No processo de inovação, a triagem das ideias é uma etapa essencial para garantir que as mais promissoras avancem para a fase de testes e implementação. Nem toda proposta será viável ou alinhada com os objetivos do negócio, por isso, é importante contar com um modelo que ajude a filtrar as melhores oportunidades.
É aí que entra o funil de inovação, um mecanismo estratégico, que permite organizar e avaliar as ideias de forma mais estruturada. Com ele, a gestão pode não apenas controlar a quantidade de propostas recebidas, mas também garantir que a qualidade das soluções esteja alinhada com a visão da empresa.
Quer entender como o funil de inovação funciona na prática e como ele pode impulsionar a inovação aberta? Continue a leitura.
- O que é funil de inovação?
- Em quais momentos o funil de inovação deve ser aplicado?
- Quais são os benefícios do funil de inovação?
- Quais são os desafios na hora de aplicar o funil de inovação?
- Quais são as etapas do funil de inovação?
- Como aplicar o funil de inovação?
- A relação entre inovação aberta e funil de inovação
O que é funil de inovação?
Inovação não acontece por acaso. Ela precisa de estrutura, métodos e processos bem definidos para transformar ideias em soluções reais. É aqui que entra o funil de inovação: uma metodologia criada para organizar e direcionar o desenvolvimento de novas ideias dentro das empresas.
Ele se baseia em um fluxo estruturado onde ideias passam por etapas de validação, refinamento e execução. Diferente de outras metodologias de gestão de ideias, esse funil de ideias permite uma abordagem sistemática e iterativa, reduzindo riscos e aumentando as chances de sucesso.
No caso do funil de inovação, ele serve para filtrar ideias, garantindo que as mais viáveis avancem para a implementação e ajudando a elencar as prioridades entre os projetos, de acordo com a estratégia da empresa e os objetivos de inovação.
Em quais momentos o funil de inovação deve ser aplicado?
De forma geral, qualquer empresa que queira inovar com consistência deve considerar essa metodologia.
Se a sua empresa está buscando novas soluções, enfrentando desafios internos ou procurando expandir sua atuação, ideias inovadoras podem ser a ferramenta valiosa que está faltando e geri-las de acordo com seu potencial de contribuição para o negócio é fundamental.
No caso das corporações que querem otimizar seus processos de inovação aberta, por exemplo, o funil de inovação oferece um caminho estruturado para transformar ideias em impacto real.
O importante é lembrar: inovação não é um evento isolado, e sim um processo contínuo que precisa de metodologia e engajamento para gerar resultados concretos.
Ajustando o funil de inovação
84% dos CEOs revelaram para a McKinsey que inovação é o caminho para o crescimento. Por outro lado, apenas 6% deles estão satisfeitos com o seu desempenho nessa área. Tendo isso em mente, a MIT Sloan Review compartilhou algumas perguntas para reflexão:
- Até que ponto é desejável que colaboradores da mesma unidade de negócio, país ou localidade se comuniquem com mais facilidade ao apresentar e avaliar ideias? Ou isso pode gerar viés, favorecendo propostas de pessoas mais próximas?
- Quero receber ideias já bem estruturadas desde o início ou prefiro um volume maior de propostas, incluindo aquelas ainda em estágio inicial?
- Meus colaboradores geralmente subestimam o valor de suas ideias ou tendem a exagerar ao apresentá-las?
- Meus gestores subordinados costumam tomar decisões de forma independente ao selecionar e implementar novas ideias ou tendem a seguir a opinião dos colegas?
- Os gestores se distanciam demais das iniciativas de inovação corporativa ou se identificam excessivamente com elas?
Esses questionamentos são fundamentais para refinar o funil de inovação e garantir que ele seja não apenas eficiente, mas também justo e alinhado à cultura organizacional. Afinal, inovação também é sobre criar um ambiente propício para que boas ideias prosperem.
Quais são os benefícios do funil de inovação?
Implementar o funil de inovação traz uma série de vantagens para empresas de todos os tamanhos. Ele permite uma abordagem estruturada para o desenvolvimento de ideias, aumentando a eficiência e a assertividade das iniciativas inovadoras.
Aqui estão mais alguns dos principais benefícios:
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Alinhamento de objetivos e estratégia
Essa etapa é fundamental para que o pipeline de ideias e projetos já nasça com premissas corretas de quais serão as apostas para mover os ponteiros esperados.
O funil ajuda a alinhar expectativas entre diferentes áreas da empresa, tendo como base de a estratégia da companhia.
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Refinamento de ideias
Nem toda ideia é boa, e está tudo bem. O funil ajuda a filtrar e aprimorar as melhores sugestões, tornando o processo mais estratégico e focado em soluções viáveis.
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Ações objetivas
Com uma estrutura clara, é possível validar e testar conceitos antes de investir grandes recursos, reduzindo riscos e aumentando as chances de sucesso.
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Redução do tempo
O funil de ideias acelera o desenvolvimento de soluções ao eliminar esforços mal direcionados e priorizar iniciativas promissoras.
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Diferenciação de mercado
Empresas que inovam de forma contínua e bem planejada potencializam sua vantagem competitiva.
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Fomento ao ecossistema de inovação
O funil estimula a colaboração entre startups, empresas, universidades e investidores, criando conexões valiosas e fortalecendo o ecossistema.
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Eficiência na distribuição de recursos
Com critérios claros de avaliação, os investimentos em inovação se tornam mais estratégicos e alinhados aos objetivos da empresa.
Quais são os desafios na hora de aplicar o funil de inovação?
Apesar de seus inúmeros benefícios, aplicar o funil de inovação não é uma tarefa simples. Ele exige mudança de mentalidade, cultura organizacional e processos bem definidos para realmente funcionar.
Aqui estão alguns dos principais desafios internos enfrentados pelas empresas:
- Engajamento dos colaboradores
Criar uma cultura onde os funcionários se sintam incentivados e seguros para compartilhar ideias pode ser desafiador, especialmente em empresas mais tradicionais.
- Criação de um ambiente favorável
Inovação não acontece em lugares onde o erro é punido. É preciso fomentar uma mentalidade de experimentação e aprendizado contínuo.
- Identificação de tendências de mercado
Nem sempre é fácil prever o que será relevante no futuro. Empresas precisam desenvolver habilidades analíticas para entender e antecipar movimentos do mercado.
- Seleção das ideias mais promissoras
Com tantas sugestões surgindo, como escolher as melhores? Critérios claros e metodologias de avaliação ajudam a tomar decisões mais assertivas.
- Execução eficaz
Ter boas ideias é só o começo. O desafio real está em transformar esses insights em projetos viáveis e bem implementados.
- Gestão de longo prazo
Muitas empresas começam a inovar com entusiasmo, mas perdem fôlego ao longo do tempo. Manter a inovação como um processo contínuo exige comprometimento e adaptação constante.
O funil de ideias não é uma fórmula mágica, mas sim uma ferramenta poderosa para empresas que querem transformar ideias em impacto real. Com os desafios bem mapeados e um mindset voltado para a experimentação, inovação deixa de ser um conceito abstrato e se torna parte do DNA da empresa.
Quais são as etapas do funil de inovação?
Para alcançar os benefícios e superar os desafios que conhecemos, é preciso seguir algumas etapas do funil da inovação. Imagine esse item com a boca mais larga no topo e a base mais afunilada, correspondendo também aos esforços e à energia necessários a serem aplicados. Veja quais são eles.
Topo: coleta de ideias
O topo do funil, ou pirâmide invertida, é destinado a reunir a maior quantidade de ideias possível. Como dissemos, é natural que venham dos membros que fazem parte do próprio negócio, mas não devem ficar restritas a eles.
Fazer benchmarking com iniciativas inovadoras de outros players do mercado e até lançar editais de inovação podem ajudar nessa parte e são bem-vindos.
Meio: filtro de ideias
Após concluir a coleta de todas as ideias inovadoras possíveis, é hora de fazer a triagem delas. Avalie o que faz sentido ao que se pretende aplicar, mas sem descartar de um todo as ideias restantes – pode ser que, no processo, seja interessante resgatar alguma ação que foi perdida no caminho.
Fundo: testes e implementação
É o momento de decidir quais ideias têm mais chances de gerar os resultados esperados. Para tanto, é preciso colocá-las em prática, o que pode ser feito em iniciativas dentro da companhia ou buscando soluções no mercado, como as startups.
Como aplicar o funil de inovação?
Agora que você já entendeu melhor como funciona cada uma das etapas do funil de inovação, é hora de ir para a prática! Vamos detalhar cada etapa do processo e mostrar como você pode aplicá-lo na sua empresa de forma estruturada e eficiente.
1. Geração de ideias
Tudo começa aqui. Nessa fase, o objetivo é coletar o máximo de ideias possíveis, sem julgamentos prematuros. A inovação vem da diversidade de pensamentos e da liberdade para criar.
- Promova sessões de brainstorming com diferentes áreas da empresa, incentivando perspectivas diversas.
- Crie canais internos para sugestão de ideias, como plataformas colaborativas e murais digitais.
- Analise tendências de mercado e comportamento do consumidor por meio de relatórios e pesquisas.
- Estimule parcerias com startups, universidades e hubs de inovação para insights externos.
- Adote metodologias como Design Thinking para estruturar melhor o processo criativo.
2. Triagem e priorização
É importante partir do pressuposto de que nem toda ideia é uma boa ideia para o momento da empresa. Aqui, é preciso filtrar as sugestões e priorizar aquelas que fazem mais sentido estratégico.
- Defina critérios claros de avaliação, como viabilidade técnica, potencial de impacto, alinhamento com os objetivos estratégicos e custo-benefício.
- Monte um comitê de inovação ou envolva lideranças para avaliação multidisciplinar.
- Utilize frameworks como Matriz de Esforço x Impacto e o método MoSCoW (Must-have, Should-have, Could-have, Won't-have) para facilitar a tomada de decisão.
- Considere rodadas de pitch interno para que as equipes defendam suas ideias com dados e argumentos sólidos.
3. Desenvolvimento e prototipagem
Agora, as ideias selecionadas entram na fase de experimentação. Testar antes de investir pesado reduz riscos e garante maior assertividade.
- Desenvolva MVPs (Minimum Viable Products), PoCs (proof of concept) e pilotos para testar hipóteses rapidamente. Um ponto importante nessa etapa em iniciativas de inovação aberta é realizar o scouting de potenciais parceiros para a iniciativa.
- Aplique metodologias ágeis como Scrum ou Kanban para ciclos rápidos de desenvolvimento.
- Colete os resultados e feedbacks quantitativos e qualitativos para posterior análise.
4. Validação e ajustes
Com base nos testes, algumas ideias se mostrarão bem promissoras, outras precisarão de ajustes e algumas serão descartadas. Esse é o momento de afinar os detalhes.
- Utilize métricas claras para medir o sucesso dos protótipos, como taxa de adoção, custo de implementação e impacto no cliente.
- Valide a relevância e impacto da solução a partir dos resultados que eram esperados.
- Ajuste o modelo de negócio, tecnologia ou proposta de valor conforme necessário.
- Faça testes A/B para comparar variações da solução e entender qual gera melhores resultados.
- Leia mais: Tecnologia e inovação: exemplos e vantagens
5. Implementação e escala
Seu projeto piloto atingiu os resultados esperados? Então, é hora de expandir sua implementação na operação.
- Estruture um plano de implementação com cronograma, marcos e responsáveis claros.
- Busque apoio da liderança para facilitar a adoção interna e superar resistências organizacionais.
- Monitore indicadores de sucesso e faça ajustes contínuos conforme necessário.
- Invista em comunicação interna para engajar os colaboradores na adoção da inovação.
- Tenha um plano de escalabilidade para expandir gradualmente a solução para toda a empresa ou novos mercados.
- Leia mais: Indicadores de inovação: conheça os principais e como medir
Dica extra: gestão do funil de inovação no curto, médio e longo prazo
Manter um funil de inovação ativo exige um processo contínuo e bem gerenciado. Aqui estão algumas práticas essenciais:
- No curto prazo
Isso pode ser feito por meio de desafios internos, hackathons e sessões estruturadas de brainstorming. Além disso, a transparência no funil de inovação e a definição de responsáveis por cada etapa são fundamentais para manter o processo fluindo.
- No médio prazo
O foco deve estar na estruturação e otimização do funil, passando pelo monitoramento constante de métricas, como taxa de conversão entre etapas e tempo médio de desenvolvimento de uma ideia até sua implementação. Gerenciar bem essa fase é o melhor caminho para ajustar processos e refinar critérios de priorização.
- No longo prazo
A inovação precisa ser incorporada à cultura da empresa. Isso significa integrá-la ao planejamento estratégico e garantir um orçamento contínuo para novos projetos. Além disso, estabelecer parcerias externas com startups, universidades e hubs de inovação – como o Cubo Itaú – amplia o acesso a novas tecnologias e insights.
Além disso, a gestão da inovação também ganha destaque aqui, com papéis bem definidos para lideranças e equipes, garantindo que a empresa esteja sempre preparada para a próxima grande transformação.
Com essas etapas bem estruturadas e um processo contínuo, a inovação dentro da sua empresa pode ser um motor de crescimento sustentável.
A relação entre inovação aberta e funil de inovação
Para tornar o funil de inovação realidade, é preciso reunir todas as ideias inovadoras em torno do negócio. Quanto mais possibilidades houver, melhor. É a partir de um grande volume delas que se chega àquelas com mais fit à proposta da empresa.
Essas ideias devem surgir com base nas dores das áreas e da corporação como um todo e as soluções de players do mercado que podem ajudar a endereçá-las por meio da inovação aberta.
Estruturar o funil abarcando a forma como o pipeline de projetos será gerido é fundamental para garantir que a esteira de inovação funcione de forma assertiva.
Funil de inovação e o futuro dos negócios
O mercado está repleto de possibilidades para quem aposta na inovação com estratégia. Quando o funil de inovação entra em jogo, empresas de todos os tamanhos organizam seu potencial e convertem projetos em crescimento real.
Isso significa que há um universo de oportunidades esperando para ser explorado – e quem se estrutura agora, sai na frente.
Se a sua empresa quer crescer, se conectar com startups e implementar iniciativas de inovação aberta, o Cubo Itaú está pronto para fazer parte dessa jornada. Vamos juntos?
