ROI de inovação: como avaliar o sucesso das iniciativas com métricas

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Quem já se aventurou pelo mundo dos negócios provavelmente já ouviu falar sobre ROI, ou retorno sobre o investimento. Mas quando o assunto é inovação, medir esse retorno não é das tarefas mais fáceis.

Como calcular o impacto de um projeto de inovação? Como garantir que ele realmente gere valor, de diferentes formas, para a empresa? Foi pensando nessas questões que criamos um guia completo sobre o assunto para te ajudar a mensurar o ROI na sua gestão de inovação.

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O que é ROI de inovação?

De forma simples, ROI é um indicador que mede o retorno obtido sobre um investimento realizado. 

Quando falamos de inovação, seu cálculo ganha algumas camadas de complexidade. Projetos inovadores nem sempre trazem retorno imediato e seu impacto deve ser medido de acordo com fatores como produtividade e satisfação dos clientes.

Além das métricas financeiras, o ROI de inovação considera ainda aspectos estratégicos e de longo prazo. Ele avalia como novos produtos, serviços ou processos impulsionam o crescimento, a competitividade e a longevidade da empresa.

Seus indicadores-chave devem medir, por exemplo: 

  • Ganho em eficiência operacional
  • Geração de receita incremental
  • Redução de custos

a importância do ROI da inovação

 

Qual a importância do ROI de inovação?

O retorno sobre o investimento em inovação é vital para as corporações porque ele ajuda as empresas a avaliar o sucesso dos projetos e pilotos, determinar quais iniciativas valem a pena continuar ou expandir e o impacto financeiro de suas apostas.

No caso das empresas que investem na inovação aberta, fazer essa mensuração é crucial por uma série de fatores:

 

Justificativa de investimentos

Aquele momento da justificativa pode ser uma batalha para quem cuida da gestão de inovação, especialmente quando os resultados nem sempre são imediatos ou se investidores e líderes só falam na língua dos números.

Quando as métricas de inovação entram em cena, os gestores conseguem traduzir ações em números que fazem sentido. Isso inclui não apenas o retorno financeiro, mas uma base sólida de vantagens competitivas, como aumento de produtividade e melhoria na satisfação do cliente.

O algoritmo de recomendação de clientes e outras estratégias da Netflix são bons exemplos. Eles não aparecem nas demonstrações financeiras, mas são investimentos em cultura e treinamento de funcionários que colocaram a empresa no topo.

 

Guia para decisões estratégicas

O cálculo vai além de justificar investimentos. Ele também ajuda a moldar decisões estratégicas futuras. Quando bem mensurado, o ROI pode indicar se a empresa está no caminho certo ou se precisa ajustar suas abordagens. 

Por exemplo, um ROI positivo pode ser sinal de que a empresa está acertando nas escolhas de inovação, permitindo maior investimento em áreas com alto retorno. Por outro lado, um ROI baixo pode levar a revisões de estratégias ou mesmo a busca por novas soluções.

 

Indicadores sólidos de performance

A inovação aberta é um conceito central para empresas que buscam colaborar com startups, outras empresas ou até mesmo com seus próprios consumidores. Mas, como garantir que essas parcerias tragam o retorno esperado? A chave está na mensuração dos indicadores certos. 

Para que a inovação aberta seja eficaz, é fundamental estabelecer métricas sólidas que ajudem a mensurar o impacto real dessas parcerias e iniciativas no ROI de inovação.

Esses indicadores vão além da simples implementação de novas ideias. Eles envolvem medir o quanto a inovação está gerando valor para o cliente, se está criando novas fontes de receita ou se está ajudando a empresa a alcançar objetivos estratégicos de longo prazo. 

A inovação aberta precisa ser tratada com a mesma seriedade que qualquer outra estratégia de negócios e, por isso, os indicadores precisam ser bem definidos e acompanhados de perto.

como medir o ROI da inovação

Como medir o ROI de inovação?

Medir o retorno sobre o investimento não é apenas uma questão de números. É uma combinação de metodologias financeiras e qualitativas que, juntas, fornecem uma visão completa do impacto da inovação em diferentes frentes. 

Agora, vamos explorar as principais abordagens e modelos para te ajudar a mensurar esse retorno e tomar decisões bem-informadas.

 

Principais metodologias para mensuração

Existem diversas formas de medir o ROI de inovação, mas o mais importante é escolher metodologias que sejam compatíveis com os objetivos da empresa e o tipo de inovação implementada. 

As principais são as abordagens financeiras e qualitativas. Cada uma delas oferece uma perspectiva diferente, e quando combinadas, proporcionam uma visão mais holística.

 

Medindo o retorno com números concretos na abordagem financeira

A abordagem financeira é provavelmente a mais direta quando se trata de medir o ROI. Ela foca nos resultados quantificáveis da inovação, permitindo que as empresas justifiquem seus investimentos com base em dados tangíveis.

Receita gerada, redução de custos e aumento de margem são alguns exemplos. Nossa sugestão é acompanhá-los de perto com o apoio de relatórios financeiros para rastrear o impacto ao longo do tempo.

 

A abordagem qualitativa representa impactos subjetivos, mas não menos importantes

Não se engane, nós acreditamos que os resultados financeiros são fundamentais, mas a inovação muitas vezes traz impactos que não podem ser completamente capturados em números.

É aqui que entra a abordagem qualitativa, que leva em conta aspectos mais intangíveis, mas igualmente valiosos: aprendizado, engajamento de colaboradoras e melhorias na experiência dos clientes.

Nesse sentido, o Retorno sobre Aprendizado (RoL, do inglês Return on Learning) é um conceito importante. Ele incentiva que as empresas também mensurem os resultados a partir de indicadores como: 

  • Taxa de experimentação: percentual de iniciativas inovadoras que chegam à fase de prova de conceito (PoC)
  • Aprendizado organizacional: quantidade de hipóteses testadas e lições aprendidas documentadas
  • Engajamento interno: participação ativa de colaboradores em programas de inovação, como hackathons e desafios internos

kpi do ROI da inovação

Indicadores de inovação para medir o ROI

Contar com KPIs bem definidos é fundamental para ter uma visão completa das iniciativas, já que os indicadores de inovação ajudam a guiar as estratégias e justificar investimentos. Vamos explorar algumas das métricas mais relevantes:

1. KPIs financeiros

Aumento de receita gerado pela inovação

O impacto mais direto e visível de qualquer inovação bem-sucedida é o aumento nas vendas. Esse indicador é medido pela comparação entre a receita gerada após a implementação e o período anterior a ela.

 

Redução de custos operacionais

Mudanças nos processos ou novas formas de fazer negócios podem resultar em economia. Sendo assim, uma redução significativa de custos pode indicar que a inovação está trazendo ganhos não apenas em receita, mas também em eficiência operacional.

Aqui, podem fazer sentido ainda, de acordo com o projeto e produto da empresa, mensurar o impacto em métricas como custo por unidade produzida, custo de aquisição de clientes (CAC) e custo operacional.

 

Tempo de retorno sobre investimento (Payback)

O Payback é um indicador financeiro que mede quanto tempo a empresa levará para recuperar o valor investido em uma inovação. Quanto menor o tempo, mais rápido a inovação começa a gerar retorno para a empresa.

 

2. KPIs de satisfação e engajamento

Net Promoter Score (NPS)

O NPS é também uma métrica-chave para a inovação corporativa, já que ele responde se a empresa está respondendo às necessidades do cliente de forma oportuna e eficaz.

 

Engajamento de clientes

Medir como isso tudo impacta a relação com os clientes também é essencial. Se os consumidores estão mais envolvidos, engajados e leais à marca, isso pode ser um indicativo de que a inovação está gerando valor.

 

3. KPIs de performance no mercado

Tempo para lançamento no mercado (Time to market)

Em mercados que dependem da agilidade para capturar oportunidades, a chegada de uma nova solução ou produto é crucial. E o TTM mede o tempo que leva desde a concepção até o lançamento efetivo. Quanto mais rápido, maior a vantagem competitiva.

 

Índice de adoção de novas soluções pelos clientes

A adoção é uma forma de medir o sucesso da inovação, observando quantos clientes começaram a usar as novas soluções e ajudando a entender se o produto ou serviço tem permanecido relevante.

 

Market share conquistado

Inovações bem-sucedidas podem aumentar a participação de mercado de uma empresa, então o ganho de market share também é um forte indicativo de que a inovação foi bem-sucedida em termos de competitividade no mercado.

 

4. KPIs culturais e organizacionais

Impacto na cultura organizacional

Esse é um KPI importante para a inovação corporativa porque reflete o quão bem-sucedida tem sido a disseminação do olhar de melhoria contínua e inovação na companhia. O impacto na cultura organizacional é como um barômetro de aceitação.

Uma forma de mensurar esse impacto, como mencionado anteriormente, é por meio do engajamento e participação dos colaboradores em iniciativas. Além disso, a taxa de geração de ideias também pode ser um bom norte.

 

Colaboração em inovação aberta

A inovação aberta depende da colaboração com parceiros externos, como startups, universidades e outras empresas. Medir o sucesso dessa abordagem envolve analisar o grau de colaboração, o número de parcerias estratégicas formadas e a eficácia desses esforços colaborativos.

Maximiliano Carlomagno, sócio-fundador da Innoscience, vai mais longe e acredita que, hoje em dia, o papel da inovação aberta nas corporações é ser um veículo de complemento estratégico de fora para dentro, ampliando os esforços internos e explorando novas áreas de oportunidades.

No que diz respeito à mensuração dos resultados dos projetos e iniciativas, ele ressalta que “as empresas podem medir a gestão da inovação sob diferentes prismas. A gente desenvolveu na Innoscience o Innovation Scorecard, que é um conjunto de métricas de inovação que se divide em quatro grandes temas”, explica Carlomagno.

Em resumo, esse conjunto de indicadores que ele menciona acompanha a inovação a partir das seguintes categorias:

  • Métricas de contexto que avaliam a base da inovação, como capacitação, desenvolvimento de liderança e relacionamento com o ecossistema
  • Métricas de processo que olham para a evolução, tamanho e time-to-market do pipeline
  • Métricas de estratégia que medem a geração de resultados e seu alinhamento com os objetivos definidos anteriormente
  • Métricas de impacto que mensuram os ganhos em valor de mercado, posicionamento de mercado e portfólio de inovação

Ele ainda destaca que algumas métricas têm sido amplamente adotadas, como a taxa de conversão de piloto para rollout e o ganho potencial e o efetivamente capturado da inovação aberta, que varia conforme a estratégia adotada – seja ela outside-in (absorvendo inovação do mercado) ou inside-out (exportando inovação para o mercado).

homem preocupado em escritório

Desafios na mensuração do ROI de inovação

A inovação não segue um roteiro linear – ela pode gerar impacto imediato ou demorar anos para trazer resultados observados de forma prática. Mas, antes de desistir da ideia de medir o retorno sobre o investimento, vale entender os principais desafios e como enfrentá-los.

Tempo de retorno

Uma solução disruptiva pode levar anos para gerar receita significativa, enquanto outra pode explodir no mercado em poucos meses. Por isso, é importante trabalhar com múltiplos horizontes de inovação, dividindo iniciativas entre curto, médio e longo prazo.

Além disso, analisar os resultados de acordo com os objetivos estabelecidos previamente de forma macro e de forma individual de acordo com cada projeto e o que se espera deles é fundamental nesse contexto.

 

Dificuldade de mensurar impactos intangíveis

Nem todo benefício da inovação pode ser traduzido diretamente em números. Como medir o valor de uma marca fortalecida ou o engajamento dos clientes com uma nova solução? Algumas soluções são acompanhar indicadores qualitativos e usar metodologias como Innovation Accounting.

 

Falta de padrões universais para medir inovação aberta

A inovação aberta envolve múltiplos stakeholders – startups, universidades, fornecedores, aceleradoras – cada um com seus próprios objetivos e métricas. Sendo assim, defina KPIs específicos para cada tipo de parceria (como número de projetos escalados, tempo de implementação e novas receitas geradas) e crie frameworks personalizados para medir impacto.

Outro ponto importante é adequar a mensuração de resultados de acordo com a realidade da empresa, seja em termos de maturidade em relação à inovação ou mesmo dos objetivos que se quer conquistar com ela. 

 

Barreiras culturais dentro das corporações

Muitos times ainda veem a inovação como um processo experimental e não quantificável, o que dificulta a adoção de indicadores e metas claras. A saída é criar uma cultura de inovação baseada em dados, mostrando que métricas não são um obstáculo, mas um aliado para justificar investimentos.

Desafios existem, mas são superáveis. A inovação, por natureza, exige um olhar mais flexível e estratégico sobre o retorno dos investimentos. Com boas práticas e metodologias adequadas, é possível medir e justificar o impacto da inovação com segurança.

Boas práticas para ROI de inovação

Boas práticas para maximizar o ROI de inovação

Se tem uma coisa que aprendemos até aqui, é que medir o ROI não é uma ciência exata, mas também não precisa ser um tiro no escuro. Olha só um passo a passo simples para transformar essa abordagem em uma vantagem competitiva real:

1. Estruture a inovação com processos bem definidos

A inovação precisa atender aos objetivos estratégicos da companhia e estar estruturada para tal. Criar processos claros para testar, validar e escalar novas ideias é um dos primeiros passos para isso:

  • Desenvolva um funil de inovação, com etapas definidas desde a ideação até a implementação.
  • Adote frameworks como Design Thinking, Lean Startup e Agile, garantindo que os projetos avancem com propósito.
  • Estabeleça critérios de sucesso para cada fase, evitando que iniciativas promissoras sejam descartadas sem a devida análise.

 

2. Crie métricas alinhadas ao modelo de negócio

Cada empresa tem objetivos diferentes e a forma de medir o ROI de inovação precisa refletir isso. Para garantir essa conexão:

  • Defina KPIs estratégicos que façam sentido para o core business da empresa.
  • Acompanhe tanto métricas financeiras quanto indicadores qualitativos.
  • Adapte a mensuração ao ciclo da inovação, criando métricas intermediárias para avaliar progresso antes do retorno financeiro direto.

 

3. Utilize metodologias ágeis para ajustar rapidamente estratégias

O que não pode ser medido, não pode ser gerenciado. Mas isso também não pode ser engessado, já que o mercado muda rápido e a inovação exige adaptação constante. Essas são algumas boas práticas para manter a flexibilidade:

  • Adote sprints de inovação, com entregas curtas e revisões contínuas.
  • Monitore KPIs em tempo real e ajuste estratégias com base em dados e aprendizado contínuo.
  • Mantenha um mindset de testar, aprender e iterar, em vez de esperar um “plano perfeito” antes de agir.

 

4. Estabeleça parcerias estratégicas para inovação aberta

A inovação não precisa ser um experimento isolado. Sua empresa pode perfeitamente emprestar conhecimentos e tecnologias para acelerar o desenvolvimento de soluções inovadoras. Para estruturar boas parcerias:

  • Crie modelos de colaboração claros, garantindo alinhamento entre os interesses da empresa e dos parceiros.
  • Estabeleça métricas compartilhadas, para que todos os envolvidos acompanhem o impacto da inovação aberta.
  • Crie um ambiente favorável para que a inovação aconteça dentro e fora da empresa, promovendo hackathons e programas de inovação.

No final do dia, uma empresa inovadora é aquela que sabe medir, aprender e evoluir com os projetos e mantê-los alinhados com sua estratégia. No Cubo, ampliamos a sua conexão com as melhores startups e ferramentas com foco na sua gestão da inovação.

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