Inovação aberta: o que é, benefícios e exemplos de quem aposta em colaboração no Brasil
O modelo de inovação aberta consiste em ir além das fronteiras da organização e acelerar as iniciativas por meio da parceria com agentes externos. Confira a seguir como criar uma cultura que estimule a inovação aberta e como implementar do jeito certo.
Resumo
Colaboração como motor. A inovação aberta conecta parceiros em um ecossistema de troca contínua de conhecimento e tecnologia.
Conceito de inovação aberta em ação. Em vez de inovar isoladamente, as organizações compartilham desafios e soluções para acelerar resultados e reduzir riscos.
O modelo potencializa resultados. A inovação aberta impulsiona a competitividade e reforça o papel do conhecimento como ativo estratégico para o futuro.
Navegue pelo conteúdo
- O que é inovação aberta?
- Como funciona a inovação aberta?
- Qual a importância da inovação aberta?
- Quais são os benefícios da inovação aberta?
- Tipos de inovação aberta
- Diferença entre inovação aberta e fechada
- Exemplos de inovação aberta
- O que caracteriza a inovação aberta em empresas?
- Como criar uma cultura que estimule a inovação aberta?
- Como implementar a inovação aberta?
- Desafios da inovação aberta
- Qual o futuro da inovação aberta?
O que é inovação aberta?
Inovação aberta é um modelo que utiliza recursos internos e externos para acelerar o desenvolvimento de novos produtos e soluções, o que rompe com a ideia de que inovação só acontece dentro da empresa.
Origem do conceito de inovação aberta
O conceito de inovação aberta foi criado por Henry Chesbrough, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, em seu livro Open Innovation, de 2003.
Ele afirmou que “em um mundo de incertezas, as empresas devem abrir seus portões e procurar inovação onde quer que ela esteja, dentro ou fora da organização”. Ou seja, para inovar, é preciso que o conhecimento se desloque de sua origem para onde ele é necessário:
“É comum que isso se reflita na movimentação de pessoas que detêm esse conhecimento, para que, juntas, criem algo novo. Em outras situações, pode ser preciso montar novas estruturas e fluxos de trabalho para incentivar e organizar essa migração do conhecimento.”
Quais são as características da inovação aberta?
As características da inovação aberta principais são colaboração externa, compartilhamento de propriedade intelectual, flexibilidade e adaptação rápida às mudanças do mercado.
Como funciona a inovação aberta?
A inovação aberta rompe com o modelo de inovação fechada, onde pesquisa e desenvolvimento são feitos internamente e em sigilo.
- Abertura a fluxos de conhecimento
As empresas se abrem para o conhecimento e talento que existem fora de seus limites tradicionais, em parceira com ecossistemas de inovação, startups, universidades ou fornecedores.
- Colaboração com agentes externos
O modelo de inovação aberta é essencialmente colaborativo e envolve a troca mútua de informações, ideias, recursos e tecnologias com uma rede de parceiros.
- Parcerias estratégicas
Tudo é impulsionado por meio de alianças e parcerias para resolver desafios específicos ou co-criar soluções.
- Integração de recursos
Com foco na combinação das capacidades e competências internas da empresa (P&D, capital, infraestrutura) com o conhecimento e a tecnologia de fora.
- Fluxo bidirecional de conhecimento
Colaboração mútua que permite que o conhecimento e as ideias circulem livremente tanto para dentro quanto para fora de uma empresa.
Qual a importância da inovação aberta?
Inovação aberta é importante porque é uma resposta estratégica à complexidade e velocidade do mercado moderno. Nenhuma empresa, por maior que seja, consegue deter sozinha todo o conhecimento, talento ou velocidade necessários para se manter à frente da concorrência.
Leia mais: Importância da inovação nas corporações: por que colocá-la em prática?
Quais são os benefícios da inovação aberta?
A inovação aberta oferece vantagens como desenvolvimento ágil, redução de custos, acesso a novas tecnologias e maior competitividade, o que aprimora a entrega de valor para os clientes.
Vamos explorar os benefícios da inovação aberta a seguir:
1. Aceleração do desenvolvimento de novos produtos e serviços
Uma empresa que integra ideias externas ao seu processo criativo pode acelerar o tempo de lançamento de novos produtos e serviços.
A troca de experiências e insights com parceiros, startups e até mesmo clientes, cria uma fusão de ideias que gera soluções mais rápidas e mais completas. Inovar de forma colaborativa pode ser o empurrão que sua empresa precisava para lançar algo incrível em tempo recorde.
2. Redução de custos
Os custos de realizar todas as etapas de desenvolvimento por conta própria são mais altos quando comparados com a implementação de soluções de parceiros externos pelo modelo de inovação aberta.
Ao colaborar com startups e outras organizações, é possível compartilhar os custos e, muitas vezes, aproveitar o que já foi testado e está pronto para ser aplicado, impactando também o preço final dos produtos ou serviços.
3. Acesso a novas tecnologias e conhecimentos
O conhecimento e as tecnologias desenvolvidas por players externos também são um ponto importante no processo de inovação. Universidades e startups, por exemplo, são uma fonte importante de soluções disruptivas.
Empresas que participam do ciclo da inovação aberta têm acesso a tecnologias de ponta, ideias inovadoras e, claro, parcerias estratégicas com quem está na vanguarda da pesquisa.
4. Melhoria da competitividade e inovação contínua
Estar à frente é essencial em mercados competitivos. Com a inovação aberta, sua empresa consegue se ajustar rapidamente às mudanças por meio de testes e parcerias.
Ao invés de competir isoladamente, você faz parte de um ecossistema colaborativo que promove inovação constante, o que leva a maior flexibilidade para geração de eficiência e diferencial competitivo.
5. Aprimoramento da entrega de valor para os clientes
Abrir as portas para uma diversidade de ideias e conhecimentos também é uma forma de melhorar a qualidade do que é oferecido.
A estratégia de inovação aberta permite que você refine seus produtos e serviços com base no feedback de parceiros, especialistas e até do seu próprio público. O resultado? Soluções mais completas, ajustadas às reais necessidades do mercado e com uma qualidade superior.
Tipos de inovação aberta
Os principais tipos de inovação são o inbound (entrada), outbound (saída) e coupled (acoplada). Todos são definidos pela direção do fluxo de conhecimento entre a empresa e o seu ecossistema:
Inovação de entrada
A inovação de entrada (inbound innovation) capta ideias, tecnologias e conhecimentos de fontes externas e traz para dentro da empresa para serem incorporados ou desenvolvidos.
Inovação de saída
Indo na direção oposta, a inovação de saída (outbound innovation) compartilha, licencia ou comercializa inovações, tecnologias e propriedade intelectual (PI) que foram desenvolvidas internamente, mas que não serão totalmente aproveitadas pelo core business.
Inovação acoplada
A inovação acoplada (coupled innovation) é a combinação das anteriores, em uma parceria mútua e estratégica, onde a empresa absorve conhecimento externo e, ao mesmo tempo, compartilha ativos internos.
Mas os tipos de inovação aberta não param por aí. Sua principal característica é abrir caminhos, e não restringir, então existe um universo de possibilidades para que a open innovation aconteça:
- Inovação baseada em colaboração com stakeholders
- Inovação a partir de parcerias estratégicas
- Inovação por meio de plataformas abertas
A partir de cada um dos tipos de inovação aberta é possível explorar possibilidades diversas e criar soluções que façam a diferença para as empresas, os atores envolvidos e toda a sociedade.
Diferença entre inovação aberta e fechada
A principal diferença entre inovação aberta e fechada reside na origem das ideias, na gestão do conhecimento e na filosofia de P&D. Não existe certo ou errado, já que a escolha depende dos objetivos de cada organização.
Inclusive, o próprio Henry Chesbrough coloca esses modelos de frente um para o outro em The Era of Open Innovation, publicado na MIT Sloan Management Review:
Princípios da inovação fechada |
Premissas da inovação aberta |
Para lucrar com P&D, precisamos descobrir, desenvolver e lançar inovações. |
A P&D externa pode criar um valor significativo; a P&D interna é necessária para capturarmos parte desse valor. |
Se descobrirmos algo por conta própria, seremos os primeiros a levá-lo ao mercado. |
Não precisamos ser os responsáveis pela pesquisa para lucrar com ela. |
Se formos os primeiros a comercializar uma inovação, venceremos. |
Construir um modelo de negócios melhor é mais vantajoso do que simplesmente chegar primeiro ao mercado. |
Se criarmos a maior quantidade e as melhores ideias do setor, venceremos. |
Venceremos ao fazer o melhor uso das ideias internas e externas. |
Devemos proteger nossa propriedade intelectual (PI) para que nossos concorrentes não lucrem com nossas ideias. |
Também devemos lucrar com o uso da nossa PI por terceiros e adquirir a PI de outros sempre que isso fortalecer nosso modelo de negócios. |
Leia mais: Qual a diferença entre inovação aberta e fechada?
Transição da inovação fechada para a inovação aberta
Por muito tempo, inovação era sinônimo de sigilo. Grandes empresas apostavam exclusivamente em seus próprios laboratórios para desenvolver novas soluções, acreditando que essa era a única forma de manter vantagem competitiva.
Hoje, já sabemos que esse modelo está sendo substituído por um novo paradigma, que prioriza também agilidade e a colaboração.
Empresas que antes mantinham a tecnologia e inovação dentro de casa agora colaboram ativamente com startups, universidades e centros de pesquisa, expandindo seu acesso a novas ideias e tecnologias.
A Procter & Gamble, por exemplo, abandonou sua abordagem tradicional e implementou o programa Connect + Develop, permitindo que mais de 50% de suas inovações viessem de fontes externas. Na prática, essa estratégia de inovação aberta reduziu custos e acelerou o desenvolvimento de produtos.
Outro caso é o da Ford, que usa hackathons e parcerias com startups para criar soluções inovadoras para seus veículos elétricos e autônomos. A colaboração com agentes externos permitiu que a empresa desenvolvesse tecnologias disruptivas com mais rapidez e eficiência.
Isso não acontece do dia para noite, é claro, mas são exemplos que mostram que o modelo de inovação aberta é algo viável e vantajoso. O segredo está em abrir espaço para a colaboração, buscar parcerias estratégicas e adotar ferramentas que facilitem essa troca.
Mas como essa mudança acontece na prática?
Adaptação da cultura interna → Departamentos de P&D deixam de ser ilhas isoladas e passam a atuar de forma conectada com o ecossistema de inovação.
Novos formatos de parceria → Em vez de aquisições custosas, empresas estabelecem programas de inovação aberta para cocriação, como hackathons, incubadoras e plataformas de crowdsourcing.
Gestão da propriedade intelectual → O desafio passa a ser compartilhar sem perder competitividade, garantindo que a inovação circule sem comprometer ativos estratégicos.
Exemplos de inovação aberta
Não precisamos ir muito longe para encontrar exemplos de inovação aberta. Aqui, no Cubo Itaú, criamos oportunidades para conectar grandes organizações a startups e fomentar o empreendedorismo. O resultado? Matches entre empresas que ajudam a acelerar processos, gerar eficiência e novos negócios!
Temos ótimos cases de sucesso para ilustrar como isso vem acontecendo nas corporações que fazem parte do nosso hub de inovação:
Suzano: modelo de inovação aberta e sustentável no setor florestal
A Suzano, uma das maiores produtoras de papel da América Latina, não tem medo de dar um passo à frente quando o assunto é inovação.
Com iniciativas como a Suzano Ventures e o SuzanoLAB, a companhia tem se aproximado de startups, universidades e organizações para explorar soluções inovadoras e sustentáveis que atendam tanto às necessidades do mercado quanto aos desafios ambientais.
A Suzano Ventures investe em empreendedores e empreendedoras com visão de negócios e soluções deep techs aplicáveis ao setor florestal para melhorar a produtividade e sustentabilidade.
Já o Suzano LAB é um espaço de inovação onde a companhia conecta suas equipes internas com empreendedores, visando soluções disruptivas nas áreas de biotecnologia e novos produtos baseados em celulose. O impacto? Produtos e processos mais eficientes e um compromisso contínuo com a sustentabilidade.
CNH Industrial: liderança em inovação aberta para agricultura de precisão
Por três anos consecutivos, a CNH foi reconhecida como a empresa mais inovadora do setor automotivo e de veículos de grande porte do país pelo Prêmio Valor Inovação.
Gigante no segmento de equipamentos agrícolas e de construção, a empresa coloca a inovação aberta no centro das prioridades estratégicas, visando transformar a maneira como as empresas do setor se conectam com novas tecnologias.
A companhia promove parcerias com startups e organiza eventos de inovação, como hackathons, onde as soluções criadas em tempo recorde podem ser aplicadas em seus produtos e serviços.
Com uma história de quase dois séculos, a CNH Industrial mostra que responde rapidamente às mudanças do mercado e às necessidades de seus clientes, oferecendo uma aplicação real e efetiva da agricultura de precisão e conectividade no campo.
Leia mais: Inovação no agronegócio: conheça as tendências para o setor
RD Saúde: estratégia de inovação aberta no setor farmacêutico
A RD Saúde também tem apostado na inovação aberta para impulsionar sua estratégia e o crescimento no negócio. Um dos M&A’s que a companhia já realizou, por exemplo, foi na CUCO Health, startup que fez parte da comunidade de healthtechs do Cubo Itaú.
Por meio da RD Saúde Ventures, a empresa ainda se conecta com startups e empreendedores para solução de desafios e geração de novos negócios por meio de POCs.
Tudo isso permite a realização de testes rápidos e de baixo custo, validando se as soluções identificadas no mercado se alinham à realidade e às necessidades da empresa.
Assim, a empresa busca gerar novas soluções para otimizar o atendimento ao cliente, melhorar a experiência do paciente e explorar novas tecnologias no setor farmacêutico. Com o apoio de ferramentas de inovação aberta, a companhia tem acelerado sua transformação digital e mantido sua posição de liderança no mercado.
Leia mais: Saúde digital: oportunidades para healthtechs revolucionarem o setor
O que caracteriza a inovação aberta em empresas?
A inovação aberta nas empresas se caracteriza por uma mudança profunda na forma como elas lidam com conhecimento, desenvolvimento e colaboração. Em vez de depender apenas de equipes internas, organizações que adotam esse modelo passam a buscar soluções em parceria.
Como criar uma cultura que estimule a inovação aberta?
A chave para o sucesso está em criar uma abordagem estruturada, que envolva desde o diagnóstico das necessidades da empresa até a construção de uma cultura organizacional inovadora.
Pensando nas grandes empresas, o conselho é justamente estruturar programas de inovação com base em dois pilares interligados: cultura e projetos.
Iniciativas como comunidades de inovação, programas de intraempreendedorismo e comitês com a alta direção para aprovação de projetos ajudam a estimular o questionamento do status quo e a abertura para novas ideias.
Já no pilar de projetos, é essencial identificar iniciativas estratégicas em que a inovação e a tecnologia possam gerar ganhos expressivos no curto prazo.
Dessa forma, os pilares se complementam: projetos bem-sucedidos impulsionam a cultura de inovação, que, por sua vez, revela novas oportunidades, fortalecendo a pauta inovadora como um todo.
Vamos explorar um passo a passo detalhado para te ajudar a implementar a inovação aberta em empresas de forma eficaz.
1. Diagnóstico: quando e por que adotar inovação aberta?
Antes de mais nada, é essencial entender quando a inovação aberta é a melhor escolha para sua empresa. A resposta está em identificar se o modelo tradicional está atingindo seus limites. Aqui estão alguns pontos de diagnóstico:
- Necessidades do negócio
A partir da estratégia da companhia, um planejamento estratégico de inovação deve identificar as alavancas de negócio que as iniciativas podem impactar. Aqui, é importante entender que diferentes horizontes de inovação podem ser explorados simultaneamente, pensando em inovações que vão do incremental até a disrupção do negócio.
- Soluções que já estão disponíveis
Por que sua empresa desenvolveria do zero uma inovação que já está pronta no mercado? Esse deve ser um olhar prioritário também na estratégia de inovação. Entender quais são as tecnologias e otimizações que a companhia precisa implementar e já estão disponíveis é um ponto fundamental para direcionar esforços de maneira eficiente.
- Benchmarks estratégicos
Para acompanhar os movimentos do mercado, também é importante olhar como players do mesmo setor e até de outros segmentos estão trabalhando melhorias no portfólio de produtos e trabalhando com a tecnologia de forma estratégica.
A inovação aberta é indicada quando você deseja expandir seus horizontes e explorar novas perspectivas, sem depender exclusivamente das capacidades internas.
Leia mais: Iniciativas de inovação: como implementar o open innovation
2. Estruturas e processos para facilitar a colaboração externa
Para fazer da inovação aberta uma realidade, é fundamental criar estruturas e processos que incentivem a colaboração externa. Esses mecanismos garantem que as ideias fluam entre a empresa e os parceiros externos de forma eficiente.
- Designar uma equipe interna de inovação
Formar um time específico para gerir as parcerias externas e coordenar as iniciativas de inovação aberta.
- Definir áreas de colaboração
Identificar quais departamentos ou áreas podem se beneficiar mais da colaboração externa (como P&D, marketing, e desenvolvimento de produtos).
Se relacionar com startups traz diversos benefícios estratégicos para as empresas. Essa conexão permite o acesso a soluções inovadoras que aceleram o desenvolvimento de novos produtos e serviços, além de estimular uma cultura interna de inovação, incentivando a experimentação e a quebra de paradigmas.
3. Ferramentas para inovação aberta
A inovação aberta não acontece apenas com boas intenções. Ela precisa de ferramentas práticas que incentivem a colaboração e acelerem os processos de cocriação. Veja algumas delas:
- Hackathons
São eventos imersivos que permitem que equipes internas e externas se reúnam para resolver desafios específicos. Os hackathons permitem gerar ideias criativas em tempo limitado, muitas vezes gerando soluções inovadoras.
- Acesso a um portfólio de soluções potenciais
Aqui, o objetivo é conectar empresas a um ecossistema diverso de tecnologia. Hubs de inovação, como o Cubo Itaú, consultorias especializadas, incubadoras, aceleradoras e universidades são alguns dos principais caminhos para se aproximar de startups e acessar novas soluções.
4. Cultura organizacional e mindset inovador
Por fim, um dos maiores desafios da inovação aberta é desenvolver uma cultura organizacional que esteja alinhada com esse modelo. É preciso cultivar um mindset inovador em todos os níveis da organização para que a colaboração externa seja bem-sucedida.
- Estímulo à experimentação e ao risco controlado
A inovação exige um ambiente onde os erros não sejam vistos como falhas, mas como oportunidades de aprendizado. Incentivar as equipes a se arriscar e tentar novas abordagens é essencial.
- Treinamento e desenvolvimento contínuo
Outro passo fundamental é investir no desenvolvimento dos colaboradores para que eles entendam as vantagens da inovação aberta e se sintam confortáveis para colaborar com parceiros externos.
- Liderança inspiradora
A alta liderança precisa ser um exemplo de compromisso com a inovação e a colaboração. Líderes como Satya Nadella, CEO da Microsoft, demonstraram como a mudança de mentalidade pode impactar a inovação da empresa, adotando um modelo de colaboração tanto interna quanto externa.
Leia mais: Mindset de inovação: conheça 6 passos para aplicar em empresas
Como implementar a inovação aberta?
Para implementar a inovação aberta em uma empresa ou organização, o primeiro passo é cultivar uma mentalidade de colaboração que se espalhe por todas as áreas, fomentando a cultura de inovação.
O objetivo é construir um ambiente que favoreça a geração de ideias, a participação ativa dos times nos processos de inovação e a experimentação, visando manter um olhar de melhoria contínua.
Aqui vai um passo a passo prático para transformar a open innovation em uma realidade na sua organização:
1. Crie uma cultura de inovação
Crie uma cultura em que a cooperação e participação das diversas áreas da companhia sejam protagonistas. É preciso difundir o olhar de busca por novas soluções para os desafios e que todos podem contribuir com a construção ou melhoria de processos, produtos e serviços.
2. Identifique os objetivos e desafios que serão priorizados
A inovação não pode nem deve estar dissociada da estratégia da companhia, ela precisa ser parte dela. Estabelecer objetivos claros de qual será seu papel no curto e no longo prazo, além de identificar e priorizar os principais desafios da organização é fundamental.
3. Encontre e engaje parceiros estratégicos.
Busque empresas, startups, universidades que possam somar com a resolução de desafios e o crescimento do negócio. Sistematize o funil de inovação, de acordo com as prioridades e objetivos estabelecidos, e tenha um pipeline de projetos e testes.
4. Defina e implemente processos internos claros
Este passo da inovação aberta é essencial para o gerenciamento de tarefas e comunicação constante e fluida entre as equipes e parceiros externos. A comunicação transparente é essencial para o sucesso dessa abordagem.
5. Monitore os resultados
De acordo com os objetivos definidos, é preciso ter indicadores e KPIs do que se espera atingir e gerar com as iniciativas. Aqui, vale destacar que diferentes métricas podem ser acompanhadas, desde a quantidade de projetos até o tempo de Lançamento no Mercado (TTM) e o impacto no cliente por meio do CSAT.
Leia mais: ROI de inovação: como avaliar o sucesso das iniciativas com métricas
6. Faça ajustes conforme necessário
A partir da identificação do que não estiver performando conforme o almejado no monitoramento de resultados, adapte processos, ferramentas e objetivos. A inovação é dinâmica e trabalha com hipóteses, por isso, é importante estar pronto para alterar a rota quando surgir uma oportunidade ou necessidade.
Desafios da inovação aberta
Os principais desafios da inovação aberta incluem a resistência cultural, a gestão da propriedade intelectual e a busca pelos parceiros certos.
Esses obstáculos não surgem apenas como dificuldades operacionais, mas também como dores que impactam diretamente a eficiência e o sucesso do modelo. Vamos explorar os principais desafios da inovação aberta e como eles podem afetar sua empresa.
Resistência cultural e falta de alinhamento interno
A resistência cultural é um dos principais obstáculos à implementação da inovação aberta. Isso se deve principalmente à dificuldade de mudar o mindset de equipes acostumadas com o modelo tradicional de trabalho.
Quando se fala em inovação aberta, há uma dificuldade natural de integrar novas ideias e formas de trabalhar, principalmente em empresas mais tradicionais. Mudar a mentalidade de toda uma equipe, que está habituada a trabalhar de maneira isolada, é uma tarefa desafiadora.
Aquela famosa frase “sempre fiz assim e deu certo até agora” exemplifica bem a resistência interna. O problema é que isso gera atrasos nos projetos, baixa adesão às iniciativas de inovação e, em alguns casos, até o fracasso de ações que poderiam resultar em grande valor.
Gestão de propriedade intelectual
Essa é uma das principais dores quando se trata de inovação aberta. Quando empresas colaboram com startups, universidades ou outros parceiros externos, há o risco de propriedade intelectual se tornar um ponto de conflito.
Como proteger ideias inovadoras e garantir que os direitos sobre inovações sejam bem definidos? É preciso ter uma governança clara e estabelecer combinados formais com os parceiros sobre esses pontos.
Dificuldade em encontrar os parceiros certos
A colaboração é essencial para o sucesso da inovação aberta, mas encontrar empresas, startups ou instituições que possam contribuir de forma assertiva com os desafios da companhia nem sempre é fácil.
Muitas vezes, as empresas não sabem onde procurar os parceiros certos ou não possuem os contatos necessários para estabelecer essas relações. Além disso, pode haver uma falha em entender quais competências externas são necessárias para acelerar os processos de inovação.
Sem os parceiros certos, a empresa pode se deparar com iniciativas fragmentadas e com baixa eficácia, ou até mesmo fracassar ao tentar encontrar soluções inovadoras. Isso pode resultar em um desperdício de tempo e recursos.
Leia mais: Quais são os principais inimigos da inovação?
Qual o futuro da inovação aberta?
O que podemos esperar da inovação aberta mais de 20 anos depois do seu surgimento, em um momento em que a inteligência artificial domina as conversas no mundo corporativo?
Quem responde isso é o próprio criador do termo, Henry Chesbrough. Em entrevista para Época Negócios, o autor compartilhou que:
“A inovação aberta trata de encontrar, conectar, absorver e entregar novos conhecimentos, de fora para dentro da própria organização, e igualmente de dentro da organização para o mundo exterior. A IA ajudará todos a identificar conhecimentos mais úteis, e também pode ajudar as pessoas com conhecimentos úteis a se conectar com outros que precisem desse conhecimento”.
Tanto o presente quanto o futuro apontam para uma integração ainda mais profunda e estratégica entre grandes corporações e startups.
Para as startups, a inovação aberta é uma oportunidade sem precedentes. Ao colaborar com grandes empresas e centros de pesquisa, elas podem acelerar seu crescimento e escalar suas soluções com mais eficiência.
Além de gerar receita por meio da contratação, startups que participam de programas de inovação aberta podem utilizar a infraestrutura, rede de contatos e conhecimento de empresas estabelecidas.
Dessa forma, a validação de mercado é mais rápida. Trabalhar com grandes empresas permite que startups testem seus produtos em ambientes reais, reduzindo o tempo necessário para alcançar o mercado.
Para que essa transformação aconteça de verdade, é preciso ir além da teoria: é necessário ter acesso às conexões certas, às ferramentas adequadas e a um ambiente que favoreça a colaboração.
É exatamente aí que o Cubo Itaú entra. No hub, conectamos grandes corporações a startups, promovendo encontros estratégicos, curadoria de soluções e a construção de parcerias que geram impacto real. Acreditamos que a inovação acontece quando diferentes atores do ecossistema trabalham juntos, e estamos aqui para facilitar essa jornada.
Se sua empresa busca acelerar a inovação, testar novas tecnologias e explorar oportunidades estratégicas de colaboração, o Cubo for Corporates é o lugar certo para fazer isso acontecer.
Antes de ir embora, fique com as respostas para as perguntas mais frequentes sobre inovação aberta.
O que é inovação aberta?
Inovação aberta é um modelo em que empresas colaboram com agentes externos para desenvolver novas soluções e gerar mais valor para o negócio.
O que caracteriza a inovação aberta em empresas?
As empresas que adotam inovação aberta destacam-se pela colaboração contínua com parceiros, pela troca de conhecimento e pela experimentação constante.
Como criar uma cultura que estimule a inovação aberta?
É essencial adotar uma mentalidade colaborativa em todos os níveis da empresa. Isso inclui incentivar a cocriação, valorizar ideias externas e promover programas internos de inovação.