agtechs atuam de duas formas: desenvolvendo equipamentos desenhados para serem autônomos e aprimorando máquinas com tecnologia para que sejam semi ou totalmente autônomas.
A adoção de equipamentos agrícolas autônomos está fomentando pesquisas para o desenvolvimento dessas soluções e as perspectivas de evolução são positivas. De acordo com a consultoria norte-americana Fact.MR, esse mercado deve se expandir com uma taxa de crescimento anual composta de cerca de 19% até 2031.
Desafios da digitalização do agronegócio
Apesar dos avanços realizados pelas agtechs, ainda há muito o que inovar nas soluções para o campo. Um dos desafios é a conectividade em grandes regiões, o que dificulta o monitoramento das máquinas e a conexão entre diferentes sistemas.
A conectividade é necessária para que as máquinas conversem com ferramentas de logística e outros softwares que fazem parte das etapas de produção. Assim, o produtor teria como planejar melhor os processos e evitar perdas com pragas ou outros imprevistos.
Um dos desafios enfrentados pelas agtechs é que hoje apenas 70% do campo têm acesso à internet. De acordo com um estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) realizado em 2021, para aumentar os ganhos na agricultura seria necessário instalar 15.182 novas torres com sinais de 2G, 3G e 4G. Além disso, o sinal deveria ser ampliado para 90% da área.
A análise encomendada pelo Ministério da Agricultura revela que, caso a conectividade melhore, a produção agrícola pode render R$ 100 bilhões até 2026. O acesso à internet também ampliará a possibilidade de as agtechs incluírem e testarem novas tecnologias nas máquinas agrícolas.
Há um otimismo com a chegada do 5G. O ministério estima aumentar 6,3% o valor bruto da produção agropecuária no Brasil com a ampliação de 25% na conexão do campo.
O 5G deve contribuir com a expansão da automação no agro. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Capacitação de trabalhadores para lidar com tecnologia
Uma das dificuldades das agtechs e das empresas que atuam no setor agro é integrar o homem do campo à tecnologia.
Segundo o relatório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agricultura digital: pesquisa, desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas, as falhas na conectividade impactam o acesso ao ensino a distância e a informação que chega ao produtor. A comunicação e o bom uso das tecnologias são essenciais para gerar dados cada vez mais precisos para as agtechs, além de otimizar o uso das máquinas agrícolas.
De acordo com a publicação da Embrapa, para o desenvolvimento da agricultura, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aponta como necessidade incorporar no Ensino Superior as disciplinas de IoT e de agricultura de precisão como forma de ampliar o número de especialistas da área de tecnologia com conhecimento agrícola para atuação em agtechs.
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Fonte: Jota, Agtech news, Globo Rural, Scicrop, Embrapa
