O conceito de lifelong learning criou possibilidades para as edtechs. Nunca se falou tanto em aprendizado contínuo e nas necessidades de mudanças na educação. A pandemia de covid-19 aprimorou à força e rapidamente o ensino a distância, provocando um "boom" das edtechs.
E o crescimento não parará por aí, pois as novas gerações nativas digitais e hiperconectadas seguirão demandando revisões constantes no formato do ensino, inclusive no ambiente corporativo.
Segundo o Fórum Econômico Mundial (FEM), a transformação digital é outro fator que impacta a educação. Estima-se que, até 2030, mais de 1 bilhão de pessoas tenham que ser capacitadas para atuar no novo mercado de trabalho. A previsão também coloca as edtechs no centro, afinal a digitalização do mercado terá que ser acelerada com o uso de tecnologia e novas metodologias.
De acordo com um estudo do LinkedIn Workplace Learning, um dos desafios das empresas na retenção de talentos é oferecer oportunidades de desenvolvimento constante para os colaboradores. O consultor sênior de people science do LinkedIn, Gogi Anand, expõe que "os funcionários esperam oportunidades para aprender e crescer sem limitações, gerentes que entendem estilos e ambientes de trabalho e empresas que oferecem flexibilidade como padrão de emprego".
As demandas vão além. Os novos profissionais exigirão das empresas aprendizado de alto impacto e qualidade. Isso porque o crescimento exponencial pede o desenvolvimento de novas habilidades. Com isso, as edtechs poderão atuar na criação de soluções que ajudem líderes a melhorar a educação corporativa, dar mais segurança e gerar insumos para que eles evitem o estresse gerado pela falta de determinadas habilidades nas empresas.
Ainda segundo a pesquisa, em 2022, 49% dos executivos demonstram preocupação por os colaboradores não terem skills adequadas para acompanhar a estratégia dos negócios.
Ensino será transformado pela geração Z. (Fonte: Pexels/Reprodução)
Tecnologias para a educação do futuro
Se o mercado de trabalho luta para manter e habilitar millennials e a geração Z nos empregos, as crianças da geração alpha exigirão ainda mais do sistema de educação. Nativos digitais, os nascidos a partir de 2010 já "saem com um smartphone na mão". Parece piada, mas, nos Estados Unidos, 90% das crianças de 1 ano já acessaram celulares e tablets.
Essa característica facilita o contato com a tecnologia, mas também demanda inovação constante. Felizmente, olhando para o futuro, algumas soluções desenvolvidas por edtechs prometem solucionar certos desafios de aprendizagem nos próximos anos.
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1. Metaverso
Iniciativas com metaverso já são realidade em setores como o varejo e prometem revolucionar as edtechs. Para a geração alpha, o home office não será nenhuma novidade, muito pelo contrário; especialistas até acreditam que os alphas preferirão fazer atividades do dia a dia no universo virtual. Aliás, diferenciar o mundo real do virtual já é coisa de "cringe". Os novos profissionais nem farão essa divisão, portanto estudar e trabalhar no metaverso será comum.
2. Inteligência artificial e big data
As edtechs atuam com tecnologia para vencer a dificuldade de colocar em prática o ensino personalizado. A inteligência artificial (IA) e o big data contribuem para a coleta e a análise de dados e feedbacks. Isso torna possível acompanhar o desempenho e as dificuldades de cada aluno e compreender quais são as melhores práticas.
Outro ponto favorável da IA é que ela ajuda a melhorar a experiência de aprendizado, e esse fator contribui para diversificar os padrões. O report do LinkedIn mostra que 55% dos entrevistados acreditam que o aprendizado e o desenvolvimento realizados por empresas têm algum nível de responsabilidade na diversidade e na inclusão no mercado de trabalho.
Incluir perfis diversificados exige adaptação e acompanhamento diferenciado de performance. Nesse ponto, a inteligência artificial das edtechs consegue oferecer insumos de performance e até mesmo identificar mudanças necessárias para o aprendizado ser mais inclusivo.
Nos Estados Unidos, a edtech Matchbook Learning está ajudando a coletar dados do ensino híbrido em uma solução para resolver a superlotação das escolas. Chamado de blended learning, o sistema combina ensino online e aulas ao vivo com professores. Com a tecnologia, os dados são coletados em tempo real, permitindo avaliar a qualidade do ensino e do método.
Além disso, a inteligência artificial e o big data ajudam as edtechs a agilizar o planejamento de ensino dos professores. Essa tecnologia gera mais insumos para os profissionais e otimiza tempo na correção de avaliações, por exemplo.
Edtechs usam tecnologias para criar soluções inovadoras para a educação. (Fonte: Pexels/Reprodução)
3. Machine learning
Treinamentos com aprendizagem imersiva executados por edtechs são realidade em algumas empresas, e o machine learning é uma tecnologia que ajuda nesse processo. A edtech brasileira Sábios, por exemplo, utiliza a solução combinada com neurociência e inteligência artificial para desenvolver simulações de tarefas do dia a dia de trabalhadores que atuam em ambientes de risco.
Os algoritmos conseguem compreender situações reais e o comportamento das máquinas conforme as decisões tomadas pelos colaboradores. Isso permite o desenvolvimento de um ambiente virtual no qual o profissional é treinado para cumprir as tarefas seguindo normas de segurança. Essa é uma das aplicações possíveis da tecnologia.
4. Gamificação
A gamificação é um recurso tecnológico que também já está em prática no mercado. Edtechs especializadas em desenvolver jogos educativos usam tecnologias como IA e machine learning para ensinar.
A aplicação de jogos educativos foi aprimorada com as tecnologias das edtechs. Além de ser uma atividade lúdica, é uma metodologia ativa capaz de engajar de forma pedagógica. Um dos estímulos provocados pela gamificação é o desafio de passar fases e construir uma narrativa de pensamento, recurso que desperta o interesse e motiva a pessoa a chegar até a recompensa, que são os pontos acumulados com acertos.
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