Estratégia de exit: qual a importância para a sua startup?

Por
Tempo de Leitura: 5 minutos

Quando se fala da construção e evolução de uma startup no mercado, uma etapa muito visada pelos empreendedores e investidores é o exit. O momento configura a saída do negócio e possibilita o retorno financeiro para esses players. 

É também uma etapa importante para o crescimento da empresa, já que ao ingressar em um processo ativo de M&A (Merge & Acquisition), por exemplo, a startup pode se aliar a grandes nomes do mercado e assim consolidar e expandir seu campo de atuação, a depender dos acordos que forem feitos. 

Entenda a seguir como funciona o exit e como é possível montar uma estratégia para ele!

O que é exit?

O exit de uma startup marca o ponto de "saída" do negócio, ocorrendo mediante um processo de M&A, em que a empresa é parcial ou integralmente vendida; uma nova rodada de investimentos, com entrada de novos investidores; ou por meio de um IPO (Oferta Pública Inicial), que consiste na abertura de capital na bolsa de valores. 

É uma etapa muito aguardada por empreendedores e investidores (sejam eles de estágios mais iniciais, como os anjos, ou mais avançados, como os fundos de venture capital), já que permite que eles tenham seu retorno financeiro pelo investimento.

O modelo mais comum é o M&A, pelo qual a empresa passa por uma fusão ou aquisição. No Brasil, até outubro de 2023, foram realizadas mais de mil operações de M&A, segundo a PwC, demonstrando como este mercado está aquecido. Na linha de frente das transações, estão as empresas de tecnologia. 

Como funciona o exit

placa de saída luminosa rosa

Entender como se preparar para o exit é importante para conquistar uma boa saída.

No exit por M&A, os compradores estratégicos costumam ser nomes consolidados no mercado, como grandes corporações nacionais ou internacionais, que podem ser concorrentes diretas, indiretas ou ter uma oferta complementar à empresa em questão. 

Nesse caso, os possíveis compradores buscam adquirir empresas com quem tenham sinergias e que possam agregar estrategicamente aos seus planos de longo prazo, por diversos motivos. Aqui vão as razões principais, seguindo a nomenclatura mais usual dada pelo mercado:

  • Acquihire: por oferecerem a expertise de uma equipe capacitada;
  • Tecnologia  e produtos: por possibilitarem o aumento ou diversificação do portfólio da empresa compradora;
  • Base de clientes: por apresentarem novas linhas de receita, áreas geográficas, canais, segmentos de mercado ou modelos de negócio;
  • Estratégico ou defensivo: por tornarem possível adiantar tendências, evitar ou adiar a disrupção da empresa ou consolidar aquela área da indústria.

Essas são algumas das principais motivações de compra dos players estratégicos, e é importante conhecê-las a fundo no momento de mapear possíveis compradores para a sua startup, para que as expectativas de ambos os lados estejam bem alinhadas desde o início das negociações.

Nesse sentido, vale mencionar que, no campo das motivações estratégicas para a compra de uma startup, é possível fazer aquisições verticais ou horizontais.

Os movimentos verticais acontecem quando uma empresa adquire outra que, apesar de estar no mesmo segmento, atua em uma etapa diferente do processo, apresentando soluções e produtos com focos diferentes e, por isso, ambas não são concorrentes diretas no mercado. É o caso, por exemplo, de quando uma marca de varejo adquire uma fábrica, ou vice-versa.

Os movimentos horizontais, por sua vez, ocorrem entre empresas também da mesma área, mas que são, de fato, concorrentes diretas. Essas aquisições geralmente se dão quando as empresas estão buscando ampliar suas operações, seja em outras regiões geográficas, em quesitos tecnológicos ou de clientela. 

As demais possibilidades de exit consistem na saída de investidores ou sócios ao venderem suas participações na entrada de novos acionistas, um processo comum para startups que passam por várias rodadas de investimento; e o IPO, um processo longo e com várias etapas, que permite que a empresa passe a vender suas ações na bolsa e os antigos acionistas e investidores vendam suas participações

Tendo todas essas oportunidades em vista, fica ainda mais nítida a importância de conhecer bem o seu negócio e fazer uma extensa pesquisa de mercado antes de começar a estratégia de exit da sua startup. Para isso, saber quais são as etapas mais comuns do processo de M&A vai te ajudar muito!

Como vender a ideia de uma startup?

Dito isso, para começar a construir o perfil do comprador ideal para a sua startup, ou seja, o Ideal Acquirer Profile (IAP), é necessário fazer uma análise completa da sua empresa, desde o seu posicionamento enquanto marca, os produtos, serviços e soluções que ela oferece, a sua cadeia de produção, o valor gerado pela startup no mercado – e, claro, ter bem organizados os aspectos contábeis, jurídicos e financeiros da empresa.

Dessa forma, a partir de uma visão integral de todas as características da startup, é possível começar a mapear empresas com as quais existam sinergias, seja em diferentes etapas do processo produtivo ou, então, que atuem no mesmo ramo e sejam suas concorrentes diretas. Uma forma interessante de pensar seria: “qual empresa poderia se beneficiar por se unir ao meu negócio?”.

Outra etapa que pode te ajudar a ter mais visão sobre o processo de exit é analisar transações parecidas que já ocorreram no mercado. Pesquise sobre o segmento da sua empresa e veja como está o cenário de M&A naquele setor no momento atual. Quais startups estão sendo vendidas? Quais empresas as estão comprando? Que tipo de sinergias estão sendo priorizadas? Isso pode te dar alguns insights valiosos sobre os próximos passos da sua empresa.

Passo a passo para criar uma estratégia de exit

O planejamento é crucial para um bom exit. Conheça as etapas que podem ser seguidas por empreendedores:

1. Tenha um objetivo em mente

Ao traçar as metas, pessoais e profissionais, em relação ao exit, fica mais fácil encontrar ferramentas e meios para iniciar esse processo

Talvez você não tenha interesse em sair definitivamente e na verdade queira se manter na sociedade do negócio para fazer um follow-on, dando continuidade e investindo na empresa para evitar que sua parte seja diluída caso novos investidores apareçam. Somado a isso, pode ser que você deseje continuar ocupando alguma posição ativa dentro do negócio, como consultor ou conselheiro. Ou não, você apenas quer receber sua parte e focar outras metas.

Avalie todos esses pontos, traçando ações para cada um deles. Também analise os prós e os contras de cada um e depois tome a decisão com sabedoria.

2. Trace um plano

Objetivo mapeado, é hora de planejar como isso será feito. Leve em consideração como a transição deve ocorrer e, especialmente, quais pessoas devem ser previamente preparadas.

exit-2

Há situações em que o exit é um caminho para o empreendedor possa criar novos negócios. 

Outros pontos importantes a considerar em seu plano são os seguintes.

  • Avalie quanto vale a empresa e qual é sua parte nisso. Contadores, advogados, conselheiros ou players de confiança podem ajudar nessa etapa.
  • Coloque as contas do negócio em ordem, seja cobrando quem deve, seja pagando o que está pendente. Considere ter uma equipe de especialistas financeiros ou o time de contabilidade para auxiliar nesse processo.
  • Faça um plano de sucessão e defina quem assume após sua saída. Esse profissional está na casa ou precisa ser buscado no mercado? Caso outros sócios saiam, quem assumirá as posições deles? É preciso, então, levantar todas as atividades feitas por você e por eles e prever quem vai ocupar esses cargos.
  • Reveja suas finanças pessoais. Se estiver saindo do negócio e precisando levar dinheiro para financiar outra empresa, há caixa suficiente? 

3. Pense em como a empresa funcionaria sem você

Parece algo difícil a ser feito, mas é necessário para entender o cenário e avaliar as possibilidades de sucessão previstas no item anterior. Por exemplo, caso você vá fazer trade sale, qual é a visão do mercado sobre isso? Será que seus clientes são mais fiéis a você do que ao negócio em si? Tudo isso ajuda a entender de que forma o exit pode ser prejudicial ou não.

4. Revisite e atualize a estratégia de exit de forma contínua

Não é porque uma estratégia foi bem desenhada e planejada que ela não deve ser revisada. Ainda mais se o exit é futuro. Portanto, avalie o planejamento regularmente e faça ajustes na rota.

O exit é uma etapa muito importante no ciclo de crescimento de startups e se preparar para ele é fundamental. Quer receber mais informações sobre o universo de empreendedorismo tecnológico e inovação diretamente em sua caixa de entrada? Assine a newsletter do Cubo!

banner para inscrição na newsletter do cubo

Fonte: ACE Startups, Guia do Exit para Startups, Infomoney, Exame.

Picture of Cubo

Cubo

Somos o Cubo Itaú, uma comunidade que, desde 2015, conecta as melhores soluções para construir grandes cases de inovação para o mercado. Ao lado de nossos idealizadores, Itaú Unibanco e Redpoint eventures, e de um seleto time de startups e corporates, conquistamos o selo de um dos mais relevantes hubs de fomento ao empreendedorismo tecnológico do mundo.

Autor