Deep techs: o que são, importância e impacto

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A tecnologia de ponta nunca avançou tão rápido. Nesse cenário, uma vertente de startups tem chamado cada vez mais atenção: as deep techs. Essas empresas, de base científica, demandam pesquisa intensiva, investimentos robustos e visão de longo prazo.

Há um movimento global de desenvolvimento em relação às deep techs. Na Europa, elas receberam 44% de todo o investimento em tecnologia em 2023, segundo a McKinsey. Já na América Latina, a expectativa é que os investimentos aumentem vinte vezes na próxima década, conforme o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Quais são os desafios e as oportunidades para as deep techs na região? Confira a seguir um panorama detalhado:

Resumo

Ecossistema em expansão: A América Latina abriga 1.316 deep techs, com destaque para o Brasil, Argentina e Chile, impulsionando inovação em saúde, agro, indústria e energia.
Desafios e oportunidades: Apesar do avanço, a região ainda investe menos de 1% do PIB em P&D, exigindo maior conexão entre ciência, capital e mercado.
Futuro da inovação: O Cubo fortalece a ponte entre universidades, startups e investidores, apoiando o crescimento das deep techs que moldam o futuro da região.

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O que são deep techs?

Deep techs são empresas baseadas em avanços científicos e inovações tecnológicas com alto potencial de impacto. Elas envolvem riscos tecnológicos substanciais, demandando um processo de pesquisa e desenvolvimento (P&D) intenso para entender se a tecnologia funcionará em larga escala.

As soluções, por sua vez, possuem potencial para disruptar indústrias e endereçar grandes problemas contemporâneos. Entre as tecnologias desenvolvidas destacam-se a inteligência artificial (IA) avançada, computação quântica e hardwares.

Seu ciclo de desenvolvimento é mais longo do que o das startups digitais, já que está ancorado na pesquisa científica e engenharia avançada, além de envolver mais custos. 

O sócio da Emerge, Lucas Delgado, explica que a necessidade de soluções para desafios globais têm impulsionado o fomento ao desenvolvimento das deep techs

“Problemas como segurança alimentar, mudanças climáticas, novas terapias e outros desafios de grande impacto exigem abordagens inovadoras que só podem ser resolvidas por meio de soluções baseadas em ciência. Estes são problemas que transcendem fronteiras e têm enorme valor de mercado”, destaca Delgado.

Leia mais: Mercado de startups: cenário no Brasil e na América Latina

Qual a diferença entre deep techs e startups digitais?

Em linhas gerais, as startups digitais exploram oportunidades de mercado com modelos de negócio inovadores. Por outro lado, as deep techs são mais focadas em avanços tecnológicos disruptivos, então exigem investimentos elevados, longos ciclos de desenvolvimento e uma infraestrutura robusta.

E enquanto startups digitais conseguem testar e validar rapidamente suas soluções, deep techs precisam passar por fases rigorosas de pesquisa, desenvolvimento e certificação antes de atingir o mercado. Confira as diferenças:

  Startups tradicionais Deep techs
Base de inovação Modelo de negócio e experiência do usuário Avanços científicos e tecnológicos
Tempo de desenvolvimento Curto, validação rápida Longo, envolvimento acadêmico
Investimento Moderado Elevado, necessidade de P&D e subsídios
Escalabilidade Rápida e digital Depende de testes e validações

Quadro explicando pelo que as deep techs são conhecidas

Quais são as características das deep techs?

Inovação científica e tecnológica

Deep techs não apenas utilizam tecnologia, mas desenvolvem avanços científicos que podem revolucionar indústrias inteiras. Elas surgem de pesquisas em universidades, institutos e centros de inovação, aplicando conceitos como inteligência artificial, nanotecnologia e biotecnologia para criar soluções inéditas e disruptivas.

Leia mais: Tecnologias emergentes: o que são e como impactam o mercado

Longo ciclo de desenvolvimento

Ao contrário das startups tradicionais, que podem testar e validar rapidamente seus produtos, deep techs passam por processos longos e complexos de pesquisa e desenvolvimento. Muitas vezes, levam anos até que suas soluções estejam prontas para o mercado, devido a regulamentações, testes científicos e desafios técnicos.

Alto risco e alto retorno

Investir em deep techs significa assumir riscos elevados, já que o sucesso dessas startups depende de avanços científicos imprevisíveis. No entanto, quando bem-sucedidas, elas podem gerar retornos financeiros exponenciais, além de impactos significativos em setores estratégicos, como saúde, energia e agronegócio.

Interdisciplinaridade

As deep techs unem conhecimentos de diferentes áreas, como engenharia, biologia, física e ciência da computação. Isso permite a criação de soluções inovadoras e complexas, que exigem equipes altamente especializadas e colaborações entre especialistas de diversas disciplinas.

Quais são as áreas de atuação das deep techs?

Confira algumas das principais áreas que concentram a atuação de deep techs:

Biotecnologia

A biotecnologia é uma das áreas que mais tem avançado nos últimos anos. Ela utiliza organismos vivos ou sistemas biológicos para criar soluções inovadoras em diversas áreas, como saúde, agricultura e meio ambiente. 

Desde tratamentos médicos mais eficazes até soluções sustentáveis para a produção de alimentos, a biotecnologia é um setor que concentra um amplo número de soluções de deep techs.

Inteligência artificial

Ela já faz parte do nosso cotidiano, mas seu verdadeiro impacto está apenas começando. A IA envolve o desenvolvimento de sistemas que podem aprender e tomar decisões de forma autônoma, a partir de grandes volumes de dados. 

As deep techs têm impactado o desenvolvimento de Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs), modelos de IA multi-habilidades, algoritmos avançados de recomendação e agentes autônomos, por exemplo. 

Leia mais: Futuro da inteligência artificial: o que esperar e como se preparar desde já

Nanotecnologia

A nanotecnologia permite manipular a matéria em uma escala muito pequena, o que abre possibilidades para criar novos materiais com propriedades extraordinárias, de chips mais eficientes a medicamentos direcionados de maneira precisa.

Com isso, ela tem o poder de transformar áreas como saúde, eletrônicos e materiais de construção. O que antes parecia ficção científica, hoje já está em desenvolvimento.

Robótica

A robótica está revolucionando a forma como muitas indústrias operam. Robôs são capazes de realizar tarefas repetitivas e de alta precisão, tornando processos mais rápidos e seguros. 

Além disso, a robótica está mudando a medicina, a logística e até a educação, com novos modelos de interação entre máquinas e seres humanos.

Materiais avançados

Os materiais avançados são aqueles que possuem propriedades excepcionais, como maior resistência, leveza ou condutividade. Eles são fundamentais para a inovação em diversas áreas, incluindo construção, eletrônicos e até transporte

A criação desses novos materiais pode resultar em produtos mais eficientes e sustentáveis, além de abrir portas para novas possibilidades tecnológicas que antes eram impensáveis.

Computação quântica

A computação quântica é um dos avanços mais impressionantes das deep techs: ela utiliza as leis da física quântica para realizar cálculos muito mais rápidos e complexos do que os computadores tradicionais. 

Isso pode acelerar inovações em áreas como simulação molecular, otimização de processos industriais e até na criação de novos medicamentos. Embora ainda esteja em estágios iniciais, a promessa é grande.

Uma ilustração do mapa da América Latina com as porcentagens de deep techs no Brasil, Argentina e Chile

Ecossistema de deep techs na América Latina

A América Latina vive um momento singular na consolidação do seu ecossistema de deep techs. 

O Deep Tech Radar LatAm 2025, levantamento realizado pela Emerge com apoio do Cubo, identificou 1.316 startups de base científica e tecnológica atuando na região, um número que revela a densidade e a diversidade de soluções emergindo de universidades, laboratórios e empresas inovadoras: 

  • Brasil - 72,3%
  • Argentina - 11%
  • Chile - 5,5%
  • Outros países - 11,2%

Esse cenário demonstra que o Brasil não apenas lidera em volume, mas também se posiciona como polo de referência para o desenvolvimento de startups deep techs. 

Ainda assim, o avanço do ecossistema depende de maior integração regional, com políticas, programas e investimentos que favoreçam a troca de conhecimento e a complementaridade entre países. 

Imagem com símbolos representando a saúde, o agro, a indústria e energia

Setores que mais concentram as deep techs na América Latina

As deep techs LatAm estão concentradas em quatro grandes verticais, diretamente ligadas aos desafios econômicos, sociais e ambientais da região.

Segundo o estudo, esses setores são responsáveis por praticamente todo o ecossistema mapeado, refletindo a vocação científica e as oportunidades de mercado da América Latina:

  • Saúde e bem-estar (37%): o principal eixo de atuação das deep techs na região. As soluções variam de biotecnologia e dispositivos médicos a novos fármacos e ferramentas digitais para diagnósticos e prevenção.
  • Agro e alimentos (28%): com tecnologias voltadas à produtividade agrícola, sustentabilidade e segurança alimentar, aproveitando o papel estratégico da América Latina na produção global de alimentos.
  • Indústria e manufatura (23%): setor em que a adoção da automação, robótica e materiais vem impulsionando a eficiência e a reindustrialização inteligente. 
  • Energia e clima (7%): segmento emergente, mas com alto potencial de crescimento, concentrando iniciativas em energias limpas, armazenamento e mitigação de emissões. 

Esses quatro eixos representam não apenas o núcleo da inovação científica latino-americana, mas também áreas em que as deep techs LatAm podem contribuir para agendas globais, como transição energética, bioeconomia e saúde digital.

Cada vertical traduz, à sua maneira, a convergência entre pesquisa e desenvolvimento (P&D) e demandas reais de mercado, reforçando o papel das startups de base tecnológica como vetores de transformação estrutural na região. 

Ilustração de um mapa-múndi com ligações entre América Latina, Europa, América do Norte e Ásia

Comparativo global e lacunas de P&D na região

Embora o crescimento das deep techs na América Latina seja expressivo, a distância em relação a ecossistemas mais maduros ainda é significativa.

No recorte global, os investimentos em deep techs são muito mais elevados nos Estados Unidos (US$ 32 bi) e na Europa (US$ 18 bi) do que na América Latina (US$ 1,5 bi), sinal de maior maturidade e densidade nesses mercados. 

Além disso, países latino-americanos investem, em média, menos de 1% do PIB em P&D, enquanto América do Norte e Europa superam 2% (chegando a 3% em alguns casos).

Somam-se a isso desafios na formação e retenção de cientistas e na ponte universidade-mercado. Programas de doutorado empreendedor, incentivos a spin-offs acadêmicas e instrumentos de compras públicas de inovação podem acelerar a conversão de pesquisa em negócios de impacto.

Ilustração de uma máquina plantando uma árvore

Tendências e tecnologias que movem o ecossistema de deep techs LatAm

O Deep Tech Radar LatAm 2025 destaca que as tecnologias mais maduras globalmente são também aquelas que começam a ganhar escala no contexto latino-americano.

Entre as áreas que mais impulsionam o faturamento global das deep techs estão: 

  • Inteligência artificial e computação avançada, que já somam USD 8,5 bilhões em faturamento global;
  • Biotecnologia e robótica, que vêm, se consolidando como forças transformadoras nos setores de saúde e agroalimentar;
  • Espaço, energia e clima, que despontam como novas fronteiras científicas, com alto potencial de impacto econômico e ambiental.

O relatório reforça que o papel das universidades e centros de pesquisa é determinante para a maturidade dessas áreas.

Na América Latina, instituições científicas e tecnológicas vêm atuando como motores de inovação, convertendo conhecimento em protótipos, spin-offs e startups. 

Esse movimento é fundamental para que a região avance da etapa de geração de conhecimento para a de aplicação de mercado, o que consolida o valor estratégico das deep techs para o desenvolvimento econômico.

Imagem representando os maiores desafios das deep techs

Quais são os desafios das deep techs?

Apesar de promissoras e com um potencial transformador, as deep techs enfrentam desafios específicos que podem impactar seu desenvolvimento e crescimento. O maior deles, e o foco de 70% das startups, é provar a viabilidade de sua tecnologia.

Entender esses obstáculos é essencial para quem está imerso no ecossistema de inovação ou para quem deseja investir no setor:

1. Complexidade no desenvolvimento tecnológico

Uma das características mais marcantes das deep techs é a alta complexidade dos seus desenvolvimentos tecnológicos. As deep techs brasileiras demoram mais de 5 anos para iniciarem seu crescimento.

O processo de construção da solução requer um trabalho profundo de engenharia, ciência, grandes experimentos, protótipos e testes, o que pode levar anos de refinamento.

Para Delgado, há também um ponto importante em relação à originação das empresas

“O surgimento de deep techs de alta qualidade depende de um ambiente que favoreça a pesquisa científica aplicada à inovação. Isso inclui políticas públicas de longo prazo, bem estruturadas, e com metas claras para a ciência, tecnologia e inovação (CT&I)”, sinaliza. 

A aproximação entre o ambiente acadêmico e o mercado é outro aspecto relevante para ele: “outro fator crítico é a desconexão entre as universidades e o mercado, a falta de capacitação empreendedora para cientistas, os obstáculos burocráticos para a criação de spin-offs acadêmicos e a lentidão na concessão de patentes, que retardam a inovação”.

Leia mais: Como acelerar o crescimento de startups?

2. Falta de capital especializado

O sócio da Emerge ressalta ainda que no que tange à tração um dos principais desafios é a falta de capital de risco especializado, que compreenda a dinâmica de investimento em deep techs e esteja disposto a financiar esse tipo de iniciativa na América Latina. 

“Muitas das gestoras de capital de risco locais não têm familiaridade com a natureza das deep techs, o que dificulta a avaliação do risco e a adaptação das métricas de avaliação. Por outro lado, as gestoras internacionais, especialmente dos EUA e Europa, ainda são avessas ao risco de investir em deep techs na região, o que dificulta a atração de investimentos”, explica Delgado. 

O resultado é uma escassez de recursos e dificuldades para escalar as empresas inovadoras da região, uma vez que essas tecnologias envolvem inovação de ponta, e muitas vezes a necessidade de recursos para criar protótipos, realizar testes em laboratório e validá-los é alta.

3. Tempo prolongado para comercialização

Outro desafio é o tempo necessário para que a tecnologia seja efetivamente comercializada. Como estamos falando de inovações científicas complexas, que muitas vezes precisam de validação extensiva em campos como saúde, biotecnologia ou até mesmo computação quântica, o tempo de adoção pelo mercado é consideravelmente longo.

Além disso, o desenvolvimento de um produto ou solução viável e escalável muitas vezes envolve várias fases de testes, certificações e aprovações regulatórias, o que pode levar ainda mais tempo.

4. Gestão de propriedade intelectual (PI)

As deep techs frequentemente trabalham com inovações tecnológicas disruptivas que possuem grande valor. Proteger essas inovações é essencial para garantir que a empresa consiga capitalizar sobre sua criação e mantenha sua vantagem competitiva no mercado.

A questão da PI se torna ainda mais complexa em ambientes de pesquisa colaborativa, onde diferentes entidades, como universidades, centros de pesquisa e outras empresas, podem ter direitos sobre as tecnologias desenvolvidas.

Imagem exemplificando o potencial disruptivo das deep techs

Quais são as oportunidades para as deep techs?

Embora o caminho das deep techs seja repleto de desafios, o potencial que essas tecnologias oferecem para transformar setores e resolver problemas globais é inegável. Vamos explorar algumas dessas oportunidades promissoras.

O potencial disruptivo é enorme

As deep techs são capazes de remodelar completamente indústrias estabelecidas e podem transformar a forma como as empresas operam e como os serviços são prestados. Por exemplo, na saúde, as tecnologias de deep tech estão possibilitando o desenvolvimento de tratamentos personalizados e avanços significativos no diagnóstico precoce de doenças. 

No setor agrícola, soluções baseadas em IA e biotecnologia estão melhorando a produtividade e a sustentabilidade da produção. Na mobilidade, tecnologias como veículos autônomos e carros elétricos estão transformando a maneira como nos deslocamos nas cidades.

Leia mais: Inteligência artificial no agronegócio: impactos da tecnologia

Elas contribuem para a solução de problemas globais

Tecnologias como energia solar de última geração, armazenamento de energia e reciclagem inteligente têm o potencial de transformar a maneira como lidamos com os desafios ambientais do planeta.

Do mesmo modo, a computação quântica pode ser um divisor de águas para a solução de problemas complexos em áreas como farmacologia, climatologia e segurança cibernética.

Leia mais: Captação de recursos para startups: como direcionar o capital?

Um novo ciclo para as deep techs

Com um cenário global favorável e um ecossistema em amplo desenvolvimento, as deep techs devem contar com avanços importantes nos próximos anos. 

A chave para isso será a capacidade de transformar sua forte base de pesquisa em inovação aplicada e competitiva globalmente.

Para startups que querem ir mais longe, estar conectado a um ecossistema forte faz toda a diferença. No Cubo Itaú, deep techs encontram um ambiente propício para crescimento, com conexões estratégicas, acesso a grandes empresas e oportunidades que podem acelerar sua jornada no mercado.

Antes de ir embora, fique com algumas respostas para as perguntas mais frequentes sobre deep techs LatAm.

O que são deep techs?

São startups baseadas em ciência e tecnologia de ponta, com foco em resolver desafios complexos por meio de pesquisa, engenharia e inovação profunda.

Quantas deep techs existem na América Latina?

Segundo o estudo Deep Tech Radar LatAm 2025, existem 1.316 deep techs na região, com destaque para o Brasil (72%), Argentina (11%) e Chile (5,5%).

Quais setores concentram mais deep techs LatAm?

Os principais são saúde e bem-estar, agro e alimentos, indústria e manufatura e energia e clima, áreas que refletem as vocações científicas e econômicas da região.

Quais países lideram em investimento?

O estudo aponta Chile (USD 607 milhões) e Argentina (USD 486 milhões) como líderes em capital investido em deep techs.

Por que o investimento em P&D é essencial?

Porque o ciclo de maturação das deep techs é longo e exige capital paciente, infraestrutura científica e políticas públicas que conectem pesquisa e mercado.

Como fortalecer o ecossistema de deep techs na América Latina?

Por meio de parcerias entre universidades, startups e corporações, programas de incentivo à inovação, formação de talentos científicos e hubs regionais como o Cubo Itaú.

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