A inovação corporativa é um componente essencial para quem quer se diferenciar no mercado. Seja na lógica incremental, com otimização de processos, até o processo de lançamento de novos produtos e spin-offs do core business, a inovação é uma parte fundamental da estratégia.
Nesse contexto, compreender a relevância e as diferenças entre inovação aberta e fechada torna-se importante. Combinar essas abordagens e perceber como a colaboração pode acelerar iniciativas contribui significativamente para a construção de uma estratégia de inovação eficiente.
Um dado importante para essa conversa vem do estudo O Futuro da Gestão da Inovação, realizado pela Inventta, com apoio do Cubo.
Ele mostra que as empresas brasileiras estão reorganizando suas estratégias: a busca por eficiência operacional se tornou prioridade, e práticas colaborativas como provas de conceito com startups, co-desenvolvimento com universidades e parcerias com institutos de pesquisa, estão em alta.
Começar a explorar os modelos de inovação passa por entender essas transformações e seus desdobramentos práticos. É isso que vamos fazer a seguir.
Resumo
Inovação aberta é quando empresas colaboram com agentes externos para cocriar soluções, compartilhar riscos e acelerar a inovação.
Inovação fechada é o modelo tradicional, em que todo o processo ocorre internamente, com foco em controle, confidencialidade e padronização.
As organizações mais maduras estão combinando os dois modelos em estratégias híbridas, adaptando a abordagem ao seu momento, setor e objetivos.
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A inovação aberta propõe que organizações colaborem com agentes externos, como startups, universidades, institutos de pesquisa e clientes, para acelerar o desenvolvimento de soluções o desenvolvimento de soluções, compartilhar riscos e gerar valor conjunto.
Leia mais: Benefícios da inovação aberta: conheça as principais vantagens
O conceito foi proposto por Henry Chesbrough, em 2003, e desde então se consolidou como uma das abordagens mais eficazes para empresas que querem inovar com mais agilidade e menos desperdício de recursos. Em vez de centralizar todo o processo de inovação em estruturas internas, o modelo aberto conecta a organização ao ecossistema, e isso muda tudo.
Segundo o estudo realizado pela Inventta, as seguintes práticas estão entre as que mais crescem nas estratégias das grandes empresas:
Não à toa: inovar em rede permite testar mais rápido, errar mais barato e aprender de forma contínua.
Além disso, a inovação aberta tem se mostrado um caminho eficiente para impulsionar duas agendas centrais nas lideranças corporativas: ESG e transformação digital. Ao trazer diferentes vozes para a mesa, inclusive de quem sente os problemas na ponta, a empresa aumenta as chances de criar soluções mais sustentáveis, inclusivas e escaláveis.
A lição aqui é clara: abrir as portas não enfraquece a inovação, fortalece.
Leia mais: Inovação aberta: o que é, benefícios e dicas para implementar
Inovação fechada é o modelo no qual todo o processo de criação acontece dentro de casa. As ideias, os recursos, os times, tudo parte de estruturas internas da organização, como centros de P&D, laboratórios, squads dedicados ou áreas de engenharia.
Nesse formato, a empresa mantém controle total sobre as iniciativas de inovação, desde a concepção até a entrega. É um modelo que privilegia confidencialidade, proteção intelectual e padronização dos processos.
A inovação aberta tem um papel relevante, principalmente em setores altamente regulados, com foco em tecnologia proprietária ou quando há risco estratégico envolvido.
Em muitos casos, ele ainda é o mais eficaz para garantir consistência, segurança e foco em diferenciação, principalmente quando se trata de desenvolvimento de novos materiais e produtos que demandem pesquisa.
Além disso, segundo o estudo Gestão da Inovação 2025, práticas como gestão de portfólio de inovação, melhoria contínua de processos e desenvolvimento incremental de produtos seguem sendo amplamente adotadas, especialmente por empresas com alta maturidade interna.
A principal diferença entre os modelos está na origem das ideias e na forma como a inovação acontece: aberta envolve colaboração externa, enquanto fechada é conduzida internamente.
Abaixo, um comparativo claro:
Critério | Inovação fechada | Inovação aberta |
Fonte de ideias | Interna (P&D, equipes próprias) | Externa (startups, universidades, fornecedores) |
Controle | Total | Compartilhado |
Velocidade de implementação | Menor | Maior |
Custo | Centralizado, geralmente mais alto | Geralmente menor |
Proteção intelectual | Alta | Requer acordos e políticas claras |
A escolha depende do contexto e da estratégia da organização.
A escolha entre inovação aberta ou fechada não é fixa, ela deve acompanhar o momento do negócio, seus objetivos e o grau de maturidade em inovação.
Nesse caso, grandes empresas costumam investir em centros internos de inovação para manter o controle total, mas isso não impede que adotem práticas externas quando necessário.
Na prática, as empresas mais maduras estão combinando os dois modelos. Por exemplo:
Esse movimento mostra que inovação, mais do que um modelo, é uma escolha estratégica em constante adaptação.
Não existe inovação sem risco. Mas entender os principais desafios de cada abordagem ajuda a tomar decisões mais conscientes, e construir estruturas mais resilientes.
Inovação aberta vai muito além de acelerar produtos ou testar ideias com startups. Ela tem se mostrado uma poderosa aliada na hora de tirar o ESG e a transformação digital do discurso e colocar em prática.
Cada modelo de inovação tem aplicações ideais, dependendo do tipo de desafio ou oportunidade a ser enfrentado.
Inovação fechada:
Inovação aberta:
Modelo híbrido:
O importante é que a escolha esteja alinhada ao objetivo do negócio, à cultura de inovação da empresa e à sua ambição de transformação.
Se a prática mostra que os modelos se complementam, a teoria reforça essa visão. Henry Chesbrough, professor da UC Berkeley, foi o primeiro a sistematizar o conceito de Open Innovation.
Estudos posteriores confirmaram que empresas que interagem com startups, universidades e centros de pesquisa aumentam suas chances de sucesso em projetos de inovação.
Ao mesmo tempo, a literatura acadêmica reconhece o papel da inovação fechada, especialmente quando:
Hoje, o foco dos estudos mais recentes está em como integrar as abordagens, e não em colocá-las em lados opostos.
A tendência nas universidades e centros de P&D é investigar modelos híbridos, que combinem abertura estratégica com profundidade técnica, criando sistemas mais resilientes, colaborativos e adaptáveis.
No fim das contas, não se trata de escolher entre inovação aberta ou fechada, mas de entender quando e como aplicar cada abordagem de forma inteligente.
Leia mais: Tipos de inovação: conheça quais são os principais, aplicações e impacto
Empresas que se destacam são aquelas que constroem suas próprias arquiteturas de inovação, combinando práticas internas e externas com foco no impacto real, e não apenas na aparência de modernidade.
No Cubo, a gente vê isso de perto todos os dias: grandes corporações cocriando com startups, validando soluções com agilidade e transformando desafios em oportunidades concretas de negócio.
Antes de seguir, leve esse resumo sobre inovação aberta e fechada com você:
Qual a diferença entre inovação aberta e inovação fechada?
A inovação aberta envolve a colaboração com agentes externos para desenvolver soluções em conjunto. Já a inovação fechada concentra todo o processo dentro da empresa, com recursos próprios, garantindo controle e sigilo. A principal diferença está na origem das ideias e na forma como a inovação é conduzida.
Inovação aberta é melhor que fechada?
Depende do contexto. A inovação aberta é ideal para testar ideias rapidamente, reduzir custos e acelerar a transformação digital. A fechada funciona melhor em projetos que exigem confidencialidade, regulação ou domínio total do processo. O modelo mais eficaz é aquele que se adapta ao momento e à estratégia da empresa.
Quais os riscos da inovação aberta?
Os principais riscos da inovação aberta envolvem gestão de propriedade intelectual, alinhamento com parceiros e perda de foco estratégico. Também é necessário garantir uma governança clara para evitar conflitos e proteger os ativos criados em conjunto.