Um estudo realizado pela Wellhub com mais de 1500 CEOs e líderes corporativos revela um movimento consistente: o bem-estar saiu da lateral da pauta e foi alçado à categoria de prioridade de negócio.
No Brasil, cerca de 70% dos CEOs afirmam que o tema é essencial para o sucesso da organização.
Neste conteúdo, mostramos por que o bem-estar já faz parte da inteligência estratégica das empresas, com impacto direto em produtividade, cultura e marca empregadora
Resumo
O bem-estar corporativo se tornou prioridade estratégica: 70% dos CEOs brasileiros já reconhecem sua importância para o sucesso financeiro.
Mas só 68% dos colaboradores percebem esse cuidado, revelando um gap de execução que impacta o engajamento.
Flexibilidade, personalização e uso de dados são as tendências-chave para empresas que querem atrair talentos e gerar valor real.
Navegue pelo conteúdo:
- Bem-estar corporativo sob a perspectiva dos CEOs
- O que sentem os colaboradores?
- Bem-estar como ativo estratégico: o ROI que vai além dos números
- Tendências do mercado do bem-estar corporativo: flexibilidade, tecnologia, personalização
- O papel do RH no avanço do bem-estar corporativo
- Brasil em foco: onde estamos na corrida do bem-estar corporativo
- O futuro do bem-estar corporativo: práticas sustentáveis e impacto de longo prazo
Bem-estar corporativo sob a perspectiva dos CEOs
No recorte brasileiro, a visão dos líderes é clara: o bem-estar corporativo é uma prioridade. Sete em cada dez CEOs afirmam que o cuidado com as pessoas é essencial para o sucesso da empresa.
Para 50%, o bem-estar tem o mesmo peso que o salário na atração e retenção de talentos.
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Outros dados reforçam esse compromisso:
- 92% dos CEOs consideram que o bem-estar é uma prioridade interna;
- 94% têm a palavra final sobre o orçamento da área;
- 89% tomam decisões operacionais relacionadas ao tema;
- 74% acreditam que talentos deixam de considerar empresas que não mostram um compromisso visível com o bem-estar.
Esse envolvimento mostra que a liderança reconhece o valor do bem-estar e pode impulsioná-lo na estratégia.
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O que sentem os colaboradores?
Se por um lado a liderança enxerga o bem-estar como prioridade, por outro, os colaboradores ainda não percebem isso no dia a dia. Apenas 68% deles dizem sentir que a empresa realmente se preocupa com seu bem-estar.
A diferença de 24 pontos revela uma desconexão. Falta de visibilidade, benefícios genéricos e líderes ausentes explicam esse distanciamento.
O resultado é claro: um programa que não é percebido como real não engaja. E sem engajamento, não há retorno.
Bem-estar como ativo estratégico: o ROI que vai além dos números
O bem-estar corporativo deixou de ser política periférica para se tornar um pilar da estratégia organizacional. Para 70% dos CEOs brasileiros, ele é essencial para o sucesso financeiro, uma convicção que ganha força mesmo sem depender exclusivamente de métricas financeiras diretas.
De acordo com o estudo da Wellhub, os líderes avaliam o retorno do bem-estar sob múltiplas lentes, combinando indicadores de performance e experiência humana. A percepção de ROI está associada a:
- Produtividade e desempenho dos colaboradores
- Engajamento e retenção de talentos
- Imagem institucional como marca empregadora
- Redução de custos com saúde mental e física nas empresas
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Mas o impacto não para por aí. Os CEOs brasileiros também valorizam indicadores subjetivos como:
- Moral da equipe
- Redução de estresse
- Sentimento de pertencimento
Na prática, o ROI do bem-estar não se limita a planilhas: ele está em decisões mais conscientes, em times que performam sem se esgotar e em culturas organizacionais que sustentam crescimento com saúde.
Empresas que conseguem mensurar os dois lados dessa equação, o financeiro e o humano, estão mais preparadas para decisões sustentáveis, competitivas e conectadas com o futuro do trabalho.
Tendências do mercado do bem-estar corporativo: flexibilidade, tecnologia, personalização
O estudo da Wellhub revela que o bem-estar corporativo está passando por uma transformação acelerada, impulsionada por três movimentos principais: flexibilidade de jornada, uso de tecnologias emergentes e personalização de iniciativas.
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Essas tendências são observadas especialmente entre empresas que têm avançado em maturidade e estão redesenhando seus programas para responder melhor às demandas reais dos colaboradores.
Tendência 1: flexibilidade como pilar central
A flexibilidade de jornada aparece como o benefício mais valorizado pelos colaboradores, superando até mesmo benefícios tradicionais como assistência médica ou gympass, em alguns contextos.
Organizações mais bem-sucedidas integram bem-estar à experiência de trabalho, não só ao pacote de benefícios.
Tendência 2: personalização de ações de bem-estar
A personalização é apontada como um diferencial competitivo. Empresas mais maduras estão:
- Criando programas adaptados ao perfil demográfico e comportamental dos seus times
- Oferecendo trilhas variadas que respeitam estilo de vida, faixa etária, condições de saúde e jornada familiar
O modelo único perde espaço. A tendência é oferecer experiências ajustáveis para diferentes públicos.
Tendência 3: tecnologia e dados para prever e agir
O estudo destaca o uso crescente de dados para orientar decisões em programas de bem-estar. As empresas mais avançadas estão utilizando:
- Plataformas integradas de bem-estar
- Dados de engajamento e uso dos benefícios
- Relatórios contínuos para orientar decisões e investimentos
A tecnologia não substitui o cuidado humano, ela potencializa a ação com agilidade e precisão.
Essas três tendências não são apenas respostas ao presente. São fundamentos para o futuro da gestão de pessoas em ambientes dinâmicos, competitivos e diversos. Quem investir em flexibilidade, personalização e inteligência operacional agora, vai colher cultura, performance e retenção adiante.
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O papel do RH no avanço do bem-estar corporativo
A liderança tem poder de decisão. Mas é o RH quem traduz estratégia em ação.
O estudo revela que, mesmo com a alta liderança cada vez mais engajada com o bem-estar, o setor de RH enfrenta desafios práticos para transformar intenções em resultados duradouros.
E é justamente nesse ponto que o papel do RH ganha uma nova dimensão: de executor tático para orquestrador estratégico.
Desafios e diferenciais do RH na prática do bem-estar
Principais barreiras nas empresas brasileiras:
- Baixo engajamento com as iniciativas de bem-estar
- Dificuldade em medir o impacto real
- Orçamento restrito
- Falta de clareza sobre o que implementar
- Ações pouco aderentes à realidade das equipes
O que diferencia RHs mais estratégicos:
- Uso de dados de engajamento e percepção interna
- Agilidade para ajustar ações com base no feedback do time
- Conexão entre bem-estar e indicadores como produtividade e retenção
- Integração do bem-estar à experiência de trabalho, não apenas aos benefícios
- Atuação como agente de cultura organizacional, garantindo que o bem-estar vá além da promessa
Brasil em foco: onde estamos na corrida do bem-estar corporativo
O recorte nacional do estudo revela uma liderança brasileira altamente engajada com o tema, mas ainda enfrentando obstáculos significativos na execução prática.
O que se destaca no Brasil:
- 70% dos CEOs brasileiros afirmam que o bem-estar é essencial para o sucesso financeiro das suas empresas.
- 92% dizem que o bem-estar é uma prioridade interna.
- 94% tomam a decisão final sobre orçamento e direcionamento das iniciativas de bem-estar.
O Brasil aparece como um país onde o tema é, declaradamente, estratégico, com a liderança assumindo protagonismo raro na comparação global.
E os desafios?
Apesar da intenção, os líderes brasileiros apontam cinco grandes barreiras:
- Engajamento limitado dos colaboradores
- Dificuldade de mensurar resultados
- Orçamentos restritos
- Falta de clareza sobre o que oferecer
- Baixa aderência das iniciativas às realidades da equipe
O cenário revela consciência estratégica, mas com falhas na execução. O desafio agora é operacionalizar boas intenções em ações mensuráveis, contínuas e coerentes com a experiência real de quem trabalha.
O futuro do bem-estar corporativo: práticas sustentáveis e impacto de longo prazo
Encerrando o estudo, o relatório aponta que o futuro do bem-estar nas empresas será determinado por consistência, inteligência e relevância. Ou seja, não basta oferecer benefícios: é preciso construir cultura, ajustar o que não engaja e entender que cuidar das pessoas será cada vez mais uma vantagem competitiva duradoura.
O que vai definir o sucesso a longo prazo:
- Integração com a cultura da empresa, e não só com a área de RH.
- Medição contínua de impacto, com dados que permitam ajustes rápidos e eficazes.
- Programas personalizáveis, com base em dados reais sobre os times e suas preferências.
Leia mais: Líder e chefe: qual é a diferença?
Quer entender como transformar sua estratégia de bem-estar em vantagem competitiva real? No Cubo, reunimos empresas e startups que estão redesenhando o futuro do trabalho com base em cuidado, dados e inovação.
Antes de seguir, leve esse resumo sobre bem-estar corporativo com você:
Como é medido o ROI?
Diferentes indicadores podem ajudar a mensurar o resultado de programas e iniciativas, como o impacto e produtividade e retenção, por exemplo.
Quais são as tendências mais fortes?
Flexibilidade de jornada, personalização e uso de dados para decisões mais precisas.
Qual o papel do RH nesse processo?
Transformar estratégia em ação, usando dados e ajustando programas conforme o time.
Bem-estar é diferencial competitivo?
Sim. E cada vez mais, uma base estratégica para empresas sustentáveis.