O que é venture capital e como funciona?

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O venture capital (VC) é uma modalidade de captação de investimentos fundamental para o crescimento de startups. Esse tipo de investimento se caracteriza pela aposta no potencial dessas empresas, mas conta também com um risco significativo atrelado.

Além do capital para sustentar a estratégia, os fundos de VC aportam seu background e apoiam o desenvolvimento da startup por meio da ampliação de seu acesso a mercado

Para quem está em busca de um aporte, especialistas recomendam entender o momento da indústria e "manter a casa arrumada" antes de correr atrás de investimento. Outra questão importante é pensar: qual é o objetivo ao buscar os recursos?

Neste artigo, vamos explicar o conceito de venture capital, como essa modalidade de investimento funciona e o panorama no Brasil e na América Latina.

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O que é venture capital?

Venture capital é uma modalidade de investimento para empresas com alto potencial de crescimento. Também conhecido como capital de risco, esse tipo de investimento normalmente acontece em companhias com modelo de negócio repetível e escalável: as startups.

Um diferencial crucial desse tipo de investimento é o risco atrelado. Os fundos apostam nas empresas na maior parte das vezes em estágios iniciais, por isso, não há muitas garantias de que o sucesso acontecerá. Ao mesmo tempo, quando ele ocorre, os retornos são altos.  

Porém, o venture capital vai além de só aportar dinheiro – ele traz uma rede de conexões, know-how e, claro, aquele empurrão estratégico que todo negócio precisa para decolar.

Nas rodadas de investimento, as startups têm a chance de crescer mais rápido do que imaginavam. Isso acontece com mais facilidade se estiverem no caminho certo, e é aí que as diferentes fases de investimento entram.

A cada etapa do processo, o nível de maturidade delas vai crescendo e, com isso, o tipo de capital que elas buscam também vai mudando.

imagem sinalizando como funciona um venture capital com passo a passo

Como funciona o venture capital?

Pense no venture capital como um combustível para dar um gás em startups que têm um grande potencial, mas ainda não geram caixa suficiente para crescer sozinhas.

É um modelo que funciona assim: um fundo capta recursos de investidores (que podem ser pessoas físicas, empresas ou fundos institucionais) e usa esse dinheiro para investir em startups promissoras.

Em troca, o fundo recebe uma participação na empresa e se torna um parceiro estratégico, ajudando na tomada de decisões, expansão e até conexões de mercado.

Ou seja, o objetivo do fundo é simples: entrar em negócios de alto potencial e sair no momento certo, vendendo sua participação com um retorno significativo. Essa saída pode acontecer por meio de uma aquisição (quando outra empresa compra a startup) ou um IPO (abertura de capital na bolsa de valores).

Mas, diferente de um empréstimo bancário, o venture capital não exige pagamento fixo ou juros. O retorno do investidor vem quando a startup cresce e se valoriza – o que pode levar anos, mas quando dá certo, o impacto é gigantesco.

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A importância do venture capital

Apesar da definição, a missão do venture capital vai além de simplesmente injetar dinheiro em startups. Ele serve para:

  • Fomentar a inovação

Muitas ideias revolucionárias não sairiam do papel sem um investimento inicial. O VC permite que startups desenvolvam tecnologias, produtos e serviços disruptivos.

  • Acelerar o crescimento

Se uma startup tem um modelo de negócio validado e precisa expandir rapidamente, o venture capital entra como alavanca para escalar.

  • Abrir portas no mercado

Fundos de venture capital geralmente trazem conexões estratégicas, facilitando parcerias, novos clientes e até a entrada em mercados internacionais.

  • Criar cases de sucesso

Empresas como iFood e QuintoAndar só chegaram onde estão porque, em algum momento, receberam investimento de venture capital.

Para as startups, o VC não é só um cheque que chegou na hora certa – é uma oportunidade de ter ao lado investidores que conhecem o jogo e podem contribuir para o sucesso do negócio.

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Qual a diferença entre private equity e venture capital?

Private equity e venture capital são duas formas diferentes de obter financiamento, com objetivos e resultados distintos. Aqui vai uma analogia simples: enquanto o venture capital aposta no talento jovem, o private equity busca craques já experientes.

  • Venture capital

O venture capital é mais direcionado para startups e empresas que estão no início de sua jornada de crescimento e precisam de capital para expandir. É um modelo de fundraising muito comum no setor de tecnologia.

  • Private equity

O private equity é focado em empresas maduras e consolidadas, que já faturam alto, mas precisam de um empurrão para melhorar a eficiência, expandir a operação e aumentar o valor ao longo do tempo. O risco aqui é menor, mas os investimentos são maiores e mais estratégicos.

Outra grande diferença é que, no private equity, os investidores costumam ter mais controle sobre a empresa, podendo fazer mudanças na gestão e na estratégia. Já no venture capital, a ideia é apoiar o crescimento, mas sem necessariamente assumir a operação ou ter participação majoritária.

No fim das contas, ambos os modelos têm um objetivo em comum: gerar valor. Porém, é importante entender qual categoria sua empresa pertence e escolher a melhor opção de financiamento.

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Tipos de investimentos em startups

Agora, vamos falar um pouco sobre as principais modalidades de investimento em startups, para você entender onde sua empresa pode se encaixar:

  • Empresas de Capital de Risco (VC Firms)

São gestoras especializadas em investir em startups e empresas em crescimento. Atuam no levantamento de capital com indivíduos e instituições, os chamados Limited Partners (LPs), e trabalham na seleção e gestão das investidas.

Aqui, estamos falando de pessoas que investem recursos próprios em startups e empresas em estágios iniciais. Muitas vezes, esses indivíduos apostam em negócios na fase pré-seed, com o objetivo de ajudar a expandir negócios. Além do capital, eles podem oferecer mentorias e sua expertise.

Nesse caso, estamos falando sobre grandes corporações que possuem programas de investimento em startups buscando incorporar inovação e pesquisa. Esses investidores corporativos podem fornecer capital e recursos para startups em troca de participações acionárias e, em alguns casos, colaborar de perto no desenvolvimento de novas tecnologias ou produtos. Esse tipo de investimento também contribui para a reputação de uma empresa em estágio inicial.

Com essas diferentes fases de investimento, cada uma com seu objetivo e características, o VC surge como uma ponte entre a ideia inicial e o crescimento acelerado. E é isso que torna esse tipo de investimento tão estratégico – não é só dinheiro, é também uma verdadeira rede de apoio que pode transformar a jornada de uma startup.

 

Como funciona um fundo de investimento?

O mercado de investimentos, como o venture capital, funciona porque há uma retroalimentação que faz a roda girar.  

Investidores dão apoio ao desenvolvimento de novas tecnologias ao apostarem em empresas em estágio inicial, além de garantir retornos a partir do sucesso dos negócios. Enquanto isso, empreendedores recebem o financiamento necessário para colocar suas estratégias de crescimento em prática.

Se você já se perguntou de onde vem o dinheiro, a ABVCAP explica na cartilha: Como funciona a indústria de private equity, seed e venture capital.

“Fundos de private equity, seed e venture capital aplicam o dinheiro de terceiros – fundos de pensão, family offices, investidores internacionais, recursos próprios das empresas gestoras, investidores qualificados, agências de desenvolvimento e fomento etc. Investem esses recursos em várias empresas, formando uma carteira de investimentos diversificada. Assim, proporcionam o melhor retorno possível aos investidores, no médio-longo prazo.”

O que esses fundos fazem após captar esses investimentos para gerir é selecionar as startups que serão investidas com base em sua tese. 

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Etapas do processo de captação de recursos

Investir em startups via venture capital não é como aplicar na bolsa ou em um fundo de renda fixa. O modelo tem um ciclo próprio, que envolve desde a busca por oportunidades até a eventual saída do investimento. 

Cada fase exige análise criteriosa, estratégia e paciência, já que o retorno pode levar anos para se concretizar. Vamos detalhar as principais etapas:

O que diferencia o venture capital de outros investimentos?

Diferentemente de investimentos tradicionais, que focam em ativos líquidos e previsíveis, o venture capital aposta no potencial de crescimento acelerado de startups. O risco é mais alto, mas o retorno pode ser exponencial. 

Além disso, a tese de investimento dos fundos de VC costuma considerar, além dos números e indicadores como o EBITDA, fatores como a equipe fundadora, a inovação do produto e o tamanho do mercado-alvo.

Quanto tempo leva para obter financiamento?

O tempo varia bastante, dependendo do estágio da startup e da complexidade do investimento. Um processo de captação pode levar de meses até anos, mas pode se estender por mais tempo dependendo da maturidade do negócio, da diligência dos investidores e das condições do mercado.

As principais etapas do venture capital

Para conseguir acesso a uma rodada de investimento, é importante que a empresa dê “match” com a tese de investimentos do fundo. Nesse documento, investidores incluem detalhes a respeito de várias características e elementos específicos que buscam em empresas.  

As diferentes métricas que constam na tese ajudam a dar uma certa previsibilidade do potencial de crescimento. Além disso, é uma forma de identificar e minimizar os riscos associados ao investimento. 

Isso significa que ao estruturar um fundo, a gestora já define o regulamento, o perfil de empresa investida e outros itens que devem ser cumpridos para que o negócio seja efetivado. Confira alguns pontos avaliados na tese de investimento:

  • Equipe empreendedora  

Founders são a cara e a cultura do negócio e este é, muitas vezes, o fator mais crítico. Os investidores procuram empreendedores experientes, com conhecimento amplo e sólido do mercado e da indústria. Não basta experiência, são consideradas ainda habilidades de liderança, resiliência e paixão pelo que estão fazendo.

  • Objetivos com o investimento

Descreve de que forma o dinheiro será investido, qual mercado-alvo deve ser atingido. O que se espera com o investimento, entre outros detalhes de planejamento do uso de recursos.

  • Mercado atrativo  

É importante que a empresa esteja em um mercado promissor. Dados são importantes para convencer investidores, portanto, estudos de mercado, amostragem de clientes em potencial, planos de captação de clientes e estratégia de aquisição e vendas devem estar alinhados.  

  • Proposta de valor

Qual problema seu produto resolve? Qual é a proposta de valor do seu negócio? Empreendedores devem estar preparados para responder a essas perguntas. Parece óbvio, mas é importante mostrar se a empresa consegue atender a uma necessidade superando os concorrentes. 

  • Tração e validação

Principalmente na fase seed e posteriores, investidores darão preferência a startups que já tenham alguma tração. As métricas podem ser de vendas, usuários, amostras de crescimento ou parcerias estratégicas. São formas de mostrar se o mercado está respondendo positivamente à solução.

Leia mais: Quanta tração os investidores exigem?

  • Inovação tecnológica

Geralmente, investidores de venture capital querem ter acesso a uma tecnologia ou entrar em um mercado inovador. A disrupção é uma forma de atrair investidores, uma vez que tem potencial para causar impacto significativo em suas respectivas indústrias.

  • Modelo de negócios sustentável 

São atrativos a forma como a empresa está constituída, o planejamento para captação de recursos e modelos de negócios escaláveis e sustentáveis. Empreendedores devem deixar claro como planejam gerar receita a longo prazo e alcançar a rentabilidade.

  • Estratégia de saída (exit) 

É importante detalhar quais são os planos e como investidores podem obter retorno sobre seu investimento. Podem fazer parte da estratégia, uma venda, uma empresa maior (aquisição) ou uma oferta pública inicial (IPO).

  • Gestão de riscos 

Investidores avaliam como a startup lida com riscos, incluindo riscos de mercado, operacionais, regulatórios e financeiros. Ter planos de contingência é importante, bem como ter experiência em conhecimento em formas de evitar perdas e danos.

  • Alinhamento de valores 

Alguns investidores também consideram o alinhamento dos valores da startup com sua própria visão e missão. Isso pode ser importante para investidores que têm um foco específico, como impacto social ou ambiental.

  • Pitch e comunicação eficazes

Todos esses diferenciais e métricas só terão impacto com um pitch eficaz. A forma como empreendedores apresentam seu pitch e se comunicam com os investidores faz toda a diferença. É importante desenvolver a capacidade de explicar claramente a visão, o modelo de negócios e a estratégia.

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Quais são as vantagens e as desvantagens do venture capital?

O investimento é um dos benefícios que mais chamam a atenção, mas o venture capital oferece uma série de vantagens. Com o aporte financeiro, é possível investir em tecnologia, expansão e marketing, o que acelera a escalabilidade do negócio.

Fora que investidores experientes possuem know-how e podem oferecer insights valiosos sobre o mercado e boas práticas de gestão (ou smart money), reduzindo a curva de aprendizado das startups.

Esse suporte é decisivo para melhorar o posicionamento no mercado de forma mais rápida e estruturada e gerar credibilidade para atrair mais clientes, enquanto o acesso à rede de contatos dos investidores abre portas para novas parcerias.

E os riscos do venture capital?

Apesar das vantagens, o venture capital também traz desafios para os empreendedores. As expectativas elevadas são uma das principais, já que os investidores esperam crescimento acelerado e alto retorno.

E com a concorrência acirrada, muitas startups disputam a atenção dos mesmos investidores, o que torna a captação de recursos um pouco desafiadora.

Também podemos colocar na conta possíveis conflitos que podem surgir em relação ao rumo do negócio, estratégias e controle acionário, deixando o relacionamento entre investidores e fundadores mais frágil. Por isso, a importância de avaliar bem com quem se está captando, já que a relação é de longo prazo. 

Como mensurar os riscos antes de buscar investimentos?

Antes de decidir se o venture capital é mesmo a melhor opção, é importante que a startup avalie fatores como:

  • Necessidade real de capital: o investimento é essencial para o crescimento ou há outras formas de financiamento viáveis?
  • Perfil do investidor: o alinhamento de visão e expectativas é fundamental para construir uma parceria saudável.
  • Impactos na startup: o empreendedor está disposto a dividir o controle e seguir recomendações de fora?
  • Capacidade de entrega: a startup consegue crescer no ritmo esperado sem comprometer a qualidade das entregas?

Tomar a decisão certa exige uma análise cuidadosa, o venture capital pode ser um grande impulsionador do crescimento, mas deve ser buscado com plena consciência dos desafios envolvidos. Afinal, mais do que captar investimento, o objetivo é construir um negócio sustentável.

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Quais são as rodadas de investimento?

As rodadas de investimento se baseiam na maturidade da empresa e visam apoiar seu desenvolvimento e crescimento até a próxima etapa. Por isso, é importante que empreendedores tenham clareza de qual estágio a startup se encontra e em que o capital será investido.

Dependendo do etapa, o recurso pode ser usado para implementar um processo, aumentar a equipe de colaboradores e lançar uma nova solução. Esses são apenas alguns exemplos. 

Conheça os tipos de rodada de investimento a seguir:

  • Investimento pré-seed

Nessa primeira etapa, os projetos não se formaram completamente ou ainda estão no início, então o investidor aposta mais nas ideias de quem criou o negócio. Geralmente, o que percebemos é uma grande participação de amigos ou familiares nessa fase da empresa.

  • Seed capital (ou investimento semente)

Quando a startup já tem uma ideia validada e está em busca de uma solução para crescer, entra o seed. Nesse momento, os investidores querem ver como a empresa pode ganhar tração. O capital aqui é utilizado para aperfeiçoar o produto e atrair os primeiros clientes, colocando a empresa na rota de expansão.

  • Série A, B, C...

Essas rodadas são para empresas que já provaram seu valor e agora estão buscando expandir de forma mais agressiva. Cada série de investimento é uma nova etapa de crescimento, com investidores dispostos a colocar grandes quantias para ajudar a startup a escalar – seja expandindo para novos mercados, contratando mais gente ou até melhorando a tecnologia. As rodadas podem seguir até a Série D ou mais, dependendo do estágio de maturidade e das necessidades da empresa.

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Como se preparar para receber investimentos?

Toda startup passa por fases distintas: concepção da ideia, desenvolvimento, introdução no mercado, crescimento e maturidade. A necessidade de capital é uma constante em todas elas.

Mas o cenário é favorável. De acordo com o relatório da Sling Hub de 2024 em parceria com o Itaú BBA sobre os principais resultados desse ecossistema na América Latina, foram US$ 8,76 bilhões arrecadados em 830 rodadas.

Com isso, os investimentos em startups latino-americanas registraram um crescimento anual de 37% em 2024, o primeiro aumento anual desde 2021.

A dica aqui é buscar mentores, ouvir pessoas que já receberam investimento e pesquisar sobre o mercado. Há formas que ajudam a consolidar o negócio, construir networking e garantir maior embasamento na hora de buscar o venture capital.

  • Programas de incubação 

Os programas de incubação, normalmente ligados a instituções de ensino, são muito estratégicos para as etapas pré-seed e seed. Eles oferecem uma preparação básica, também ajudam a direcionar o negócio.  

Alguns programas garantem financiamento inicial, mentoria e recursos. Eles auxiliam as startups a crescer, ganhar mercado e se preparar para investimentos de venture capital.

Na etapa inicial, alguns programas dão direito a espaço físico compartilhado ou instalações para reuniões com preços acessíveis, economizando dinheiro em aluguel e infraestrutura. 

  • Aceleradoras

Outra forma de conseguir capital financeiro e apoio no estágio inicial são as aceleradoras. Elas são organizações ou programas que oferecem networking, capital e orientação intensiva a empresas para as ajudar a ter base para crescer. São uma forma de se preparar para enfrentar os desafios do mercado.

As aceleradoras costumam operar em uma lógica mais intensiva que as incubadoras e realizam os investimentos em troca de participação acionária na empresa. A passagem por programas de aceleração são consideradas por investidores de venture capital em alguns casos.

Isso ocorre porque os programas focam a execução rápida de uma solução, produto ou mudança interna. Também é uma forma das empresas adquirirem conhecimento sobre gestão de riscos e sustentabilidade do negócio.

Integrar hubs que reúnem outros empreendedores, corporações, instituições acadêmicas e outros agentes do ecossistema também é uma importante conexão para chegar a investidores de venture capital.

Os hubs são centros para compartilhamento de ideias, conhecimento e oportunidades. A estrutura de integração e colaboração criam um ambiente rico para a inovação. Além de ser um espaço importante de capacitação, de relacionamento com outras empresas e geração de negócios.

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Passo a passo para startups em busca de um aporte

1. Tudo começa com uma proposta de valor clara

Investidores querem entender, em poucas palavras, qual problema sua startup resolve e por que sua solução é melhor do que qualquer outra no mercado. Quanto mais específica e bem embasada for essa resposta, mais fácil será despertar o interesse de um venture capital.

2. Outro ponto crucial é a equipe

Nenhum investidor coloca dinheiro em uma ideia sem confiar nas pessoas por trás dela. Ter um time forte, com habilidades complementares e experiência no setor, mostra que sua startup tem capacidade real de execução.

3. Sua startup precisa de uma Prova de Conceito (PoC) convincente

Ter apenas um plano no papel não é suficiente. Mostrar que sua solução já foi testada, tem aceitação do mercado e resolve um problema real faz toda a diferença. Isso pode ser validado com pesquisas, protótipos, primeiros clientes e até feedbacks do público-alvo.

4. O próximo passo é estruturar um pitch eficiente

Essa apresentação é a chance de conquistar investidores em poucos minutos, então precisa ser direta, bem fundamentada e envolvente. Dados concretos, um storytelling interessante e uma visão clara de crescimento são fundamentais para prender a atenção e gerar confiança.

5. Tudo isso só funciona se houver um Produto Mínimo Viável (MVP)

O MVP vem para provar que a startup está pronta para escalar. Essa versão inicial do produto ou serviço permite testar hipóteses no mercado e coletar insights valiosos. Um MVP bem-sucedido dá segurança aos investidores de que a solução tem potencial para crescer.

6. Um modelo de negócios sustentável é essencial

Capital de risco não é doação: investidores querem retorno. Mostrar como sua startup gera receita, quais são os custos envolvidos e como o negócio pode se expandir sem que os gastos cresçam na mesma proporção é um diferencial. Quanto mais clara e realista for essa estrutura financeira, maiores as chances de atrair o investimento certo.

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Panorama do mercado brasileiro de venture capital

Ainda de acordo com o relatório da Sling Hub, 56% dos US$ 8,76 bilhões arrecadados na América Latina são do Brasil, então US$ 4.89 bilhões ficaram para o nosso país. E das 830 rodadas de investimento, 62% aconteceram por aqui.

Entre os mercados líderes, as fintechs lideram o volume total de financiamento captado em 2024, seguidas pelos setores de energia, deep techs, healthtech e retailtech

 

Dicas do Cubo: como está o mercado para startups em momento de captação

No atual cenário de venture capital, a captação de investimentos exige cada vez mais estratégia e maturidade por parte das startups. Conversamos com William Cordeiro, Managing Partner do SaaSholic, que compartilhou dicas valiosas para founders que estão em busca de investimento e analisou as expectativas para o mercado em 2025.

Cubo Itaú: Quais são as principais recomendações para startups que buscam captar investimentos neste momento?

William Cordeiro: A primeira dica é entender o contexto econômico atual. As taxas de juros estão muito altas, as expectativas dos investidores também e, consequentemente, a barra de retorno que eles esperam está maior. Isso torna o processo de captação mais desafiador, especialmente para quem ainda está no estágio inicial. Hoje, é muito difícil levantar uma rodada com investidores institucionais apenas com uma ideia, um PowerPoint ou um conceito ainda não validado.

O ideal é aproveitar este ano para começar a nutrir um relacionamento com os investidores que você gostaria de captar no futuro. Assim, quando sua startup tiver mais maturidade e tração, o contato será mais fácil. E o que significa essa tração? Ter pelo menos 10 clientes não afiliados (ou seja, que não sejam amigos ou familiares) já demonstra que você está resolvendo uma dor real e que há pessoas dispostas a pagar por isso.

 

Cubo Itaú: Como os founders podem construir um relacionamento sólido com investidores?

William Cordeiro: Construir e manter uma lista de relacionamento é fundamental. O fundraising nunca acaba na jornada de um founder, então é essencial enviar atualizações pontuais e mensais sobre o progresso da startup. Além disso, é uma ótima oportunidade para incluir pedidos específicos de apoio, testando se esses investidores realmente podem agregar valor à empresa.

Outra dica importante é ser transparente e verdadeiro. Muitas startups no Brasil tentam se posicionar como o "Uber de X" ou "a versão brasileira de Y", mas isso pode ocultar as peculiaridades que fazem do seu negócio único. Construa sua tese, organize seu material de forma clara e detalhada e forneça dados consistentes e transparentes aos investidores. Esse é o segredo para levantar capital em 2025: construir relacionamentos fortes e manter uma comunicação aberta e estruturada.

 

Cubo Itaú: Qual é a sua visão sobre o mercado de venture capital em 2025?

William Cordeiro: O mercado passou por uma correção muito dura e o cenário macroeconômico não está no seu melhor momento. As taxas de juros altas nos Estados Unidos e no Brasil criam uma barreira maior para investimentos em novas companhias. As startups que buscam rodadas subsequentes precisarão apresentar muito mais tração do que vimos em 2023. Antes, o estágio ideal para uma Série A precificada girava em torno de US$ 3 a 4 milhões em receita. Para 2025, acreditamos que essa exigência aumentará para algo entre US$ 5 e 6 milhões.

Os fundos estão capitalizados e possuem dry powder para investir, mas as exigências estão maiores. O idea stage, ou seja, o estágio pré-operacional, será um dos mais desafiadores para levantar dinheiro, já que os investidores buscarão mais validações antes de apostar em uma nova startup. Muitos preferirão esperar um pouco mais para reduzir riscos.

 

Cubo Itaú: Diante desse cenário, qual é o conselho final para os founders?

William Cordeiro: Foquem em construir relacionamentos de longo prazo com investidores, mantenham uma comunicação transparente e consistente e garantam que a startup tenha uma base sólida antes de buscar uma captação. O momento é desafiador, mas aqueles que souberem navegar nesse contexto e demonstrar tração real terão mais chances de sucesso.

 

Cubo Itaú: potencializando o crescimento de startups

Fazer parte de um hub de inovação aumenta as chances de conexão com investidores, novos clientes e abre portas para aprendizados valiosos. 

Afinal, trocar experiências com outras startups e contar com a orientação de profissionais do mercado pode transformar um bom planejamento de expansão em uma estratégia consolidada.

No Cubo, sua startup conta com acesso a networking estratégico e oportunidades reais de crescimento. Junte-se a nós e leve sua startup para o próximo nível.

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