Benefícios da inovação aberta: conheça as principais vantagens

A inovação aberta é uma abordagem que visa gerar melhorias e oportunidades para o negócio por meio da colaboração com parceiros externos, ultrapassando os limites tradicionais das organizações.

É uma estratégia que ajuda a acelerar e inovar em processos, integrando ideias e mesclando os recursos externos com as capacidades internas da própria organização.

A seguir, conheça algumas das principais vantagens de adotar a inovação aberta e dicas para implementá-la na prática.

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Principais benefícios da inovação aberta

Eduardo Lorea, CEO da Numerik, consultoria destaque no Selo Dourado 2024 do Cubo Itaú, comenta que o principal benefício para as corporações ao implementar práticas de inovação aberta é adotar soluções desenvolvidas por startups.

“Ao invés de focar no problema de uma única empresa, as startups estão olhando para os desafios de muitas. Com isso, conseguem mais densidade, consideram mais ângulos e pontos de vista no projeto, e sempre pensam em escalabilidade”, avalia.

A corporação, então, pode ter acesso e testar soluções inovadoras de forma mais barata, já que não precisa desenvolvê-las do zero.

Na visão do CEO da Numerik, o ecossistema de inovação é rico em oportunidades para ganhar eficiência operacional, novas receitas e melhorias de bottom line baseadas em inovação com investimento baixo quando comparado ao seu benefício.

As iniciativas de inovação ajudam a gerar oportunidades de negócio. (Fonte: Pexels/Reprodução)

Competitividade otimizada

Para Lorea, a inovação aberta é o motor chave da vantagem competitiva. “É uma abordagem de, continuamente, buscar ganhos, tanto em custos quanto em receitas, experiência do usuário e entrega de valor.”

Dessa forma, ao apostar na inovação aberta, garante-se que sempre será possível ter acesso à melhor oferta, mais competitiva tanto do ponto de vista de valor entregue ao cliente quanto de custo e preço.

A colaboração externa melhora ainda a eficiência em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), reduzindo custos e acelerando o processo de inovação.

Transformação cultural

Outra vantagem é em relação ao desenvolvimento da cultura de inovação na companhia.

Ao promover a colaboração entre diferentes áreas da empresa e com parceiros externos, a inovação aberta fomenta um ambiente em que as ideias podem surgir com mais facilidade e serem transformadas em soluções criativas.

Esse processo ajuda a atrair e reter talentos qualificados e também favorece um ambiente dinâmico, propício ao aprendizado e ao desenvolvimento contínuo.

Há ainda vantagens significativas ao agregar diferentes perspectivas e conhecimentos, resultando em soluções mais eficazes e a integração mais rápida de novas tecnologias.

Promoção do crescimento em conjunto

A inovação aberta propicia ainda o benefício mútuo entre as organizações: startups procuram mercado, corporações buscam soluções e investidores almejam bons negócios validados por empresas e com condições de escalar.

Outras vantagens

A McKinsey & Company sugere, ainda, outros benefícios em potencial da inovação aberta para os negócios. São eles:

• Aumento da flexibilidade e adaptabilidade às mudanças do mercado e às novas tecnologias.
• Desempenho superior no mercado, com uma probabilidade 20% maior de ter uma receita acima da média na indústria.
• Diversificação das fontes de receita, por meio da oferta de produtos complementares ou mesmo diferentes do core business.
• Engajamento do cliente, por meio do desenvolvimento com foco em suas necessidades, promovendo um envolvimento mais profundo.

A inovação aberta pode ser uma realidade para as empresas ao apostar em relações com startups, proporcionando vantagens mútuas. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

Desafios mais comuns ao implementar a inovação aberta

Um dos desafios observados pela Numerik é em relação à cultura organizacional, que em alguns casos pode ser uma barreira para a inovação nas corporações, por falta de entendimento do papel da colaboração e da própria inovação para trazer ganhos estratégicos para as empresas.

O entendimento a respeito dos papéis da organização e da startup é outro aspecto importante. “É crucial compreender que os processos de implementação de solução entre corporações e entre corporação e startup são distintos”, destaca Lorea.

Além disso, é necessário alinhar expectativas e entender que a inovação é feita de erros e acertos, acontecendo exatamente no ponto chamado de “caórdico”, em que caos e ordem coexistem.

Ou seja, para superar os desafios, é preciso ter clareza a respeito do que é a inovação aberta, para que serve e como ela acontece. Ao alinhar expectativas e ter um plano de ação com métricas e metas concretas, a jornada tende a ser facilitada. “Afinal, a inovação pode e deve gerar valor mensurável”, reforça o CEO da Numerik.

Além desses, outros possíveis obstáculos que podem dificultar a inovação aberta são:

Proteção da Propriedade Intelectual (PI)

Quando ideias são compartilhadas com parceiros externos, a empresa pode estar passível de passar por algum risco, sobretudo na perda de controle sobre sua propriedade intelectual.

Para evitar que isso aconteça, é prudente estabelecer acordos prévios e detalhados desde o início das colaborações, como contratos de confidencialidade e acordos de compartilhamento. Dessa forma, garante-se que ambas as partes entendam suas responsabilidades e direitos.

Gestão de colaboração

Gerenciar múltiplas parcerias externas pode ser complexo e exigente para uma corporação, sendo necessária uma comunicação eficaz e uma gestão de projetos robusta.

Para tanto, vale definir os objetivos de todas as partes envolvidas, seus papéis e responsabilidades, evitando mal-entendidos e conflitos futuros.

Alinhamento estratégico

Integrar a inovação aberta na estratégia geral da empresa é um grande desafio, sendo necessário alinhá-la com os objetivos traçados e que norteiam o negócio. 

Por isso, ter uma visão clara de como a inovação aberta contribuirá para a competitividade e o crescimento da empresa é crucial para que ela dê resultados concretos e que agregam valor.

Isto pode ser assegurado a partir do desenho de um planejamento estratégico para inovação consoante com a estratégia de longo prazo já estabelecida.

Compatibilidade tecnológica

De certo modo, o que as organizações buscam nas parcerias com startups para promover inovação aberta é também beber da fonte de tecnologias emergentes. No entanto, ainda assim, elas precisam garantir que suas plataformas sejam compatíveis com as de seus parceiros.

Por sua vez, tal fator pode exigir investimentos em novas tecnologias ou adaptações nos sistemas existentes. De qualquer forma, essa interoperabilidade é crucial para facilitar a colaboração e o fluxo de informações.

Gerenciamento de riscos

Riscos de vazamento de informações confidenciais, dependência excessiva de parceiros externos e falhas na colaboração podem surgir no contexto, ainda que seja necessário mitigá-los.

Portanto, a implementação de uma gestão de riscos robusta auxiliará todos os atores envolvidos a identificar, avaliar e gerenciar esses riscos de maneira proativa.

Medição de resultados

Tanto as organizações quanto as startups precisam, no processo de inovação aberta, desenvolver métricas e Key Performance Indicators (KPIs) específicos para medir o sucesso de suas iniciativas.

Sugere-se, por exemplo, o uso de métricas de tempo de desenvolvimento, redução de custos, número de novas ideias implementadas e impacto no crescimento da receita. Porém, muitas outras podem ser adaptadas ao cenário e necessidades dos projetos em curso.

Entre os benefícios da inovação aberta estão o incremento à criatividade e à uma cultura colaborativa mais forte entre todas as partes envolvidas no processo. (Fonte: Unsplash/Reprodução)

Conformidade legal

É imprescindível que tanto os negócios nascentes quanto as corporações estejam cientes das leis que afetam a colaboração estabelecida. Aqui, inclui-se regulamentações de concorrência, proteção de dados e normas industriais, o que demanda a necessidade adicional de acionar e requerer o acompanhamento regular de especialistas jurídicos para evitar problemas inesperados.

Colaboração com parceiros externos impulsiona a geração de ideias inovadoras

Quem nunca montou uma apresentação e precisou que um colega apenas “batesse o olho" para achar o seu erro, ou então ter uma nova perspectiva do tema? O mesmo ocorre durante o processo de inovação aberta.

Eduardo Lorea acredita que colaborar com os demais atores do ecossistema traz o “ar fresco" necessário para mudar a rota ou confirmar o caminho.

Velocidade para ter uma adaptação rápida das transformações

O CEO da Numerik ressalta que, uma vez que se compreende que a inovação aberta é um pensamento de melhoria contínua, obtém-se o que ele chama de flexibilidade estratégica. Isto é, as empresas conseguem pivotar rapidamente e ajustar suas estratégias de acordo com as mudanças do mercado.

Isso só é possível porque o ecossistema de inovação está diretamente ligado às tendências e aos avanços tecnológicos, permitindo uma adoção proativa e ágil, não mais reativa.

Além disso, as trocas entre os players envolvidos contribuem com a criação de um fluxo de feedback constante, possibilitando correções rápidas e alinhamento às demandas dos clientes.

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Referências:

McKinsey, Harvard Business Review