Iniciativas de inovação: como implementar o open innovation
As iniciativas de inovação desempenham um papel crucial no desenvolvimento e crescimento das empresas, especialmente quando passam a fazer parte da estratégia geral do negócio.
Explorar oportunidades que não apenas fortalecem o core business, mas também abrem portas para novos segmentos de mercado, é importante para ampliar a geração de valor real para a companhia e seus clientes.
Para isso, o investimento em diversas fontes de inovação, da Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) à inovação aberta, é essencial para conquistar novas oportunidades de mercado.
Confira a seguir dicas de especialistas sobre a implementação de iniciativas de inovação em corporações!
Leia mais:
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Iniciativas para manter uma boa estratégia de inovação corporativa
Desenvolver a inovação de forma estruturada nas corporações é fundamental para a estratégia de curto, médio e longo prazo das companhias. Por meio dela, é possível trazer ganhos de eficiência, otimização de recursos e processos, além de aprimorar a oferta de valor para os clientes.
O alinhamento com a alta direção, que pode ser feito por meio da criação de comitês de acompanhamento, por exemplo, deve ser o primeiro passo para isso. O objetivo é verificar se a estratégia de inovação está alinhada de fato à da companhia, bem como de sua governança.
A inovação corporativa precisa estar atrelada à estratégia da companhia. (Fonte: Reprodução/Freepik)
Outro fator essencial para que as iniciativas de inovação se tornem uma realidade no negócio é criar e manter uma disciplina para acompanhar a evolução de todas as atividades. Isso ajuda a entender se o impacto das ações tem sido real ou se é preciso mudar a rota.
A desburocratização dos processos também é um aspecto relevante. Renato Xavier, coordenador de Inovação Corporativa na Dexco, corporação destaque no Selo Dourado 2024 do Cubo Itaú, avalia que tal medida está relacionada ao quanto se consegue de agilidade em todas as etapas do processo, desde a publicação de um desafio para o ecossistema até a contratação de empresas parceiras para alavancar a inovação.
“Quando demonstramos que o processo é mais fluido, ágil e organizado, automaticamente recebemos maiores interesses de outras áreas buscando apoio para aderir ao programa Open Dexco, e isso gera engajamento”, sinaliza Xavier.
Em relação ao engajamento de colaboradores, Xavier explica que o objetivo principal da empresa nesse contexto é o de comunicar o programa de inovação, aproximando líderes que submetem suas dores e oportunidades ao longo do ano.
“Dessa forma, podemos apoiá-los no processo de ponta a ponta, ou seja, desde a descrição até a execução do piloto”, pontua.
Fundamentos de inovação para implementar em seu negócio
A McKinsey elencou os principais pilares que devem nortear as iniciativas de inovação nas empresas no artigo "Os oito fundamentos da inovação".
Nele, os autores sugerem que existem alguns passos, convertidos em perguntas, considerados fundamentais para que as iniciativas de inovação sejam uma realidade em qualquer tipo de negócio. São eles:
Os oito fundamentos essenciais da inovação. (Fonte: McKinsey & Company/Reprodução)
1. Aspirar
A pergunta principal que deve ser considerada neste contexto é no quanto o negócio e suas lideranças consideram crítico o crescimento que é pautado pela inovação, e se existem metas que reflitam isso.
2. Escolher
Em sua corporação, há um portfólio de iniciativas que seja considerado coerente e equilibrado em termos de tempo e risco? Mais: são aplicados recursos suficientes para que seja possível alcançar o sucesso das ações desenhadas?
3. Descobrir
As lideranças à frente da sua corporação têm insights diferenciados de negócios, mercado e tecnologia que se traduzem em propostas de valor, posteriormente aplicadas em benefício dos negócios?
4. Evoluir
O desenvolvimento de novos modelos de negócios é uma realidade? A medida é útil para refletir sobre possíveis fontes de lucro que sejam defensáveis e escaláveis, na lógica de horizontes de inovação.
5. Acelerar
As iniciativas de inovação adotadas no negócio são considerados meios de vencer a concorrência, desde que sejam aplicadas de forma rápida e eficaz?
6. Escala
Novas inovações são lançadas em escala e no momento certo para os mercados e segmentos atendidos, desde que tenham relevância ao negócio?
7. Ampliar
O negócio encontra novas formas de lucrar por meio do processo de capitalização apoiado em redes externas?
8. Mobilizar
Por fim, colaboradores seguem engajados e agem de forma organizada, sendo recompensados por seus esforços a cada nova ação implementada?
Esses princípios ajudam a nortear a inovação de forma estratégica nas companhias. Além deles, é preciso considerar a realidade do negócio, como capacidades, cultura organizacional e apetite pelo risco para adaptar o que for necessário.
Inovação aberta
Uma ferramenta importante para a estratégia de inovação de corporações é a inovação aberta. Ela se baseia na troca com agentes externos em prol do avanço em melhorias de processos, produtos e serviços.
A ideia é acelerar o processo de inovação por meio de parcerias para troca de conhecimento, execução de projetos em conjunto ou mesmo adoção de tecnologias de outras empresas. Por exemplo, uma corporação que adota a solução tecnológica de uma HRtech, para aumentar o engajamento de seus colaboradores.
A inovação aberta é uma ferramenta que ajuda corporações a impulsionarem a inovação por meio da parceria com agentes externos. (Fonte: Reprodução/Pexels)
Para Oliver Salomons, analista de inovação da MPD Engenharia, corporação destaque no Selo Dourado 2024 do Cubo Itaú, a inovação aberta é importante para quebrar paradigmas internos que eventualmente possam existir dentro da própria organização. “Ela age oxigenando os processos e a cultura buscando resolver os problemas com maior eficiência."
Ele ressalta, ainda, que entre os benefícios de colaborar com startups em projetos de inovação está a possibilidade de resolver desafios da corporação de maneira mais assertiva e ágil, bem como conhecer novas tendências tecnológicas.
Outra vantagem é o fortalecimento da capacidade de adaptação das organizações, permitindo que respondam rapidamente às mudanças de mercado e às novas oportunidades.
Tudo isso acaba se resumindo na construção de uma cultura de colaboração e inovação contínua, o que é essencial para o sucesso dos negócios a longo prazo.
Como estabelecer parcerias eficazes em projetos de inovação
Para colocar a inovação aberta em prática, é preciso estruturar o processo. Para Salomons, entre as principais premissas e etapas, estão:
- Estabelecer desafios estratégicos para que a companhia os priorize.
- Criar um ambiente seguro para compartilhar informações e trocas com os agentes externos.
- Investir em processos de atração de talentos e de experimentação.
- Acompanhar utilizando métricas de sucesso e, assim, criar uma prova de conceito.
- Buscar sponsors de alta direção.
Para Salomons, trabalhar com startups, por exemplo, é uma via de aprender a ter mais agilidade. Ainda: é uma forma encontrada pelas corporações de superar as barreiras culturais e estruturais.
“A adoção de projetos de inovação aberta pode trazer uma visão cultural de maior agilidade, de tolerância aos erros e aprendizados e, principalmente, a abertura a mudanças, gerando novos modelos de negócio ou receitas à companhia”, sinaliza.
Xavier também dá algumas dicas para construir parcerias mais eficazes:
- Ter uma clara identificação das dores e oportunidades internas que sejam estratégicas para a empresa.
- Descrever detalhadamente essas dores e oportunidades em desafios para o ecossistema empreendedor.
- Fomentar um ótimo engajamento para avaliação das startups inscritas nos desafios.
- Selecionar e convidar ao menos duas startups mais aderentes para um pitch.
- Escolher a startup em questão para participar do processo de imersão que resulta em um planejamento de projeto-piloto para os próximos três meses.
- Contratar de forma ágil e fluida o parceiro ideal.
- Acompanhar de forma sistemática o projeto-piloto para garantir os testes de hipóteses desenhadas no período de imersão, avaliação e demonstração de resultados dos primeiros três meses de projeto para os sponsors.
Ao adotar iniciativas de inovação em parceria com startups, é importante que as corporações empreguem métricas para avaliar a efetividade dos processos. (Fonte: Pexels/Reprodução)
Principais indicadores de inovação para medir o impacto das iniciativas
Para que tais iniciativas gerem benefícios reais aos negócios, é preciso metrificar as ações. Salomons analisa que, entre as possíveis métricas que podem ser usadas estão:
- avaliar o número de iniciativas e unidades de negócio envolvidas;
- alinhar a expectativa do retorno sobre o investimento (ROI);
- medir a taxa de sucesso das provas de conceito.
Já Xavier explica como a Dexco aplica as métricas no programa de inovação aberta implementado na empresa. Lá, elas são aplicadas em três frentes distintas:
- Métricas para avaliar o resultado geral, que é medido pela taxa de continuidade e o número de rollout e pilotos realizados. Além do retorno financeiro gerado por meio da implementação da solução fornecida pela startup.
- Métricas para analisar o andamento do processo, que são o número geral de startups mapeadas e inscritas; o percentual de startups mapeadas dividido pelo total de startups enviadas para avaliação; o percentual de startups aderentes aos desafios; a quantidade de startups que participaram do pitch day; o percentual de startups convidadas para a imersão dividido pelo de startups participantes do pitch day; e o percentual de pilotos executados dividido pelo de startups na semana de imersão.
- Métricas para avaliar a reputação e cultura: quantidade de áreas com pilotos executados; quantidade de unidades com pilotos executados; percentual de promoção de líderes dos projetos durante o período do Open Dexco; número de pessoas da equipe interna diretamente envolvida; número de pessoas no pitch day.
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