É fato: uma cultura organizacional consolidada é essencial para o bom desenvolvimento de qualquer empresa e, claro, para a inovação. A construção de uma cultura bem assentada é um processo trabalhoso, mas fundamental para que as pessoas estejam envolvidas e engajadas em um propósito em comum.
Esse deve ser, então, um dos principais focos das startups, pois contribui diretamente para o processo de atração e retenção de profissionais e, consequentemente, para a evolução do negócio.
Entenda a seguir a importância da cultura organizacional e como ela impacta para o nível de satisfação e engajamento dos talentos!
Leia também:
- Quais são os estágios de uma startup e o que fazer em cada fase
- Como tomar melhores decisões para o crescimento de uma startup
O papel da cultura na retenção de talentos
A cultura é uma das peças-chave para o futuro do trabalho.. O mercado está competitivo, e a previsão é que o avanço da tecnologia crie ainda mais demandas de profissionais.
Nesse contexto, a cultura organizacional deve ir além do alinhamento com valores e propósitos de empresas, que é essencial, mas englobar também as iniciativas que operem na direção do desenvolvimento dos talentos. A ideia é que esse olhar macro contribua para a satisfação e, consequentemente, com a retenção dos colaboradores.
A geração Z
Quando se trata de novas gerações, essa questão fica ainda mais complexa. Profissionais da geração Z valorizam muito mais a cultura organizacional. Para esse público, é comum deixar uma empresa por não se encaixar nos princípios dela.
Essa geração prefere optar por ambientes que garantam segurança psicológica, oportunidade de expressão e de desenvolvimento, além de muito espaço para testar.
O engajamento desses profissionais vem da própria motivação pessoal, por isso têm surgido novos modelos de trabalho, com diretrizes mais flexíveis e que priorizem a saúde mental. Há ainda a preocupação de que as lideranças sejam cada vez mais ESG, ou seja, estejam abertas a discutir e praticar pautas dentro destes temas:
- sustentabilidade;
- diversidade;
- inclusão;
- questões ambientais.
Empresas com cultura organizacional sólida permitem que as pessoas sejam mais engajadas. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Como desenvolver e fortalecer a cultura organizacional?
Todos esses elementos não "nascem de um dia para o outro". Por isso, ações e iniciativas são necessárias para estabelecer a cultura organizacional e garantir que ela sobreviva ao longo do tempo. Confira algumas recomendações a seguir:
1. Conheça as pessoas que trabalham na sua startup
O primeiro passo para entender o time e as necessidades dele é fazer pesquisa e escuta ativa. Aplique levantamentos que mostrem qual é o perfil dos colaboradores, como eles se sentem e o que valorizam.
Esse primeiro momento é importante para identificar perfis que destoam muito. Há profissionais que não se adaptam às metodologias ágeis, por exemplo, e não compreendem os benefícios de ter mais autonomia ao buscar desenvolvimento constante (lifelong learning). Essas pessoas podem não ser um problema imediato, mas a longo prazo mostrarão desconexão.
Quanto antes você encontrar esses perfis, mais fácil será o processo de engajamento. Você pode tentar dar feedbacks constantes e avaliar se elas estão performando e se estão felizes. Todas as tomadas de decisão com relação à gestão de pessoas serão mais ágeis após o levantamento dos perfis.
2. Entenda quais são os gaps
Ao compreender os perfis, você também entende em que aspectos a startup precisa melhorar. Bons profissionais podem deixar a empresa por sentirem que a tomada de decisão é verticalizada, e o reconhecimento também pode ser um fator decisivo.
Falta de diversidade é outro ponto a avaliar. Ambientes diversos são necessários para inovação. Observe se a startup está dando oportunidade para o desenvolvimento de pessoas com experiências, gêneros, raças e condições físicas diferentes.
Compreenda quem são as lideranças e se elas também são diversas. Esse fator impacta na satisfação das pessoas, na performance delas e no desenvolvimento do produto ou serviço. Além disso, você compreenderá quais habilidades técnicas precisam ser melhoradas e quais são os pontos fortes. Todas essas informações serão úteis para um planejamento de gestão de pessoas mais ágil e produtivo.
3. Repense o processo seletivo
Preocupe-se não só com o time que já está atuando, mas também com as pessoas que entrarão em vagas futuras. Inclua no processo de recrutamento estratégias de employer branding que ajudem a encontrar profissionais que se identifiquem com a cultura da sua startup.
A maneira como você se comunica e divulga a empresa faz a diferença na captação de pessoas. Caso tenha identificado que falta diversidade, dedique-se a tornar a comunicação mais acessível, com linguagem inclusiva e legendas.
Avalie também a estrutura da startup, se é realmente um ambiente inclusivo, se oferece as condições para que as pessoas tenham experiências semelhantes de trabalho. Tudo isso faz diferença na construção da cultura.
A diversidade é um fator importante para a cultura organizacional. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
4. Crie rituais de feedback
Empresas com uma cultura organizacional sólida têm espaço para trocas e conversas constantes. Os feedbacks — ou ainda feedforwards — são importantes no direcionamento e no engajamento de times. As pessoas precisam ter reconhecimento e espaço para se expressar.
E eles não devem ser uma prática de cima para baixo apenas. É importante que líderes saibam ouvir a operação para saber quais pontos devem ser ajustados. Uma cultura organizacional vai ser duradoura se as pessoas se sentirem parte dos processos. Dessa forma, a escuta ativa, as pesquisas de employee net promoter score (eNPS) e outros recursos se tornam muito importantes e necessários.
A construção organizacional é um processo que pode impactar diretamente o desenvolvimento de startups. Confira mais conteúdos sobre aspectos importantes para o seu crescimento no blog do Cubo.
Fonte: BWG, Mundo RH, Startupi, Startup SC, GPTW
