Hub de inovação: o que é, como funciona e benefícios
Hubs de inovação são espaços físicos e digitais para conectar empresas, startups, investidores e parceiros em torno de um objetivo comum: acelerar o desenvolvimento de soluções inovadoras, fomentar colaboração e transformar mercados.
Nos últimos anos, esses ecossistemas ganharam força em todo o mundo, e na América Latina não é diferente. Continue a leitura para entender o que é um hub de inovação e como aproveitar todo o potencial desse ecossistema.
Resumo
Hub de inovação é um ambiente dedicado a impulsionar a inovação por meio da colaboração entre diferentes stakeholders.
Os principais benefícios são acesso a networking estratégico, troca de conhecimento, visibilidade e oportunidades de negócios.
Diferente de aceleradoras e incubadoras, hubs de inovação reúnem diversos perfis e promovem conexões contínuas.
Navegue pelo conteúdo:
O que é um hub de inovação?
Um hub de inovação é um espaço, físico ou virtual, criado para fomentar a conexão entre diferentes agentes do ecossistema de inovação: startups, corporações, investidores, pesquisadores e parceiros estratégicos.
Ele existe para acelerar o desenvolvimento de soluções disruptivas, incentivar a colaboração e tornar mais tangível a jornada da inovação aberta. Mais do que locais de coworking ou aceleradoras, os hubs:
- São facilitadores da inovação
- Criam pontes entre os desafios do mercado e soluções disruptivas
- Promovem networking e experiências de aprendizado
- Oferecem infraestrutura física e digital
- Abrem caminhos para novas parcerias e negócios
Tudo isso apoia a transformação de setores, o crescimento de empresas emergentes e, consequentemente, fortalece a economia.
Qual a importância dos hubs de inovação?
Os hubs de inovação são importantes para enfrentar um dos maiores desafios das empresas hoje: transformar intenção em prática.
Eles encurtam o tempo entre a ideia e a ação, criando um ambiente onde a inovação acontece com método, contexto e conexões certas.
Ou seja, são uma peça-chave para quebrar silos, reduzir barreiras e democratizar o acesso e construção da cultura de inovação, com foco em construir soluções mais conectadas com a realidade do mercado.
Para Eduardo Lorea, fundador e CEO da Numerik, um hub de inovação é um catalisador de negócios.
Ele considera um ponto fundamental para isso: uma extensa curadoria, envolvendo os atores participantes, realização de eventos, conteúdos e cursos. Além de levar essa movimentação para plataformas de dados e ferramentas de gestão de inovação e desafios de negócios.
Lorea acrescenta que, com esses elementos, as conexões ocorrem de forma orgânica, por meio do conceito de serendipidade.
“Este encontro casual entre atores com interesses comuns e que podem levar a novos negócios e parcerias. O que também cria um ambiente rico em referências, em que podemos aprender com as práticas de outros atores da comunidade, permitindo que todos cresçam a partir da troca de experiências”, pontua.
Como funciona um hub de inovação?
Os hubs de inovação funcionam de acordo com suas propostas de atuação. De modo geral, fornecem infraestrutura física e/ou virtual onde os participantes podem se conectar, trocar conhecimentos e desenhar iniciativas em conjunto.
Nessa perspectiva, um hub de inovação é, principalmente, uma comunidade, um espaço seguro em que profissionais podem compartilhar dores e soluções.
Dessas trocas e conexões podem surgir parcerias para a execução de projetos com benefícios para todas as pontas.
Por exemplo, uma corporação pode adotar a solução de uma startup para otimizar um processo interno, aumentando a eficiência de seus recursos e contribuindo para o crescimento da empresa emergente.
Tipos de hub de inovação
Os hubs sempre compartilham o propósito de impulsionar a inovação, mas existem diferentes modelos com suas características e objetivos. Esses são os principais tipos de hub de inovação:
- Hub corporativo
- Hub acadêmico
- Hub setorial
- Hub de inovação aberta
Saber como funciona um hub de inovação ajuda a entender melhor o papel que cada um pode desempenhar dentro do ecossistema.
Hubs corporativos
O hub corporativo é criado por empresas para impulsionar a inovação interna e externa, frequentemente abordando desafios específicos do seu setor.
Hubs acadêmicos
São hubs vinculados a instituições de ensino superior para promover o desenvolvimento de tecnologia e conhecimento para fins acadêmicos, além de estabelecer conexões com o mercado por meio de incubadoras de startups e iniciativas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) direcionadas a corporações.
Hubs setoriais
Um hub setorial, por sua vez, é especializado em segmentos específicos de mercado, como saúde, tecnologia e agronegócio, visando resolver desafios dessas indústrias.
Hubs de inovação aberta
É o modelo que busca, desde sua origem, fomentar a colaboração entre múltiplos atores. Nos hubs de inovação aberta, o foco é compartilhar desafios, trocar conhecimento e cocriar soluções.
Leia mais: Qual a diferença entre inovação aberta e fechada?
Em alguns casos, os hubs também podem dispor de linhas de financiamento próprias ou de investidores parceiros. Assim como de tecnologia, laboratórios de pesquisa e ferramentas de desenvolvimento.
Quais são os benefícios dos hubs de inovação?
Entre os valores que os hubs de inovação agregam, podemos destacar a reunião de diversas visões em um único espaço. “É possível obter múltiplas perspectivas e insights sobre como o mercado percebe sua solução”, afirma Lorea.
Nesse ambiente, novas relações são construídas diariamente, resultando em colaborações estratégicas que combinam forças e competências complementares.
Confira os principais benefícios que os hubs de inovação oferecem:
Hubs de inovação e startups
Startups acessam um ambiente estruturado para crescer com mais velocidade e inteligência, com conexões qualificadas, visibilidade no ecossistema e suporte para tomar decisões mais estratégicas.
- Acesso a recursos
Não só a infraestrutura física, como tecnológicos, de expertise e até capital, ajudando o desenvolvimento e crescimento da empresa nascente.
- Mentoria e suporte
Fundadores e cofundadores podem receber, se desejar, orientação de mentores e empreendedores experientes, evitando erros comuns e acelerando seu progresso.
- Networking
Como um hub de inovação é formado por diferentes players, logo, é natural fazer conexões com investidores, clientes potenciais, parceiros e outros empreendedores.
- Visibilidade e credibilidade
O hub de inovação também serve como vitrine, aumentando sua visibilidade e credibilidade. O que, por sua vez, contribui com acesso a novos mercados e financiamento.
- Ambiente de colaboração
O hub é um ambiente propício para a troca de ideias e de experiências com outros negócios.
Hubs de inovação e corporações
Para grandes empresas, fazer parte de um hub de inovação é uma forma concreta de ganhar agilidade, aprender com o ecossistema e ampliar sua capacidade de inovar com impacto.
- Inovação aberta
Tecnologias e ideias podem ser integradas ao negócio existente por meio de parcerias com agentes externos.
- Agilidade e flexibilidade
Pela colaboração com startups, por exemplo, facilitando a experimentação de tecnologias com mais rapidez e menor custo.
- Capacitação interna
Os funcionários podem aprender novas metodologias e práticas inovadoras em eventos e demais atividades realizadas no hub de inovação.
- Cultura de inovação
Difusão da inovação em diferentes áreas da companhia, potencializando melhorias contínuas e o surgimento de novas ideias e soluções pelos colaboradores.
Hubs de inovação e investidores
Fundos de investimento em venture capital ou, ainda, investidores-anjo e single family office podem beber da fonte de benefícios possibilitados por um hub de inovação, por ter:
- Acesso a oportunidades de investimento
Devido a exposição de um pipeline constante de startups promissoras.
- Mitigação de riscos
As startups participantes de hubs de inovação tendem a ter maior curadoria, suporte e mentoria, reduzindo os riscos.
- Conhecimento e tendências
Além de um potencial portfólio de investidas, no hub de inovação é possível ficar atualizado com as últimas tendências e inovações no mercado nacional e internacional.
- Parcerias estratégicas
O hub também pode ser visto como uma ponte em que investidores podem estabelecer parcerias com outras entidades para coinvestir ou colaborar em projetos inovadores.
Hubs de inovação e parceiros
Parceiros têm papel fundamental na construção e manutenção dos hubs de inovação. Mais do que apoiadores, são agentes ativos que contribuem com conhecimento, recursos e tecnologias para fortalecer o ecossistema.
- Comunidade curada
Contato direto com startups e empresas selecionadas por sua relevância e potencial de impacto, abrindo espaço para colaborações com mais sinergia.
- Ambiente voltado à geração de negócios
Ao participar da comunidade, o parceiro pode cocriar soluções, testar aplicações e contribuir com desafios reais que movimentam o mercado.
- Presença omnicanal
A atuação pode acontecer tanto no ambiente físico quanto digital, com acesso a iniciativas, eventos e programas de relacionamento com o ecossistema.
- Construção de agendas estratégicas
Com espaço para propor iniciativas, apoiar temas prioritários e fortalecer sua atuação em segmentos como ESG, saúde, tecnologia, educação, entre outros.
Qual a diferença entre hub de inovação, aceleradora e incubadora?
Hubs de inovação, aceleradoras e incubadoras são modelos de apoio e fomento ao empreendedorismo, mas com propostas distintas e impactos específicos.
Para você entender melhor as diferenças, aqui está um comparativo:
Hub de inovação |
Aceleradora |
Incubadora |
|
Foco |
Conexões, colaboração e negócios |
Escalabilidade para startups com produto validado |
Apoia ideias em formação |
Estágio da startup |
Diversos |
Validação e tração |
Inicial e pré-MVP |
Duração |
Contínuo |
Temporário |
Variável |
Oferece capital? |
Não |
Às vezes |
Não |
Participação societária? |
Não |
Geralmente sim |
Raramente |
Principal benefício |
Acesso à ecossistema e oportunidades |
Preparação para rodadas de investimento |
Estrutura e suporte técnico para validação |

Como funciona o processo seletivo dos hubs de inovação?
Na maioria dos hubs de inovação, o processo seletivo é o ponto de entrada para quem está interessado em fazer parte do ecossistema. Os critérios podem variar conforme o modelo, mas normalmente incluem:
- Análise de maturidade
- Sinergia com a comunidade
- Potencial de inovação
- Histórico de atuação no mercado
Para startups, é comum que os hubs avaliem o estágio de desenvolvimento da solução, modelo de negócio, tração atual e potencial de escalabilidade.
Já para empresas, investidores e parceiros, o foco costuma estar na capacidade de contribuir com o ecossistema e se beneficiar dele, seja por meio de desafios, conexões, tecnologias ou conhecimento.
No Cubo Itaú, o processo seletivo segue essa mesma lógica. Todos os membros são avaliados com base em sua capacidade de gerar valor real para a comunidade.
O objetivo desse scouting estratégico é garantir que o ecossistema se mantenha sempre relevante, diverso e complementar.
O que acontece após a entrada nos hubs de inovação?
Entrar em um hub de inovação é só o começo. Em muitos modelos, o que acontece a partir daqui é que faz toda a diferença na experiência e nos resultados.
Alguns oferecem infraestrutura, recursos, networking, mentorias, desafios de negócio, acesso a investidores, workshops, cursos e eventos.
No Cubo, acompanhamos de perto da jornada de nossos membros, gerando oportunidades reais de conexão, negócios e desenvolvimento estratégico.
A presença pode ser tanto física quanto digital, com iniciativas que permitem engajamento de onde estiver. Além disso, há acesso a hubs setoriais, eventos proprietários e ferramentas exclusivas para ampliar o impacto da participação.
Exemplos de hub de inovação no Brasil
Nos últimos anos, nosso país viu uma expansão significativa dos hubs de inovação, acompanhando a demanda crescente de transformação digital.
Segundo o relatório Global Startup Ecosystem Index 2025 da StartupBlink, o Brasil domina o ranking de ecossistemas de inovação na América Latina, e no Top 10 da região, cinco são cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte.
O Cubo Itaú é uma dessas iniciativas, apoiando o desenvolvimento da inovação aberta por meio de curadoria de players e geração de oportunidades. Aqui, a experiência é pensada para que a inovação aconteça a todo o momento.
- Plataforma digital
Todos os membros, de qualquer lugar, têm acesso a vitrines de oportunidades, benefícios, comunidades e conteúdos exclusivos.
- Espaço físico
O prédio de 14 andares em São Paulo é um ponto de encontro real, onde a proximidade estimula o surgimento de conexões inesperadas, parcerias estratégicas e novos negócios.
- Eventos de conexão, inovação e negócios
Iniciativas como desafios de negócios, pitch reverso, encontros setoriais e eventos proprietários movimentam o ecossistema.
Outros exemplos de hub de inovação com destaque no Brasil incluem o Google for Startups, o idexo da TOTVS e o pulse da Raízen.
Como aproveitar tudo o que um hub de inovação tem a oferecer?
Extrair valor real dessa experiência que é estar em hubs de inovação depende de postura ativa, intenção estratégica e participação constante.
O acesso à comunidade, aos eventos, aos programas e às conexões só se traduz em resultado quando existe clareza de objetivos e engajamento no dia a dia. Sobre isso, O CEO da Numerik dá duas dicas principais:
- Tenha um objetivo
É fundamental definir quais são os interesses relacionados à comunidade para habilitar seus negócios.
Caso as respostas não sejam tão evidentes para a companhia, fazer uma série de conversas exploratórias com potenciais parceiros interessantes pode dar uma ideia de onde se deseja chegar.
No caso de corporações, os direcionamentos podem surgir a partir de algumas perguntas-chave. “Você quer investir em startups? Ou procura clientes? Ou quer realizar provas de conceito com foco em eficiência operacional, ou novos negócios?”, sugere Lorea.
- Perca a timidez e se conecte com os outros
“Fale com estranhos”, aconselha o CEO da Numerik. “Não venha só ‘dar uma olhadinha’. Esteja ciente de que você faz parte da comunidade, e não apenas a observa.” Ele indica, ainda, ser proativo e tomar a iniciativa.
É normal que, no dia a dia da comunidade, apareçam a todo momento players importantes como eventuais investidores, C-Level, mentores e empreendedores. Assim sendo, vale participar ativamente dos eventos e conduzir a construção de uma sólida rede de contatos ao seu redor.
Mas, é preciso estar disposto a ouvir, aprender e também a compartilhar conhecimento com os demais membros, uma vez que um hub de inovação é, sobretudo, um espaço para criar conexões.
O papel dos hubs de inovação no futuro e na sociedade
Os hubs setoriais têm se consolidado como forças ativas de transformação em áreas críticas da sociedade. Com isso em mente, o Cubo Itaú reúne agentes de transformação com o objetivo comum de enfrentar desafios específicos e desenvolver soluções com impacto real.
Essa atuação vai além da conexão: envolve times dedicados, curadoria contínua e uma agenda ativa de eventos, testes, experimentações e programas colaborativos.
No Cubo Agro, a vertical voltada ao agronegócio, o crescimento foi expressivo: mais de 50 startups ativas, somando R$ 1,1 bilhão em investimentos recebidos e uma mediana de faturamento de R$ 6,3 milhões em 2024, com receita acumulada acima dos R$ 450 milhões.
O foco em temas como bioeconomia, agro 4.0, agricultura inteligente e agfintechs mostra que a inovação no campo não é tendência, é realidade em expansão.
No Cubo ESG, o movimento também é consistente: 44 startups conectadas ao ecossistema, com R$ 144 milhões faturados só em 2023 e R$ 115 milhões captados em investimentos.
As soluções vão desde robótica não tripulada aplicada à indústria portuária, até IA para combate a incêndios florestais e blockchain para rastreabilidade de resíduos industriais, evidenciando como a tecnologia pode ser aliada direta de metas de descarbonização e práticas sustentáveis.
O ecossistema também atua com hubs de inovação voltados à inteligência artificial, educação, saúde e outras frentes, e esse portfólio está em constante expansão.
Todos esses resultados comprovam que hubs setoriais não são apenas agrupamentos temáticos, são plataformas estratégicas para acelerar negócios com impacto e antecipar soluções para os desafios mais urgentes da sociedade.
Pronto para transformar inovação em resultado?
Fazer parte de um hub de inovação é mais do que estar em um espaço compartilhado, é ingressar em um ecossistema que acelera conexões, promove aprendizado contínuo e impulsiona soluções com impacto real.
Em um cenário onde colaboração, agilidade e visão de futuro fazem toda a diferença, estar ao lado dos agentes certos pode redefinir o caminho da sua empresa.
Aqui, inovação não é promessa, é prática. Conheça os benefícios e veja como fazer parte da comunidade Cubo.
Antes de seguir, leve esse resumo sobre hubs de inovação com você:
O que é um hub de inovação?
Um hub de inovação é um ambiente que conecta startups, empresas, investidores e parceiros com o objetivo de desenvolver soluções inovadoras.
Quais são as principais características de um hub de inovação?
As principais características de um hub de inovação são: diversidade, colaboração, recursos, conexão e inovação.
Como funciona um hub de inovação?
O hub de inovação é um ecossistema estruturado que oferece curadoria, espaços (físicos ou digitais), eventos e plataformas para facilitar conexões estratégicas.
Quais são os benefícios dos hubs de inovação?
Os benefícios dos hubs de inovação são: acesso a networking qualificado, visibilidade, oportunidades de negócio, troca de conhecimento e proximidade com tendências e tecnologias emergentes.
Qual a diferença entre hub de inovação, aceleradora e incubadora?
Hubs de inovação promovem conexões contínuas entre diversos agentes, aceleradoras focam no crescimento rápido de startups já validadas e incubadoras apoiam ideias em estágio inicial e desenvolvimento do modelo de negócio.
Quais são os exemplos de hub de inovação no Brasil?
Cubo Itaú, um dos mais relevantes na América Latina, Google for Startups e inovabra são alguns exemplos de hub de inovação.