Fundraising: o que é e como funciona a captação de recursos

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Levantar investimento para iniciar ou escalar um negócio é um desafio e tanto para quem empreende. O conceito de fundraising (captação de recursos, em tradução livre) abrange o processo de arrecadação de fundos para alavancar uma empresa e, dependendo da fase da companhia, pode acontecer de várias formas.

Neste artigo, explicaremos como funciona o processo de captação de investimento e como é possível realizá-lo em múltiplos estágios. 

O que é fundraising?

Fundraising é uma estratégia muito usada por startups e empresas de tecnologia para captar os recursos necessários para iniciar um negócio ou levá-lo ao próximo nível.

Geralmente, o cheque levantado é utilizado para desenvolver produtos, serviços ou soluções, mas também pode ser investido para expansão e contratação de pessoas, por exemplo. 

O processo contempla uma série de etapas, entre elas:

  • entender as necessidades do negócio;
  • conhecer as alternativas de investimento e analisar que tipo funciona para esse momento;
  • montar o pitch perfeito e negociar com os investidores;
  • chegar a um term sheet e passar pelo processo de due diligence.

dinheiro em superfíce

O processo de captação de recursos contempla várias etapas. 

Como dito anteriormente, existem diferentes formas de investimento, que variam também de acordo com o estágio da startup.

É preciso considerar se o fundo ou modalidade de investimento faz sentido para o negócio e se o dinheiro chegará no momento certo. Ou seja, é necessário muita maturidade e planejamento.

Um processo de fundraising pode demorar entre três meses e um ano para se concretizar no Brasil. Não dá para contar com o ovo antes da galinha. É necessário se preparar e ter argumentos sólidos para acelerar o processo. 

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Etapas do fundraising

Como dissemos, os tipos de investimento mudam conforme o estágio e a maturidade dos negócios. Conheça cada um deles e o que é necessário para levantar recursos em todas as fases. 

Pré-seed

Etapa em que os produtos mínimos viáveis (MVPs) começam a ser desenvolvidos e testados. Os investimentos ocorrem entre R$ 100 mil e R$ 400 mil. A empresa tem poucos funcionários, mas já começa a ter custos. 

  • FFF 

Uma possibilidade para essa fase é recorrer ao investimento Family, Friends and Fools (FFF ou Família, Amigos e Tolos, em tradução livre). O valor é investido por pessoas conhecidas é usado para estruturar o MVP. 

  • Bootstrapping

Negócios escaláveis também podem crescer com bootstrapping, ou seja, com recursos gerados pela própria startup ou aportados diretamente por founders. Não há investimentos externos nesse caso.  

Seed

A fase da semente acontece quando o MVP está estruturado, testado e começa a crescer. Nessa etapa, os recursos são muito importantes, pois é necessário investir para a tração.

cofre derrubado com moedas

Os investimentos na etapa de seed ajudam a tracionar a startup.

Esse momento é delicado já que a demora pela busca por investimentos externos pode acarretar até na falência da empresa. Os investimentos acontecem entre R$ 400 mil e R$ 2 milhões.

Um dos dificultadores da fase seed é que as soluções ainda estão em fase de validação e os lucros são pequenos. 

  • Investidor-anjo

O aporte é feito por pessoas físicas, e o investidor-anjo pode contribuir com recursos financeiros e com conhecimento e expertise — o conhecido smart money.

Nessa modalidade, a parceria também pode resultar na autoridade da startup por estar associada a um nome de influência e experiência no mercado. 

Investidores-anjo estão interessados em apostar em empresas com potencial de crescimento. Assim, precisam que a startup tenha um plano de negócios bem estruturado e esteja aberta a dividir a gestão, em alguns casos. 

Normalmente, investidores-anjo participam de eventos e são ativos no mercado, por isso o pitch deve estar na ponta da língua para atraí-los.

  • Crowdfunding

O financiamento coletivo também é uma forma de levantar recursos. Nesse modelo, a empresa abre a captação para que várias pessoas invistam pequenas quantias. Há plataformas de investimento online que organizam esse tipo de operação.

  • Aceleração

Programas de aceleração também são uma opção para essa fase do negócio. Além de gerar recursos, as aceleradoras contribuem com mentorias, apoiam na gestão de projetos e promovem encontros para networking.

É uma maneira de adquirir conhecimento e estruturar o planejamento para dar os próximos passos. 

  • Venture capital

Fundos de venture capital, ou de capital de risco, reúnem recursos de grupos de pessoas interessadas em aplicar dinheiro em startups, os chamados Limited Partners (LPs). Os VCs podem ocorrer não só na fase seed, já que há rodadas para séries A, B e C. 

É um processo mais complexo de investimento, e os recursos são concedidos em troca de uma parte da sociedade. Assim, o fundo se torna sócio do negócio e tem direito a resgatar sua participação no exit da startup

pessoas negociando em mesa captacao de recursos

A captação de recursos é responsável por permitir que startups cheguem ao próximo nível. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

Séries A, B e C

Com uma base de clientes e gerando receita de forma mais estável, o investimento para startups nessa fase é para crescimento e expansão. As empresas usam os recursos dos fundings para entrar em novos mercados e operações. 

Os investimentos são acima de R$ 5 milhões. Nessas etapas, as rodadas são maiores e mais complexas, os aportes vêm de fundos de venture capital e de private equity e são bastante arriscados, pois os responsáveis estão atrás de empresas com maior faturamento.

O que diferencia as fases A, B e C são os desafios superados pela empresa ao longo do tempo. Ou seja, se na fase seed a missão era validar o MVP e construir uma base de clientes, na A é a rentabilidade, na B é consolidar a expansão e provar a escalabilidade e na C é consolidar o negócio

Para concorrer aos fundos, as empresas precisam comprovar a capacidade de crescimento, mostrar resultados e ter uma governança sólida. Conseguir fundos nessas etapas exige alinhamento interno da empresa e um compromisso com a transparência. 

  • Private equity

O investimento parte de corporates, instituições, fundos de investimento ou investidores individuais interessados em aplicar dinheiro em inovação. É necessário que a startup esteja bem consolidada e com margens lucrativas para receber esse tipo de funding. 

Isso significa muita maturidade e investimento interno em governança. É o sonho de muitos founders chegar a esse estágio, mas é uma longa caminhada. 

Conquistar investimentos é uma tarefa que demanda planejamento, mas fundamental para que startups possam evoluir seus produtos e negócios. Para saber mais sobre empreendedorismo tech, investimentos e inovação, assine a newsletter do Cubo!

Fonte: Liga Ventures, Endeavor, BM&CNews, Liga Ventures, Remessa Online, Capital Aberto

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