Pagamento com reconhecimento facial, abertura de conta sem idas a agências bancárias, empréstimos aprovados em tempo recorde. Todas essas mudanças mostram o quanto as fintechs revolucionaram a forma como fazemos transações financeiras nos últimos anos. As startups que desenvolvem tecnologia para serviços financeiros ganham cada vez mais destaque e são, inclusive, foco de grandes fundos de investimento, como a16z.
Uma pesquisa da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) em parceria com a consultoria PwC Brasil revelou que uma em cada quatro startups do segmento no Brasil faturou mais de R$ 5 milhões em 2021. É o maior volume de movimentações realizadas desde 2017, quando o mapeamento do setor foi iniciado.
Iniciado o processo de digitalização e a quebra de barreiras em um setor tão tradicional, qual será então o futuro das fintechs? Isso é o que vamos responder neste artigo. Siga com o Cubo!
Investimento em operações mobile deve crescer. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
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Tendências para as fintechs
O desenvolvimento de tecnologias para o setor de finanças segue crescendo em ritmo acelerado. Conheça as tendências que fazem parte do futuro das fintechs:
1. Digitalização
O principal olhar se mantém: o Brasil tem muitas oportunidades para as fintechs, é diverso e ainda está em fase de digitalização financeira. Outro fator favorável à inclusão de tecnologia no setor é que cerca de 45 milhões de brasileiros não têm conta bancária, segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva. A maior parte desse público é formada por mulheres (59%), pessoas negras (69%) e população das classes C, D e E (86%).
Há um trabalho importante de fomentar a cultura da digitalização e democratizar o acesso desses cidadãos ao setor financeiro. Com isso, as fintechs podem apostar em diferentes segmentos e serviços que atendam a esse público. Hoje existem startups que oferecem crédito e intermedeiam transações financeiras sem a necessidade de conta em banco, por exemplo.
Em se tratando do mercado business-to-business (B2B), as oportunidades estão em serviços específicos para microempreendedores e autônomos. Outro campo a ser explorado é a automação do setor financeiro de empresas; em 2021, 58% das startups atendiam a clientes jurídicos, principalmente pequenas e médias empresas.
2. Fintechização
A competitividade é o principal desafio enfrentado pelas fintechs. Com mais startups atuantes, além da digitalização dos bancos, torna-se cada vez mais necessário encontrar diferenciais no mercado. Para especialistas, apostar em uma visão customer-centric, ou seja, centralizar o desenvolvimento de produtos com base nas demandas dos clientes, é uma das soluções.
Isso significa que o caminho está no próprio usuário, que está cada vez mais adaptado aos canais digitais. Porém, a centralidade do cliente vai além. As fintechs têm uma série de oportunidades atendendo a diferentes nichos que têm necessidades específicas. A chamada fintechização não é exatamente uma novidade, mas tem sido uma tendência cada vez mais forte.
Hoje, há fintechs no varejo, na logística, na educação e segmentadas por perfis, como LGBTQIA+ e femtechs. As possibilidades vão desde educação financeira até serviços de crédito. O desenvolvimento de produtos especializados garante melhor atendimento e autonomia a esses públicos e setores.
3. Segurança e mobile
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), ainda há necessidade de desenvolver mais mecanismos de segurança e ampliar os serviços acessíveis via mobile. Em 2021, as transações bancárias por canais digitais aumentaram 23%, mas o que surpreende mesmo é a movimentação financeira por celular, que cresceu 75%. O percentual de pagamentos via mobile banking avançou 72%.
A comodidade e a conveniência são valorizadas pelos consumidores . A facilidade de abertura de contas e a possibilidade de realizá-la em diferentes canais, como o próprio celular, passa a ser a regra do jogo nesse contexto, já que em muitos casos os meios eletrônicos têm superado os canais físicos.
Em paralelo a isso, tem aumentado a preocupação com treinamento de pessoal para garantir mais segurança cibernética. Bancos investiram R$ 5,7 milhões em capacitação em 2021, 138% a mais se comparado ao ano anterior, e esse movimento deve continuar.
Investimentos no segmento
Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) e a consultoria PwC Brasil mostra que as fintechs ainda têm desafios para receber aportes. Para 51% das startups, obter investimentos é uma barreira. A necessidade só perde para atrair talentos qualificados (56%). De toda forma, a consolidação das empresas e a segmentação, além do desenvolvimento de soluções para open banking, prometem fazer o setor crescer ainda mais.
Para especialistas, o open banking aumentará a competitividade das fintechs, pois o compartilhamento de dados bancários de clientes possibilita que essas empresas tenham mais chances de explorar novos mercados. Uma das apostas é ampliar as formas de crédito, facilitando financiamentos e empréstimos personalizados. A customização de serviços e a possibilidade de ampliar o acesso a produtos financeiros é o que torna o setor de fintechs atraente para receber investimentos. Há muito o que explorar nesse mercado. Basta focar o cliente.
Ficou interessado em saber mais de fintechs e digitalização de empresas? Leia o blog do Cubo e se informe sobre tudo o que rola no setor de startups.
Fonte: Slyde, Think With Google, O Globo, PwC, Noomis, Aliare, Finsiders, Instituto Locomotiva