Open Innovation: entenda sua importância e como colocá-la em prática

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Inovar está na base de muitas ideias bem-sucedidas e de empresas de alto crescimento, que acompanham as mudanças constantes do mundo atual. Com formas diferentes de acontecer e ser incentivada, uma das maneiras que se destaca por seus resultados é a Open Innovation, em tradução livre, inovação aberta 

Esse modelo amplia as possibilidades de colaboração e construção conjunta, alavancando a disrupção por meio de parcerias. Assim, ela oferece a corporações e grupos a chance de criar produtos, serviços e soluções novas, com base em criatividade e trabalho colaborativo, onde todos saem ganhando.  

Essa visão de um modelo de inovação em que muitos atores trabalham juntos é o que vai ser tratado neste artigo. Acompanhe a seguir. 

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A inovação aberta se diferencia dos modelos tradicionais por incentivar a colaboração contínua. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

Open Innovation: o que é 

Open Innovation, ou inovação aberta, é um conceito que propõe a criação de soluções inovadoras a partir de fontes externas de recursos e conhecimento, com o objetivo de impulsionar os resultados.   

Expandindo a noção de que organizações devem inovar apenas com o que já têm, esse modelo busca incorporar o que houver de positivo em parceiros estratégicos, para assim acelerar e aprimorar o processo de inovação. Assim, empresas podem se juntar com universidades, governo e outros negócios, para reforçar seu poder inovador e gerar ideias cada vez mais criativas e efetivas. 

Para além dos departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de dentro das corporações, o conceito de open innovation estimula a colaboração entre diferentes organizações, como as startups. Nessa abordagem de negócios, parte-se do princípio de que fluxos de conhecimento conectados tendem a tornar o processo inovador mais barato, mais rápido e com bons resultados. 

Criado pelo professor norte-americano Henry Chesbrough, em 2003, o termo apareceu primeiro em um livro, que mostrava como a inovação aberta poderia contribuir para o desenvolvimento de tecnologias mais criativas e lucrativas. Assim, a partir dela, seria possível criar ideias valiosas que surgissem por meio da troca constante entre pessoas e objetivos internos e externos às organizações. 

A inovação aberta defende a criação de processos e aberturas que facilitem essas trocas e permitam mais colaboração, envolvendo o comum acordo entre atores em busca de benefícios para ambas as partes. Bons exemplos são dados por empresas como a IBM e soluções como o Linux.

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Mais do que produtos disruptivos e softwares com código compartilhado, a inovação aberta pode acontecer também de formas simples e acessíveis. Uma empresa que costuma aplicar o conceito é a Lego, que produz brinquedos a partir de ideias externas. 

Como prática constante, a companhia lança projetos e plataformas onde os fãs podem compartilhar suas ideias sobre novos produtos. Quando muito votadas, essas ideias acabam virando conjuntos reais, levados para a venda ao público. 

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Compartilhar ideias e recursos pode gerar resultados melhores e mais rápidos. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

Tipos de inovação aberta 

Entre Lego, IBM e Linux, a Open Innovation pode acontecer de diferentes formas e gerando diversos resultados. Entre os principais autores da área, aparecem com frequência três principais categorias que classificam e diferenciam os tipos de inovação aberta. Veja quais são elas: 

  • Inovação inbound: com origem no termo em inglês Open Innovation Inbound, esse tipo de inovação aberta é aquele em que uma solução inovadora externa é agregada por determinada empresa. Acontece, por exemplo, quando uma companhia se apropria de uma ideia criada por uma organização ou universidade, e a desenvolve internamente a partir do seu próprio processo de criação.

  • Inovação outbound: indo na direção oposta da open innovation inbound, esse tipo de inovação aberta pressupõe uma criação interna que é então utilizada por outras empresas. Exemplo disso é quando um aplicativo criado por uma startup é usada dentro de alguma organização, aderindo a algo diferente que foi idealizado e estruturado externamente.

  • Inovação coupled: nesse modelo de inovação aberta, há a união entre duas diferentes soluções ou empresas, agregando o valor de ambas em um esforço conjunto e contínuo para gerar novas ideias, produtos e serviços. 

Mas não para por aí a categorização dos tipos de inovação aberta. Existe um universo de possibilidades para que a open innovation aconteça, mostrando sua característica de abrir caminhos, no lugar de restringi-los. Entre os demais tipos considerados para o termo está: a inovação baseada em colaboração com stakeholders, a inovação a partir de parcerias estratégicas e a inovação por meio de plataformas abertas. 

A partir de cada uma dela é possível explorar possibilidades diversas e criar soluções que possam fazer a diferença tanto para as empresas e os atores envolvidos quanto para toda a sociedade. 

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Open Innovation: exemplos 

Em um artigo publicado pela MIT Sloan Management Review, a pesquisadora Leslie Brokaw mostra como empresas como a Procter & Gamble têm usado recursos externos para acelerar sua inovação interna, a partir da open innovation. A companhia, uma das maiores do mundo no setor de higiene pessoal, limpeza e saúde, incentiva a cocriação para gerar produtos e serviços relevantes para seu mercado

Para isso, cria possibilidades de troca com pessoas de fora da empresa e com outras companhias ao redor do mundo, desenvolvendo em conjunto ideias inovadoras que oferecem benefícios para os clientes, para a sociedade e geram mais lucro. 

O posicionamento voltado à inovação aberta da P&G é expresso em seus diferentes canais de comunicação, fazendo dela uma parte importante de sua cultura. Entre seus cases de sucesso estão parcerias importantes com universidades e governos, buscando criar produtos que afetem positivamente a saúde das pessoas e acompanhem as mudanças demográficas e climáticas. 

Em uma dessas parcerias, a companhia foi capaz de criar oito novos projetos de negócio e 20 conceitos de produtos e serviços voltados a pessoas idosas, em apenas três anos. Tudo isso impulsionado pela construção colaborativa com agentes externos

Benefícios da inovação aberta

Exemplos assim são cada vez mais impactantes em mercados de larga escala, mas os benefícios da inovação aberta não estão restritos à criação de soluções inovadoras para grandes companhias. Veja abaixo algumas das vantagens que a Open Innovation pode trazer para os mercados e a sociedade:  

  • Redução de custos: colaborando com outras empresas, é possível dividir os custos da geração de inovação e das áreas de Pesquisa e Desenvolvimento, tornando o processo um pouco mais barato e mais efetivo. 
     
  • Projetos realizados em menos tempo: a economia de dinheiro também é refletida na economia de tempo. Com ideias compartilhadas a inovação acontece de uma forma muito mais rápida, trazendo resultados otimizados em menos tempo. 
     
  • Acesso a mais recursos e conhecimento: a prática de trocar ideias em inovação aberta abre possibilidades de compartilhamento de recursos tanto financeiros quanto humanos. Assim, diferentes pessoas e incentivos são alocados em um projeto colaborativo, com maior chance de dar certo. 
     
  • Aumento da competitividade: com open innovation, é possível acompanhar as mudanças de mercado mais de perto e responder a elas com agilidade, tornando as empresas mais competitivas diante do mercado.  

Diferenças entre inovação aberta e inovação fechada  

A open innovation se diferencia da inovação tradicional por incentivar a abertura entre diferentes atores. Mais do que criar ambientes propícios à criatividade, esse tipo específico de inovação exige um empenho focado para que haja parcerias estratégicas e compartilhamento de ideias e recursos, buscando a criação e manutenção de uma rede ampla de inovação.  

No modelo original da inovação, empresas fomentam áreas internas para que elas criem, dentro de suas fronteiras, soluções diferenciadas para seus próprios desafios e mercados. Seu foco está principalmente na elaboração de receitas e oportunidades para suas próprias dores, mantendo os resultados entre seus pares.  

Por outro lado, em open innovation, esses limites colocados pelas empresas não existem. São gerados novos conhecimentos e agregados diferentes recursos, para que o resultado mais efetivo seja alcançado com facilidade e sem empecilhos. 

 Uma variedade de hologramas de pastas.

A base do open innovation está no contato entre empresas e atores diversos, gerando parcerias estratégicas. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

Assim, o compartilhamento da propriedade intelectual e dos esforços de trabalho acabam gerando processos melhores para todos os envolvidos, levando ao alcance mais rápido e fácil dos objetivos estratégicos de ambos os lados. 

Open Innovation na prática 

Para criar a inovação aberta em uma empresa ou uma organização, o primeiro passo é fomentar uma mentalidade de colaboração que chegue em todas as áreas, a chamada cultura de inovação. Assim, a troca de ideias e recursos já começa internamente e depois vai para a cultura externa, criando um ambiente completo de cooperativismo. 

Confira um passo a passo prático de como tornar possível a open innovation uma realidade:  

  • Crie uma cultura de inovação em que a cooperação atue como protagonista. 
  • Encontre e engaje parceiros estratégicos. 
  • Adote ferramentas tecnológicas que facilitem a inovação aberta. 
  • Defina e implemente processos internos de gerenciamento de tarefas e comunicação frequente e de mão dupla. 
  • Abra a mente de todas as equipes para os erros. 
  • Adapte processos, ferramentas e objetivos buscados. 

De forma geral, Open Innovation é um termo que traz para o cenário corporativo um modo fundamental de criar inovação a partir da colaboração. Ao permitir parcerias e criações compartilhadas, empresas e organizações são capazes de impulsionar novidades em produtos e serviços e acelerar o desenvolvimento de soluções capazes de mudar o mundo. 

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