Quais as principais metodologias de gestão de projetos?

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Um dos desafios enfrentados pelos gestores é definir processos, independentemente do tipo de organização. Um meio de facilitar esse desenvolvimento é implementar metodologias de gestão de projetos.

Uma metodologia de gestão de projetos é, de modo geral, um conjunto de procedimentos e técnicas usado para otimizar fluxos de trabalho, organizar processos e aplicar recursos da melhor forma possível. E, dessa forma, contribuir com as funções desempenhadas por cada um dos membros de uma equipe.

Além disso, ao selecionar um método ou a combinação deles para executar projetos, pode-se obter como vantagem uma maior competitividade em relação aos concorrentes. 

A seguir, conheça 12 metodologias de gestão de projetos, o que são e quais são suas vantagens e desvantagens ao utilizar em uma organização.

Resumo
Organização e eficiência: metodologias de gestão de projetos estruturam processos, distribuem responsabilidades e aumentam a previsibilidade.
Diversidade de modelos: de métodos ágeis (Scrum, Kanban, Scrumban, Lean, XP) a tradicionais (Waterfall, PRINCE2, PMBOK, CPM, CCPM, Six Sigma), cada um atende a contextos diferentes.
Escolha estratégica: não existe método único. A decisão depende da complexidade do projeto, maturidade da equipe, setor e recursos disponíveis.

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O que são metodologias de gestão de projetos?

As metodologias de gestão de projetos são estruturas organizadas de práticas, princípios e ferramentas que orientam como um time deve planejar, executar e entregar iniciativas de forma eficiente. 

Elas funcionam como um mapa que ajuda a organizar atividades, distribuir responsabilidades, monitorar prazos e controlar recursos. Sem uma metodologia clara, projetos tendem a perder alinhamento, atrasar entregas ou estourar o orçamento. 

Na prática, aplicar metodologias significa criar padrões de trabalho replicáveis, que aumentem a previsibilidade e permitem que as empresas ganhem mais competitividade em mercados dinâmicos. 

Características das metodologias de gestão de projetos

Embora existam muitas metodologias de gestão de projetos, elas compartilham algumas características fundamentais que as diferenciam:

  • Estrutura e organização: algumas metodologias são mais rígidas e documentadas (tradicionais), enquanto outras privilegiam adaptação e flexibilidade (ágeis).
  • Gestão de tempo e recursos: cada modelo define como prazos, orçamentos e pessoas são alocados.
  • Colaboração e comunicação: métodos ágeis, por exemplo, estimulam interação constante entre equipe e stakeholders.
  • Foco em entregas: há modelos que priorizam entregas rápidas e interativas, enquanto outros trabalham em fases lineares até a conclusão final.

Compreender essas diferenças é essencial para escolher qual abordagem se encaixa melhor no perfil da organização. 

Qual a diferença entre metodologias de gestão de projetos ágeis e tradicionais?

Na gestão de projetos, as metodologias de gestão de projetos costumam se dividir em dois grandes grupos: metodologias ágeis e metodologias tradicionais. Entender suas diferenças é essencial para escolher a abordagem certa de acordo com o desafio da empresa.

Metodologias de projetos tradicionais

  • Baseiam-se em etapas sequenciais, em que cada fase deve ser concluída antes da próxima.
  • Garantem maior controle e documentação, sendo ideais para setores que exigem previsibilidade, como engenharia, saúde ou infraestrutura.
  • Exemplos: Waterfall, PMBOK e PRINCE2.
  • Vantagem: entregam clareza no planejamento e reduzem riscos de desvio.
  • Limitação: pouca flexibilidade diante de mudanças durante o processo.

Metodologias de projetos ágeis

  • Operam em ciclos curtos (sprints), permitindo ajustes constantes e entregas frequentes.
  • Priorizam colaboração entre equipes multidisciplinares e feedback contínuo de clientes e stakeholders.
  • São indicadas para ambientes de inovação, tecnologia e mercados dinâmicos.
  • Exemplos: Scrum, Kanban e Scrumban.
  • Vantagem: rapidez na adaptação e foco em gerar valor desde as primeiras etapas.
  • Limitação: podem gerar desafios de governança em projetos muito grandes ou regulados.

Leia mais: Metodologia ágil: uma abordagem para gerar valor ao cliente

Cada vez mais organizações estão combinando metodologias de projetos ágeis e tradicionais, surgindo assim uma nova prática, as metodologias híbridas. 

Essa fusão de metodologias equilibra a previsibilidade das metodologias tradicionais com a flexibilidade das abordagens ágeis, criando uma forma de gestão adaptada à realidade de cada negócio. 

No fim, a escolha depende do nível de complexidade, do setor e da cultura organizacional. Projetos que demandam conformidade e segurança tendem a adotar metodologias tradicionais, enquanto projetos que exigem inovação e velocidade se beneficiam de metodologias de projetos ágeis. 

12 metodologias de gestão de projetos e suas vantagens e desvantagens

A ordem apresentada a seguir não diz respeito à qualidade de uma entre as várias metodologias de gestão de projetos, mas sim à sua popularidade. Conheça cada uma delas: 

Imagem de vários ciclos de horários

1. Agile ou metodologia ágil

Esta, talvez, seja considerada a mais popular entre as metodologias de gestão de projetos aplicadas por gestores nos últimos tempos.  

Para se ter ideia sobre a popularidade desse método, a pesquisa State of Agile identificou que apenas em 2021 o uso de metodologias ágeis foi ampliado em 86% pelas organizações participantes do levantamento.  

O Agile é uma iniciativa que tem por características

  • Buscar adaptabilidade e melhoria contínua;
  • Proporcionar maior colaboração;
  • Pautar as ações em dados;
  • Agir rapidamente. 

Apesar de muitas pessoas nomearem o Agile como metodologia, o fato é que sua utilidade é, na prática, potencializada com outras metodologias conhecidas. São os casos do Scrum e do Kanban, que também serão apresentados ao longo deste texto.

Ao executar o Agile na realidade de um negócio, é comum que um projeto seja dividido em entregáveis menores, que podem ser distribuídos entre diferentes equipes e desenvolvidos paralelamente. Essas partes também podem ser chamadas de incrementos que integram uma meta maior

Assim, cada pessoa ou grupo de membros de uma equipe trabalham em porções de um projeto e devem entregá-las dentro de um período estipulado, conhecido por sprint. O usual é que um sprint tenha até quatro semanas de duração. 

Durante esse período, hipóteses são levantadas e testes são realizados. Dessa forma, é possível ajustar a rota a qualquer momento, adaptando às necessidades que a solução desenvolvida pretende resolver. Daí a característica de agilidade proporcionada por tal filosofia aplicada em um ambiente corporativo. 

Entre as vantagens de adotar a metodologia Ágil estão: 

  • Mais rapidez nas entregas;
  • Gestão de entregáveis com base em priorização e gerenciamento de riscos;
  • Possibilidade de incluir os clientes e stakeholders no processo, considerando seus feedbacks sobre produtos e serviços. 

Já as desvantagens da metodologia Ágil podem ser: 

  • Gerir as interdependências entre áreas pode ser complexo;
  • Por requisitar maior colaboração entre as equipes, o fator comunicação e as ferramentas empregadas para tanto devem funcionar. Sobretudo para quem atua remotamente.

Um quadro com post-its colados com reuniões marcadas

2. Scrum

Outra das metodologias de gestão de projetos conhecidas e usadas em corporações e startups é o Scrum. O método também é baseado em sprints, ou seja, períodos predeterminados para que cada fração de um projeto seja concluída e faça parte de um objetivo central. 

Geralmente, no Scrum, um sprint tende a ter no máximo duas semanas de duração. Os grupos responsáveis por cada entregável podem ser compostos de uma ou mais pessoas, porém, não pode ser extenso, para evitar a dispersão. 

Um dos grandes diferenciais desse método é a presença de um líder, chamado de mestre do Scrum. É quem fica encarregado de liderar e gerir a equipe, realizando reuniões diárias para checar o andamento das ações. 

Também é comum a ocorrência de uma reunião a cada fim de sprint, para fazer uma retrospectiva do que foi feito e do que é preciso dar sequência.  

Este é um dos métodos mais empregados em conjunto com o Agile, justamente por ser um framework desse tipo de método. Aqui, os fatores colaboração e pessoas são importantes para a obtenção do sucesso das entregas. 

Assim, entre as vantagens de adotar o Scrum estão:

  • As entregas costumam ser rápidas;
  • Os times tendem a ser autogerenciáveis;
  • As pessoas geralmente estão mais motivadas a colaborar, devido à importância dada ao fator humano ao longo da jornada do projeto. 

E no que diz respeito às desvantagens do Scrum, elas podem ser:  

  • É possível que haja sobrecarga de trabalho não só em equipes como em membros específicos, caso alguém falhe em suas entregas;
  • Se alguém se desmotivar, isso pode afetar toda a equipe, impactando, entre outros fatores, o cumprimento do prazo de entrega;
  • Ainda em relação ao último fator, como a agilidade é um componente essencial, nem sempre os times podem estar alinhados e parte dos entregáveis pode acontecer fora do prazo.

Um quadro Kaban

3. Kanban

O terceiro tipo de metodologia de gestão de projetos é o Kanban. É uma proposta que trabalha bastante com o recurso visual, por meio de quadros com cartões. O que vem ao encontro do significado da própria palavra, já que "kanban" em japonês é, literalmente, quadro. 

Assim, o progresso de um projeto pode ser entendido de uma forma mais fácil. Isso porque, para colocar esse método em prática, é preciso criar um quadro com algumas colunas, que costumam ser: 

  • To do: a coluna do que precisa ser feito, listando todas as tarefas e os responsáveis por cada uma delas.
  • Doing: é o que está em desenvolvimento e qual é a sua relação com outras atividades em curso.
  • Done: consistem nas atividades que já foram concluídas para que seja alcançado o objetivo principal da equipe. 

Os cartões podem ser feitos com o auxílio de notas autoadesivas, os famosos post-its. Dessa forma, ao posicionar o quadro em um local em que todos os membros de um time tenham acesso, cada pessoa pode movimentar o seu cartão para a coluna respectiva. 

Atualmente, porém, com a adoção crescente do trabalho remoto, é comum as corporações adotarem ferramentas digitais com modelos semelhantes ao pregado pela metodologia Kanban.  

Dessa forma, o quadro pode ser virtual. Assim, o colaborador poderá informar aos seus pares sobre o andamento de suas atividades de qualquer lugar do país ou do mundo. 

De modo geral, as vantagens de utilizar o Kanban são: 

  • Prioriza o que precisa ser feito de forma urgente;
  • Potencializa a produtividade individual e coletiva da equipe;
  • Torna o fluxo de trabalho mais transparente e conhecido por todos;
  • Melhora a colaboração entre as pessoas, bem como a comunicação. 

Por sua vez, as desvantagens do Kanban estão relacionadas a: 

  • Projetos complexos tendem a ser difíceis de acompanhar com este método;
  • Sobrecarga de trabalho, caso um ou mais membros de uma equipe não prossigam com o que lhe foi confiado no tempo determinado.

4. Scrumban

Em quarto lugar, temos o Scrumban, uma metodologia de gestão de projetos que combina elementos do Scrum e do Kanban, funcionando como um modelo híbrido. Ele utiliza ciclos de sprints, característicos do Scrum, mas mantém a flexibilidade visual e adaptável dos quadros Kanban.

Essa abordagem permite que os times acompanhem tarefas de forma simples e visual, sem abrir mão do foco em metas claras e colaboração contínua.

Entre as principais vantagens do Scrumban está a capacidade de equilibrar organização e simplicidade. A equipe pode planejar entregas em ciclos curtos, como no Scrum, mas sem a rigidez de papéis ou cerimônias. 

Além disso, o uso do quadro Kanban mantém o fluxo de trabalho transparente, permitindo que todos entendam facilmente quais são as prioridades do momento.

Por outro lado, o método também apresenta limitações. Em equipes maiores ou em projetos de alta complexidade, a ausência de papéis claramente definidos pode gerar dificuldades de governança. 

Outra desvantagem é a dependência da disciplina da equipe: se o quadro não for atualizado corretamente, o acompanhamento das tarefas perde eficiência. Assim, o Scrumban costuma funcionar melhor em times que já têm maturidade em métodos ágeis e desejam simplificar a gestão sem perder produtividade.

Imagem de engrenagens funcionando juntas, com gráficos indicando produção alta

5. Metodologia Lean

No rol de metodologias para fazer a gestão de projetos está a Lean. O foco maior dessa proposta é a redução de custos, o que faz dela um método a ser buscado por corporações que precisam enxugar despesas ou identificar de que forma os investimentos são efetivamente utilizados. 

Outra utilidade da metodologia Lean é entender de que forma a eficiência ocorre, ou, ao contrário, deixa de ocorrer. E, dessa forma, corrigir o que for preciso para otimizar o processo. 

No passado, grandes montadoras de automóveis, como a Ford e a Toyota, usaram a metodologia Lean com o objetivo de fazer mais gastando menos. Consequentemente, a produtividade de cada membro de um departamento tende a aumentar.

A partir da metodologia Lean, acredita-se que três “Ms” devem ser observados de forma constante. São eles: 

  • Muda: palavra japonesa utilizada para se referir a termo desperdício. Aqui o destaque estará naquilo que é feito, mas que não agrega valor em relação ao investimento empregado.
  • Mura: relativo à inconsistência. É o M que diz respeito aos excessos que estão ocorrendo em diferentes pontos da linha de produção. Apesar de se referir claramente ao modelo de trabalho adotado nas fabricantes automobilísticas, tal realidade também pode ser adaptada a qualquer outra corporação.
  • Muri: que, por sua vez, é relacionado à sobrecarga. É intimamente ligado ao componente humano, mas não apenas a ele. Assim, esse M é vinculado aos momentos em que uma ou mais pessoas estão sendo sobrecarregadas em detrimento das demais.  

Na realidade, os “três Ms” devem ser constantemente avaliados para serem evitados. A forma, porém, como isso será executado na prática pode variar, dependendo do contexto e dos modos de organizar os fluxos de trabalho dentro de uma corporação.  

Entre as vantagens de adotar a metodologia Lean estão: 

  • Aumento da produtividade;
  • Fluxo de trabalho sob controle;
  • Avaliação contínua dos processos. 

De outro lado, as desvantagens da metodologia Lean podem ser: 

  • Cortes de recursos financeiros e humanos sem a devida análise;
  • Excesso de avaliações recorrentes dos processos, aumentando o gasto com tempo e impactando negativamente na produtividade das pessoas envolvidas. 

Uma ilustração de dois programadores trabalhando juntos, no mesmo computador

6. Extreme Programming

Em tradução livre, a Programação Extrema, metodologia que pode ser encontrada ou mencionada por XP, é bastante utilizada em corporações cujas soluções são de base tecnológica, em especial o desenvolvimento de softwares.  

Tal relação com a natureza tecnológica das corporações tem uma razão de ser, e diz respeito às práticas comuns de serem empregadas na execução deste método, que são: 

  • Desenvolvimento orientado a testes (TDD);
  • Programação em pares;
  • Integração contínua. 

Não raro os projetos que envolvem o desenvolvimento de software costumam ter prazos curtos. E, por isso mesmo, precisam de maior agilidade para serem concluídos. 

Desse modo, ao usar a metodologia de programação extrema, a tendência é de que haja um aumento na produtividade  para alcançar o sucesso do projeto. 

Assim, as vantagens de apostar na Programação Extrema consistem em:  

  • Maior interatividade entre os desenvolvedores;
  • Necessidade maior de testes nos softwares, para evitar bugs;
  • Nível de colaboração expandido, já que as ações precisam caminhar juntas;
  • Aderência a projetos pequenos, mas que precisam de prazos curtos para sua conclusão. 

Quanto às desvantagens da Programação Extrema, estão: 

  • Tendência a existir questões relacionadas a baixa performance ou impactos negativos à saúde mental das pessoas, pelos altos níveis de estresse;
  • Quando há resistência à colaboração, a aplicação dessa metodologia provavelmente fracassará.

Leia mais: Saúde mental e bem-estar no trabalho: impactos na rotina e performance

Um gráfico em formato de cascata

7. Cascata ou waterfall

Este é considerado um método tradicional. É pautado em ações que ocorrem em sequência, seguindo uma linha de raciocínio e estratégia predeterminadas. Basicamente, os líderes orientam os liderados a praticarem certas atividades, que devem ser feitas uma encadeada a outra. 

Essa metodologia também pode ser chamada de ciclo de desenvolvimento do software ou Software Development Life Cycle (SDLC). Por justamente ser planejada de forma sequencial, como numa cascata, é considerado um modelo objetivo e simples.  

Contudo, por seguir uma sequência predefinida, tudo precisa ser feito de forma orquestrada e concluído antes de iniciar o próximo passo. No geral, dentro do modelo cascata, as ações estão organizadas da seguinte forma: 

  • Concepção de cada tarefa a ser feita;
  • Planejamento das atividades relacionadas;
  • Execução das ações predefinidas na fase de concepção;
  • Monitoramento de todos os passos dados, do início ao fim;
  • Conclusão do projeto, após todas as etapas serem previamente encerradas. 

Assim, as vantagens de apostar no modelo cascata consistem em: 

  • Previsibilidade e simplicidade de aplicação;
  • Otimização dos recursos financeiros e humanos utilizados;
  • Útil em projetos extensos e que precisam contar com a participação de um grande número de agentes

Quanto às desvantagens do método cascata, estão:  

  • Inflexibilidade em termos de ajustes, já que voltar às etapas do processo não é uma prática usual; 
  • Maiores chances de atrasos nas entregas, uma vez que, diante da falta de possibilidades de ajustes, tudo precisa ser milimetricamente validado antes de passar ao próximo ponto;
  • Em razão dos dois pontos anteriores, consequentemente pode existir a necessidade de despender um volume maior de investimentos para sua operacionalização.

8. PRINCE2

Apesar de curiosa, essa é a sigla para uma expressão maior: PRojects IN Controlled Environments, ou simplesmente projetos em ambientes controlados. Aqui o que reina é a forma como os projetos são estruturados. Costuma ser bastante aplicada em ambientes públicos, como organizações governamentais, e grandes corporações. 

Tanto os líderes quanto os demais funcionários que participarão do projeto têm cargos e tarefas previamente delimitadas. Assim, todos sabem o que cada um deve fazer para atingir o objetivo em comum. 

Ao adotar a PRINCE2, cada etapa do projeto pode ser gerenciável. Tais fases são padronizadas, seguindo uma proposta semelhante ao do método cascata, compreendendo os seguintes princípios: 

  • Elaboração do projeto;
  • Início e execução das tarefas;
  • Monitoramento e controle de tudo o que é feito;
  • Conclusão das atividades e encerramento do projeto

De modo geral, as vantagens de aplicar a PRINCE2 são: 

  • Escopo e atividades predefinidas, tornando todo o processo objetivo e evidente;
  • Pode ser adaptada a diferentes contextos e tamanhos de organizações e corporações;
  • É passível, também, de ser escalonada e ajustada conforme a necessidade de cada projeto desenhado e executado a partir de seus princípios. 

Por sua vez, as desvantagens da PRINCE2 podem ser:

  • Por ter todos os times e atividades pré definidos, não é considerado um método flexível;
  • Essa inflexibilidade, consequentemente, pode atrasar as ações, tornando a PRINCE2 uma das metodologias de gestão de projetos menos ágeis das então listadas.

9. Critical Chain Project Management

Talvez você já tenha ouvido ou lido sobre a CCPM que, em bom português, pode ser entendida como Gestão de Projetos em Cadeias Críticas. 

Parecida com a Lean, aqui a redução de custos igualmente é uma prioridade, mas não só ela. Qualquer desperdício é algo a ser evitado quando essa metodologia é empregada. Vai desde o gasto com tempo ou com outros tipos de recursos, inclusive o fator humano. 

Basicamente, a CCPM tem por base a Teoria das Restrições. De acordo com ela, em cada etapa de um processo podem existir limitações, que devem ser resolvidas para alcançar o fluxo total de trabalho. 

No caso da CCPM, tal cadeia crítica pode envolver os seguintes pontos: 

  • Recursos e sua reserva, bem como seu uso;
  • Tarefas definidas e nível de interdependência entre elas;
  • Equilíbrio no uso dos recursos relacionados a cada etapa;
  • Avaliação do tempo dedicado para concluir cada uma das fases;
  • Execução das tarefas que, de modo geral, podem ocorrer de forma simultânea

Em resumo, cada tarefa dispõe de um tempo para ser concluída. E como uma das fases de todo o processo é observar o tempo gasto, logo, essa metodologia tende a ser ágil em comparação com a anterior. 

Por demandar de um monitoramento, a CCPM é um método que pode ser empregado em corporações nas quais o acompanhamento das ações é uma necessidade. Além disso, igualmente tem seu valor em projetos nos quais é preciso analisar e justificar sua eficiência. 

Entre as vantagens de adotar a CCPM estão: 

  • Maior flexibilidade em atividades consideradas não-críticas ao projeto;
  • Menores chances de atrasos para concluir as atividades relacionadas;
  • Eficiência no uso de todos os recursos necessários, sobretudo os de ordem financeira. 

De outro lado, as desvantagens da CCPM podem ser: 

  • Tende a ser um método mais complexo e, desse modo, de difícil aplicação;
  • Antes de “colocar a mão na massa” é prudente identificar as cadeias críticas.

Imagem de um livro, representação do PMBOK

10. PMBOK

O PMBOK (Project Management Body of Knowledge, do PMI) é um guia de boas práticas, mais “referência e linguagem comum” do que um passo a passo rígido. 

A 7ª edição organiza a gestão por princípios (ex.: valor, liderança, stakeholders, sistemas de entrega) e domínios de desempenho (stakeholders, equipe, abordagem e ciclo de vida, planejamento, entrega, medição, trabalho do projeto e incerteza), refletindo a realidade híbrida de hoje (ágil, preditivo, adaptativo). 

Em vez de prescrever processos fixos, a ênfase está no "tailoring" (adequado ao contexto) para dar governança, rastreabilidade e previsibilidade sem burocracia desnecessária

Quando usar

  • Projetos com múltiplas partes interessadas, exigindo controle de escopo, custo, prazo, qualidade e riscos; 
  • Ambientes que pedem documentação clara e gestão integrada (planos, artefatos, critérios de aceitação). 

Benefícios

  • Vocabulário compartilhado
  • Papéis e artefatos que facilitam auditoria
  • Lições aprendidas  
  • Integração com portfólio

Cuidados: aplicado “ao pé da letra” vira burocrático; o valor aparece quando há tailoring consciente e patrocínio para manter só o que agrega.

11. CPM (Critical Path Method)

A CPM é uma técnica de planejamento e controle de cronograma que modela atividades, durações e dependências para identificar o caminho crítico (a sequência sem folga que determina a menor duração do projeto). 

Com o diagrama de precedência, calcula-se duração dos caminhos e folgas; isso orienta priorização de recursos, decisões de aceleração (crashing/fast-tracking) e comunicação de impactos quando algo atrasa. Em projetos com muitas atividades interdependentes, a CPM dá visibilidade do que realmente mexe na data final. 

Quando usar: 

  • Obras 
  • Implementações 
  • Programas com rede de atividades extensa, dependências claras e necessidade de compromissos de longo prazo. 

Benefícios: cronograma mais realista, foco nos gargalos verdadeiros, análise “e se?” para mudanças. 

Cuidados: depende de estimativas de duração confiáveis e manutenção contínua; em contexto muito volátil, a rede “envelhece” rápido. Por padrão, a CPM não considera restrições de recursos (exige nivelamento/heurísticas adicionais no planejamento). 

Imagem de um gráfico representando melhoria de uma empresa

12. Six Sigma

O Six Sigma é uma abordagem orientada a dados para reduzir variação e defeitos em processos, elevando qualidade e previsibilidade

Para melhorar processos existentes, usa-se o ciclo DMAIC (definir, medir, analisar, melhorar, controlar); 

Para desenhar processos/produtos novos com qualidade “de fábrica”, usa-se DMADV (definir, medir,analisar, projetar, verificar). 

A prática envolve métodos estatísticos, métricas de desempenho e papéis (ex.: Green/Black Belts) para sustentar uma cultura de melhoria contínua. 

Quando usar: operações e serviços que exigem alta confiabilidade, padronização e redução de custo por falhas/retrabalho. Benefícios: menos variação/erros, qualidade percebida maior pelo cliente e decisões embasadas em dados. 

Cuidados: 

  • Requer maturidade analítica e capacitação
  • Aplicado de forma rígida pode inibir experimentação em ambientes exploratórios
  • O foco estreito em processos pode ofuscar inovação se não for balanceado com outras práticas. 

Outras abordagens que vale conhecer:

Além das metodologias clássicas, existem frameworks e práticas que podem complementar a gestão de projetos no dia a dia:

  • Design thinking: abordagem centrada no usuário para resolver problemas de forma criativa e colaborativa. Ajuda a explorar soluções inovadoras desde a fase inicial dos projetos.
  • PDCA (plan, do, check, act): ciclo de melhoria contínua que orienta times a planejar, executar, avaliar resultados e corrigir rotas de forma sistemática.
  • Dual track: modelo que separa o fluxo de descoberta (entender problema e validar hipóteses) do fluxo de entrega (desenvolver e lançar soluções). Muito usado em times de produtos digitais.

Essas práticas não substituem as metodologias de gestão de projetos, mas podem ser combinadas a elas para aumentar a eficiência, promover inovação e garantir entregas alinhadas ao que realmente gera valor.

Uma imagem dividia em dois, com setas e caminhos ligando os dois lados. De um lado inovação, de outro entrega.

Como escolher uma metodologia de gestão de projetos?

Não existea melhor”. Existe a que faz mais sentido para o seu contexto, objetivo, time, setor e pressão de prazo/custo.

  • Complexidade e incerteza: projetos previsíveis pedem tradicionais (Waterfall/PRINCE2/PMBOK) e CPM para segurar a data. Se o cenário muda rápido, vá de ágeis (Scrum, Kanban, Scrumban, XP) e use Lean para tirar o excesso do fluxo.
  • Maturidade do time: equipes experientes se beneficiam de autonomia (Scrum/Kanban/Scrumban/XP). Times iniciantes ou com muitas áreas envolvidas funcionam melhor com mais estrutura (PRINCE2/PMBOK/Waterfall).
  • Setor e cultura: ambientes regulados (saúde, financeiro, governo) valorizam documentação e rastreabilidade; tech e produto pedem cadência curta e feedback.
  • Restrições-chave: prazo crítico com muitas dependências? CPM. Custo de falha alto e padronização? Six Sigma. Gargalos e time enxuto? Lean + Kanban/Scrumban (limites de WIP).

Como decidir, na prática:

  1. Diagnostique o contexto 
  2. Defina o que é sucesso (valor, velocidade, custo, qualidade) 
  3. Escolha base ágil/tradicional/híbrida e faça tailoring 
  4. Rode um piloto curto
  5. Meça e ajuste (mantenha só o que agrega).

Em resumo: método é meio, não fim. Quando a escolha conversa com a estratégia, a gestão deixa de ser checklist de tarefas e vira vantagem competitiva.

Escolher uma metodologia não é sobre seguir modismos. É sobre encaixar a forma de trabalhar no que o seu projeto precisa entregar agora, com a qualidade e a velocidade que o negócio exige. 

Quando a abordagem conversa com o contexto, objetivos, maturidade da equipe, setor, prazos e recursos, a gestão deixa de ser burocracia e vira motor de resultado.

Seja na previsibilidade do Waterfall, na cadência do Scrum, no fluxo do Kanban, na flexibilidade do Scrumban ou no rigor do Six Sigma, o ponto é tailoring: adapte, teste em pequeno, meça, aprenda e ajuste. Esse ciclo é o que mantém a operação eficiente sem perder a capacidade de inovar.

Antes de ir embora, fique com algumas respostas para as perguntas mais frequentes sobre metodologias de projeto.

O que são metodologias de gestão de projetos?

São conjuntos de práticas, princípios e ferramentas que organizam como planejar, executar e controlar projetos para aumentar eficiência e previsibilidade.

Qual a diferença entre metodologias ágeis e tradicionais?

As ágeis usam ciclos curtos, priorizam colaboração e adaptação rápida. As tradicionais seguem etapas lineares, com maior documentação e controle.

Qual a metodologia de gestão de projetos mais usada atualmente?

O Agile é a base mais popular, muitas vezes aplicado em conjunto com frameworks como Scrum e Kanban.

O que é a metodologia Scrum?

É um framework ágil que divide o projeto em sprints curtos, com reuniões frequentes para acompanhar progresso e ajustar rotas.

O que é a metodologia Kanban?

É uma metodologia visual que usa quadros e cartões para acompanhar tarefas em andamento, concluídas ou pendentes.

Quando usar a metodologia Waterfall?

Em projetos com requisitos estáveis, pouco espaço para mudanças e necessidade de etapas bem definidas.

O que é a metodologia Lean?

É uma abordagem focada em eliminar desperdícios e otimizar recursos para aumentar produtividade.

O que é a metodologia Six Sigma?

É uma metodologia orientada a dados para reduzir variação, defeitos e custos, melhorando a qualidade dos processos.

Como escolher a metodologia certa?

Depende do contexto: complexidade do projeto, maturidade da equipe, setor de atuação e recursos disponíveis.

Posso combinar metodologias de gestão de projetos?

Sim. Muitas empresas adotam modelos híbridos, unindo previsibilidade de métodos tradicionais com a flexibilidade dos ágeis.

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