Copilot: conheça essas ferramentas de IA e seu potencial
Pense em um armário gigante, com etiquetas marcando cada gaveta, onde os documentos e as planilhas de uma empresa ficam armazenados por anos. Agora, imagine alguém precisando buscar um arquivo específico de 1990 nesse emaranhado de informações não catalogadas. É mais ou menos como o mundo pós-copilot vai imaginar os nossos dias atuais.
Tem sido rápida a transformação do mundo corporativo depois da popularização da Inteligência Artificial (IA). O lançamento do ChatGPT e a corrida de diversas empresas para criarem suas próprias ferramentas de IA mostram que o potencial da tecnologia ainda tem espaço de sobra para aplicar novos métodos em todas as áreas de atuação.
É o que se percebe quando olhamos para o cenário dos copilots, que prometem ser o grande apoiador de profissionais — especializados ou não — na hora de desempenharem suas funções. A mudança já está acontecendo e pode ser vista no mercado de trabalho. Mas, mais do que estamos assistindo, o impacto a longo prazo também deve ser importante.
Neste artigo, vamos explicar o que é esse novo conceito que mostra ter chegado para ficar, quais funcionalidades já estão sendo usadas e quais devem ser lançadas e aplicadas em um futuro próximo, além das vertentes de mercado que já estão explorando o potencial dos copilots para gerar mais resultados. É só seguir a leitura!
Os copilotos funcionam como apoiadores de tarefas complexas executadas por humanos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
O que é um copilot
Copilot é o termo usado para nomear ferramentas tecnológicas que atuam como forma de apoio para a execução de tarefas complexas, baseadas em Inteligência Artificial.
Seu principal objetivo está em contribuir para que o trabalho do “piloto” seja melhor e mais efetivo, entregando o que for preciso para gerar resultados mais úteis para determinada tarefa. Para isso, o copilot pode oferecer agilidade, produtividade, qualidade ou outros atributos que associem melhoria à função desempenhada por um profissional.
No fim das contas, não é à toa que o conceito remete àquela pessoa que fica na cadeira do lado, apoiando na direção e ajudando em caso de dúvidas e problemas. O copilot é exatamente o copiloto das ações diárias de um profissional, e pode apresentar conhecimentos genéricos ou especializados de determinada área.
Uma tarefa normal feita em um dia comum pode ser acelerada e aprimorada se apoiada por um software preparado para aquilo, usando as mais evoluídas tecnologias para concentrar informações relevantes que possam impulsionar os resultados esperados.
É só pensar em gerar um texto no Word contando com a fundamentação de todo o conteúdo disponível na internet: o que antes vinha totalmente da sua cabeça e usava as ferramentas do computador apenas como execução, agora pode ser apoiado por uma inteligência que tenta chegar o mais próximo possível da capacidade humana.
No exemplo de copiloto lançado pela Microsoft recentemente, somos capazes de gerar um texto a partir de uma apresentação, ou analisar toda uma planilha feita em números diretamente no Excel. Essa força dada pela inteligência artificial tende a poupar horas de um trabalho minucioso, que hoje pode ser dedicado a outras funções cada vez mais complexas e exclusivas aos seres humanos.
Outra gigante da tecnologia que anunciou um copilot é a Google. A ferramenta Duet AI funciona no Google Workspace e também permite a criação de textos, imagens e até anotar pontos discutidos em reuniões.
As tarefas do dia a dia podem ser otimizadas com inteligência artificial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Como funciona um copilot
Imagine estar em um avião com dois pilotos: um humano e um baseado em computador. Ambos acompanham a rota e mantêm a segurança do voo, mas se algo acontece e, por algum motivo, o piloto humano perde a atenção no comando, o computador assume e garante que tudo siga o planejado, a partir de informações coletadas de um histórico de voos bem-sucedidos e análise detalhada do trajeto que está sendo executado e do modelo de aeronave que está sendo pilotado.
Com duas opções de pilotos e fontes de informação para tomada de decisão, o nível de segurança aumenta e os riscos diminuem.
É assim que um artigo do MIT descreve o funcionamento e a utilidade de um copilot em um cenário de voo de avião. Mas a mesma lógica funciona para qualquer tarefa que pode ser desempenhada por um ser humano, com o suporte de uma tecnologia em Inteligência Artificial.
No estudo, o exemplo mostra como a decisão de uma manobra no ar pode ser tomada pelo piloto humano e como a mesma decisão é feita pelo computador. Ela passa por mapas analisados como um guia visual, que mostra regiões estratégicas e comportamentos possíveis, todos pautados por algoritmos.
Assim, o copilot consegue identificar sinais de risco potencial com bastante antecedência, em vez de só tomar uma atitude quando o perigo já está iminente, como provavelmente aconteceria com o piloto humano ou com os pilotos automáticos tradicionais.
Com a ajuda da inteligência artificial, tarefas como pilotar um avião podem ficar mais seguras. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Juntando diferentes informações e tendo acesso a uma base de dados atualizada e de alta exatidão, a decisão tomada pela inteligência artificial poderia apoiar o trabalho do piloto e até salvar dezenas de vidas.
Segundo um pesquisador do Massachusetts Institute of Technology, “este sistema representa a abordagem inovadora da aviação habilitada para IA e centrada no ser humano. O uso de redes neurais líquidas fornece uma abordagem dinâmica e adaptativa, garantindo que a IA não apenas substitua o julgamento humano, mas o complemente, levando a maior segurança e colaboração nos céus.”
Não só nos ares, mas em aplicações de apoio ao ser humano de uma forma geral, um copilot funciona a partir de etapas diferentes de funcionamento.
1. Análise de contexto
Da mesma forma que avaliamos o cenário antes de tomar uma decisão, o copiloto pautado em IA olha para o topo para entender o contexto em que a ação é demandada, para analisar onde precisa atuar.
2. Linguagem de aprendizado contínuo
Os modelos de linguagem aplicados à inteligência artificial permitem que suas ferramentas interpretem dados diversos e aprendam de forma constante com toda informação que tiver contato, em diferentes formatos.
3. Sugestões em tempo real
Sem precisar de um comando ou de atualização de dados para funcionar, o copilot dá respostas ao mesmo tempo em que a ação humana está acontecendo.
4. Criação instantânea
No caso de arquivos e criação de imagens e vídeos, as funções de copiloto são capazes de desenvolver diferentes formas em milésimos de segundo, agilizando a entrega de resultados precisos.
5. Previsibilidade
Analisando o contexto e o histórico de ações, o copiloto é capaz de prever o que pode acontecer e, assim, evitar uma ação indesejada ou sugerir uma solução, facilitando todo o processo de execução das tarefas.
As ferramentas são usadas há alguns anos, mas agora ganharam funcionalidades novas, apoiando tarefas ainda mais diversificadas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Revolução recente, mas nem tanto
A impressão é de que a Inteligência Artificial entrou na onda só agora, depois do lançamento do ChatGPT em novembro de 2022. Mas já faz tempo que o conceito de copilot vem sendo implementado no mundo da tecnologia.
Um exemplo citado frequentemente quando se fala no assunto é o GitHub Copilot, desenvolvido e lançado pela OpenAI em conjunto com a Microsoft em 2021. A funcionalidade é baseada em IA generativa, e consegue combinar diferentes dados para ajudar a executar tarefas de desenvolvimento a partir dos principais programas da empresa.
Agora, ele ganhou funcionalidades novas e apoia tarefas mais diversificadas que antes. Em seus primeiros testes, ficou comprovada uma agilidade de 55% no tempo de execução de determinada tarefa de desenvolvimento, o que representa uma ação feita em metade do tempo.
Para uma empresa, esse resultado é significativo e pode ser determinante para o alcance do sucesso. Para pessoas com usos em seu dia a dia, o potencial de melhorar rotinas e otimizar tarefas é expressivo, trazendo vantagens a qualquer um que queira contar com o apoio de uma tecnologia de ponta.
Aplicando os copilots
Copilots são extremamente úteis para profissionais que querem otimizar suas rotinas de trabalho e devem impactar tanto o mercado de trabalho como ser base para a criação de novas soluções nos próximos anos.
Veja abaixo três aplicações práticas dos copilots que já vemos acontecendo no mercado:
Copilot na educação
A inteligência artificial usada para apoiar o aprendizado pode ser vista em novos métodos aplicados em escolas e na facilitação de tarefas que antes demandavam muitas horas. A otimização de leituras e interpretação de dados promete dar lugar a um incentivo maior a habilidades criativas e de socialização.
Copilot no dia a dia de trabalho
A nova ferramenta da Microsoft, pro exemplo, permite que dados de empresas vinculados ao seu programa de gráficos possam ser interpretados e formatados, além de criar e-mails e interpretar mensagens enviadas em um grupo via chat.
O copilot pode atuar como um suporte importante no aprendizado de crianças e adolescentes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Copilot para desenvolvedores
Como mencionado acima, usando a funcionalidade chamada de GitHub, desenvolvedores podem contar com o apoio da inteligência artificial para criar softwares, a partir da indicação de linhas de código e uso de algoritmos complexos.
Leia também:
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- Inteligência artificial: o que é, tipos e como funciona
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Desafios
Há também, no entanto, desafios a serem enfrentados por quem cria soluções de copilot. Um deles o nível de confiança das informações geradas por eles, que precisa ser bastante alto, demandando alto nível de treinamento antes de levar os produtos ao mercado.
Além disso, o letramento da população em geral para o uso não só do copilot, mas de ferramentas de IA de modo geral também deve ser uma preocupação importante nos próximos anos.
Os custos da aplicação de ferramentas de copilot variam de acordo com a aplicação e o modelo da funcionalidade. Diversas ferramentas, como o próprio ChatGPT, oferecem versões gratuitas, que podem ser usadas por qualquer pessoa.
Já soluções especializadas e formatadas para usos mais complexos podem ser encontradas no mercado por preços diversos, influenciados pela tecnologia envolvida e pelo nível de suporte oferecido.
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